18 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco elogia livro do jesuíta James Martin sobre a ressurreição de Lázaro

O padre jesuíta James Martin e o papa Francisco. | Kerry Weber via Wikipedia cc 4.0; Daniel Ibáñez/CNA.

O papa Francisco escreveu um prefácio à versão italiana de um novo livro do padre jesuíta James Martin sobre o tema da cura de Lázaro por Jesus. Para o papa, o livro de Martin serve como um lembrete de que “Jesus não tem medo de nossa morte ou de nosso pecado”.

No prefácio escrito em 11 de março, divulgado pelo serviço oficial de informação da Santa Sé, Vatican News, o papa Francisco disse que a ressurreição de Lázaro, que é narrada no evangelho de João, mostra que “Jesus não tem medo de se aproximar do pecador, de qualquer pecador, mesmo o mais impassível e sem vergonha”.

“Ele tem apenas uma preocupação: que ninguém se perca, que ninguém perca a chance de sentir o abraço amoroso de seu Pai”, escreveu o papa Francisco.

O papa Francisco recebeu em várias ocasiões o controverso padre jesuíta em audiências privadas no Vaticano e expressou apoio ao ministério de Martin junto às pessoas com tendência homossexual, instando-o a “continuar assim”. O livro mais recente de Martin, lançado nos EUA em setembro de 2023, é intitulado “Come Forth: The Raising of Lazarus and the Promise of Jesus' Greatest Miracle” (‘Venha Para Fora: A Ressurreição de Lázaro e a Promessa do Maior Milagre de Jesus”, em tradução livre).

“O padre James tem a perspectiva de uma pessoa que se apaixonou pela Palavra de Deus”, disse o papa Francisco ao descrever Martin como “o autor de muitos outros livros que conheço e aprecio”.

“Ao ler os cuidadosos argumentos e exegeses dos estudiosos bíblicos que ele cita, fiquei pensando quantas vezes conseguimos abordar as Escrituras com a ‘fome’ de uma pessoa que sabe que aquela palavra é realmente a Palavra de Deus”, escreveu o papa.

“O fato de Deus 'falar' deveria nos dar um pequeno choque a cada dia. A Bíblia é verdadeiramente o alimento que precisamos para administrar nossas vidas. É a ‘carta de amor’ que Deus enviou – desde há muito tempo – a homens e mulheres que vivem em todos os tempos e lugares”.

O envolvimento diário com a Bíblia, escreveu o papa, ajuda-nos a “compreender até que ponto a Escritura é um corpo vivo, um livro aberto, um testemunho vibrante de um Deus que não está morto e enterrado nas prateleiras empoeiradas da história”.

A fé cristã, escreveu Francisco, é uma mistura do “divino e do humano – nunca um sem o outro”, graças à encarnação de Jesus como homem. Jesus, que se descreveu como “a ressurreição e a vida”, tornou possível a vida eterna até mesmo para os pecadores.

“Todos nós, então, somos Lázaro. Enraizando-se firmemente na tradição inaciana, o padre Martin introduz-nos diretamente na história deste amigo de Jesus. Nós também somos seus amigos — 'mortos' como às vezes estamos por causa dos nossos pecados, das nossas falhas e infidelidades, do desânimo que nos desencoraja e esmaga o nosso espírito. Jesus não tem medo de se aproximar de nós – mesmo quando ‘cheiramos' como um cadáver que foi enterrado há três dias”, escreveu o papa.

“Não, Jesus não tem medo da nossa morte ou do nosso pecado. Ele espera do lado de fora da porta fechada do nosso coração, aquela porta que só se abre por dentro, que trancamos com ferrolho duplo sempre que pensamos que Deus nunca poderia nos perdoar”.

O papa Francisco disse que “nossa vida é dedicada ao infinito… Fomos feitos para a eternidade”.

“É claro que os mortos ressuscitam, mas como é verdadeiro nos lembrar que nós, os vivos, não morremos! Certamente a morte vem, a morte nos afeta, não apenas a nossa, mas sobretudo a de nossos entes queridos e familiares, de todas as pessoas: quanta morte vemos ao nosso redor, injusta e dolorosa, porque é causada por guerras, pela violência e pela prevaricação de Caim sobre Abel. Mas o homem e a mulher estão destinados à eternidade”, escreveu o papa.

Ao longo dos anos, críticos acusaram Martin de rejeitar a doutrina da Igreja sobre a pecaminosidade dos atos homossexuais, mas ele insistiu que não rejeita a doutrina da Igreja. Em dezembro do ano passado, depois da Santa Sé publicar a declaração Fiducia supplicans, que abriu a porta para que padres abençoem uniões homossexuais, Martin escreveu nas redes sociais: “Junto com muitos padres, terei agora o prazer de abençoar meus amigos em uniões homossexuais”.

O papa Francisco escolheu Martin para ser um dos 364 bispos, padres, religiosos e leigos que votaram no Sínodo da Sinodalidade em outubro do ano passado.

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