16 de novembro de 2024 Doar
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Biden zomba da fé ao invocar Cristo em mensagem pró-aborto, diz bispo

O bispo de Springfield, Illinois, nos EUA, dom Thomas Paprocki. | Diocese de Springfield

O bispo de Springfield, Illinois, nos EUA, dom Thomas Paprocki, acusou o presidente americano, Joe Biden, de “zombar da nossa fé católica” ao fazer o sinal da cruz em um comício pró-aborto na Flórida há pouco mais de duas semanas.

Em seu discurso, Biden, segundo presidente católico dos EUA, criticou o governador da Flórida, Ron DeSantis, também ele católico, por promulgar a lei que restringe o aborto depois da sexta semana de gravidez. O governador já havia ajudado a promulgar uma legislação que proibiu o aborto depois da 15ª semana de gravidez.

Durante o comício, a presidente do partido democrata da Flórida, Nikki Fried, disse que quando DeSantis decidiu concorrer à presidência, “15 semanas não eram suficientes; tivemos que ir a seis semanas”. Nesse momento, Biden fez o sinal da cruz em aparente desaprovação das leis pró-vida.

“Usar indevidamente esse gesto sagrado é zombar da nossa fé católica”, disse dom Paprocki em vídeo publicado no canal da diocese no YouTube na última quarta-feira (8).

“Fazer o sinal da cruz é um dos gestos mais profundos que um católico pode fazer ao mostrar reverência pela morte de Cristo na cruz e crença na Santíssima Trindade ao fazermos o sinal em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, disse o bispo.

Dom Paprocki expandiu suas críticas a Biden no podcast diocesano Dive Deep no dia seguinte, 9 de maio, ao dizer que Biden está “zombando do gesto” do sinal da cruz porque o estava fazendo “para promover algo mau, e é isso que o torna um sacrilégio.”

No seu vídeo original, Paprocki discutiu as disposições pelas quais alguém poderia excomungar-se e deu as definições de heresia, cisma e apostasia. Ele não chegou a associar qualquer um desses termos a Biden. Durante o podcast, o bispo disse que isso exigiria um “processo canônico”, que provavelmente ocorreria dentro da diocese de Biden, a arquidiocese de Washington D.C.

Dom Paprocki disse que o apoio de Biden ao aborto “na verdade… rejeita pelo menos parte do quinto mandamento”, que proíbe o assassinato.

“[Biden] parece estar dizendo que não tem problema em matar bebês no útero”, acrescentou o bispo.

“Até o presidente dos EUA está vinculado às verdades reveladas por Deus. Vivemos numa era de relativismo onde as pessoas pensam 'bem, você tem a sua verdade e eu tenho a minha verdade', [mas] realmente existe apenas uma verdade revelada por Deus”, disse Paprocki mais tarde durante o podcast.

No final do vídeo original, o bispo citou o sexto capítulo da epístola de são Paulo aos Gálatas.

“Não se engane: de Deus não se zomba, pois o homem só colherá o que semeia, porque quem semeia para a sua carne colherá da carne a corrupção, mas quem semeia para o espírito colherá do espírito a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, pois no devido tempo faremos a colheita, se não desistirmos. Portanto, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas especialmente aos que pertencem à família da fé”, escreveu são Paulo.

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Dom Paprocki expressou concordância com os comentários feitos por outros bispos sobre o apoio de Biden ao aborto. Ele disse concordar com o arcebispo de Washington D.C., o cardeal Wilton Gregory, que disse em março que o presidente “escolhe” quais elementos da fé católica acredita.

“Eu diria que há coisas, especialmente em termos de questões de vida, há coisas que [Biden] escolhe ignorar”, disse dom Gregory no programa Face the Nation , da rede de televisão americana CBS, no Domingo de Páscoa, em 31 de março.

“As questões da vida começam bem no início. E elas concluem com a morte natural. E você não pode escolher. Ou você respeita a vida em todas as suas dimensões ou tem que se afastar e dizer: ‘Não sou pró-vida’ ”, continuou o cardeal.

Dom Paprocki também disse concordar com o bispo de Orihuela-Alicante, na Espanha, dom José Ignacio Munilla, que disse na semana passada que Biden fazer o sinal da cruz em um comício em apoio ao aborto era “sacrilégio”.

Dom Munilla disse que fazer o sinal da cruz deve ser usado como um sinal “no qual nos lembramos que Jesus deu a vida por nós, deu a vida por todos os inocentes, deu a vida para restaurar a inocência e nos tornar santos”.

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