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Ativistas pró-vida presos nos EUA falam sobre sentença recebida como penitência e oração

A clínica de aborto Washington Surgi-Clinic em Washington D.C, nos EUA, em 7 de abril de 2022. | Katie Yoder/CNA

A ativista católica pró-vida Joan Andrews Bell, condenada a dois anos e três meses de prisão, prometeu continuar a defender os nascituros e pediu a outros para unirem-se a ela em oração. Bell, que tem 76 anos, é um dos sete ativistas pró-vida condenados à prisão por uma tentativa de “resgate” numa clínica de aborto em Washington, DC, EUA.

“Quanto mais difícil fica para nós, mais podemos nos alegrar por estarmos tendo sucesso”, disse Bell. “Não somos mais tratados como os privilegiados de nascença, mas como somos discriminadas pelos que são contra as crianças concebidas. Não esperamos justiça nos tribunais. Além disso, não a buscamos para nós mesmos quando ela é negada aos nossos amados irmãos e irmãs”, disse Bell em comunicado obtido pela CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital.

Ela disse ver sua sentença de prisão como “um momento de oração e reparação” pelo “pecado do aborto na América”.

“O tempo de Deus é perfeito. Posso não ver nenhum fruto dessas orações e atos simples, mas o Senhor de todos fará o que for melhor. Por favor, reze e faça o que Deus quer que você faça”, concluiu ela.

O que está acontecendo?

Bell e seis outros pró-vida foram condenados esta semana por crimes graves envolvendo conspiração contra direitos e violação da à Lei de Liberdade de Acesso às Entradas de Clínicas (FACE, na sigla em inglês).

Assinada pelo presidente Bill Clinton em 1994, a Lei FACE proíbe a obstrução do acesso ou a destruição de clínicas de aborto e centros de gravidez. A lei foi criticada por vários legisladores por ser aplicada de forma desigual contra ativistas pró-vida.

Os ativistas condenados à prisão esta semana são Joan Bell, Lauren Handy, de 30 anos, John Hinshaw, de 69, William Goodman, 54, Herb Geraghty, 27, Jonathan Darnel, 42, e Jean Marshall, 74. As sentenças foram da juíza distrital dos EUA Colleen Kollar-Kotelly.

Segundo o Departamento de Justiça, os sete ativistas se envolveram em uma conspiração para criar um bloqueio à Washington Surgi-Clinic, operada por Cesare Santangelo, um abortista que já foi acusado de infanticídio.

O que dizem os pró-vida presos?

Lauren Handy, que é diretora de ativismo do grupo pró-vida secular Progressive Anti-Abortion Uprising (PAAU Levante Progressista Anti-Aborto) recebeu a sentença mais dura, quatro anos e nove meses, por causa de seu papel como organizadora da manifestação.

“Rejeito o uso do medo e da vergonha de dentro e de fora como um meio de nos impedir de amar os pré-nascidos como nossos iguais”, disse Handy depois da sentença. “Rejeito apelos para moderar respostas apaixonadas a atos flagrantes de violência”.

“Eu prefiro a coragem em vez do conforto e o certo em vez do fácil”, disse Handy. “Abraço a incerteza num futuro cheio de esperança. Eu abraço a ternura, a alegria e o amor pelos próximos nascituros”, continuou Handy.

John Hinshaw, de 69 anos, que foi condenado a um ano e nove meses de prisão, também divulgou um comunicado no qual se referiu aos “cinco de Washington”, cinco bebês prematuros cujos corpos mutilados foram encontrados pela PAAU do lado de fora da Washington Surgi-Clinic.

Ele perguntou por que sua neta, que nasceu com 32 semanas, pode ser valorizada enquanto bebês na mesma fase eram mortos e deixados no lixo.

“Há uma razão pela qual a leitura do Evangelho de hoje é dar a vida pelos amigos”, disse Hinshaw. “Isso não é uma coincidência. Sou condenado, embora seja inocente. Assumo a culpa desse juiz. Aceite meu amor por ti, juiz, como expiação por sua culpa”.

“Uma espécie de Quaresma”

Chris Bell, marido de Joan Bell há 32 anos, disse à CNA que não consegue ver sua mulher desde que ela foi condenada e presa em agosto do ano passado.

Segundo Chris, Joan foi mantida longe de sua família enquanto esteva encarcerada no Centro de Detenção de Alexandria, na Virgínia do Norte. Ele disse que apesar de sua prisão, ela está de “muito bom” humor e vê sua sentença como “uma espécie de Quaresma”.

Agora que ela foi condenada, ele espera que ela seja transferida para outra prisão, mas não tem ideia para onde ela será enviada. Nesse período, ele disse que toda a família dela está oferecendo seu sofrimento pelos nascituros ao lado dela.

“Temos sete filhos, sete netos nascidos e um neto prestes a nascer”, disse Chris Bell. “Todos estão sentindo muita falta dela. É muito difícil saber que sua mãe, sua avó está na prisão porque ela fez algo de bom. É difícil saber que ela está separada deles. Então, é difícil. Isso faz parte da nossa oferta a Deus”.

Chris Bell disse que eles estão rezando não apenas pelos nascituros, mas também pelo juiz, pelo abortista e por todos os que promovem uma agenda pró-aborto.

“Ela sabe que está fazendo isso pelos nossos pecados e pelos pecados do aborto, então isso a mantém concentrada e permite que, mesmo nesta situação, encontre a vontade de Deus e se sinta apoiada por isso”, disse ele. “Quando se faz a vontade de Deus, não importa quão difíceis sejam as circunstâncias, encontra-se uma paz profunda. Pode ser desafiador, mas há uma paz profunda”, disse Chris Bell.

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