11 de dezembro de 2024 Doar
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Comitê de migração da conferência dos bispos dos EUA critica ordem de segurança na fronteira de Biden

Imigrante com bebê em direção aos EUA na província de Darién, Panamá, em 22 de setembro de 2023. | Luis Acosta/AFP via Getty Images

O bispo de El Paso, Texas, dom Mark Sietz, presidente do Comitê de Migração da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) criticou a mais recente ação executiva do presidente Joe Biden sobre imigração, que vai impedir que migrantes adultos entrem nos EUA pela fronteira sul quando as tentativas de travessia ilegal da fronteira aumentarem.


Em comunicado publicado ontem (4), dom Mark Seitz disse que o comitê está "profundamente perturbado" com as ações do governo e as chamou de "desrespeito às proteções humanitárias fundamentais e à lei de asilo dos EUA".


"Há uma crise de consciência na fronteira dos EUA com o México", disse dom Seitz. "Quando famílias vulneráveis que buscam segurança e meios para uma vida digna são rotuladas de 'invasoras' ou 'ilegais', termos que mascaram sua humanidade, nos desviamos do caminho da justiça, sucumbimos ao nosso medo do 'outro' e abandonamos os valores sobre os quais nossa nação foi fundada".


A ordem de Biden, que entrou em vigor ontem (5), impede a entrada da maioria dos requerentes de asilo que entram no país pela fronteira sul quando há um aumento nas travessias ilegais. Os fechamentos temporários das fronteiras aplicam-se aos requerentes de asilo que entram ilegalmente no país e depois pedem asilo, mas não se aplicam aos requerentes de asilo que entram através de um processo legal estabelecido.


O fechamento das fronteiras entra em vigor depois que o número de tentativas de travessias ilegais atinge uma média de 2.500 ao longo de um período de sete dias. Quando o número de encontros cair para uma média de 1.500 em um período de sete dias, os solicitantes de asilo que entrarem ilegalmente no país serão novamente autorizados a pedir asilo e permanecer no país enquanto seu status de asilo estiver pendente.


Em sua declaração, Seitz acusou Biden de "impor limites arbitrários ao acesso ao asilo e restringir o devido processo legal". O bispo acrescentou que as medidas "apenas vão empoderar e encorajar aqueles que buscam explorar os mais vulneráveis" e "não vão reduzir de forma sustentável os níveis crescentes de migração forçada vistos em todo o mundo".


"Como defensores da vida e da dignidade humanas, que consideramos sagradas e invioláveis desde o momento da concepção, não podemos aceitar condições injustas sobre o direito de migrar para aqueles que fogem de situações de risco de vida", continuou o bispo.


Dom Seitz disse que ele e seus colegas não se opõem ao "direito e à responsabilidade de um país de manter suas fronteiras e regular a imigração em prol do bem comum", mas encorajou Biden "a reverter o curso e comprometer mais uma vez seu governo com políticas que respeitem a vida humana e a dignidade dos migrantes, dentro e fora de nossas fronteiras".


Pontos de vista diferentes


No entanto, nem todos os católicos concordam com a caracterização da situação feita pelo bispo. Andrew Arthur, católico, ex-juiz de imigração e atual membro do Centro de Estudos de Imigração, disse à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital, que "deve discordar respeitosamente" de Seitz.


Arthur disse à CNA que praticamente todos os países dão proteção humanitária aos refugiados, e "não há razão para que qualquer migrante que chegue à fronteira sudoeste, com exceção dos cidadãos mexicanos (que apresentam poucos pedidos de asilo), precise entrar ilegalmente nos EUA para buscar proteção".


"Poucos desses pedidos de asilo são finalmente concedidos, mas quase todos têm permissão para viver e trabalhar aqui durante os anos em que esses pedidos levam para passar pelo sistema judicial", disse Arthur. "Isso os coloca em competição direta por trabalho e salários com os americanos mais necessitados, os pobres e aqueles que não tiveram o benefício de uma educação de qualidade em escolas falhas".


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A ordem executiva para impedir a travessia ilegal de migrantes ocorre num momento em que Biden recebe críticas pelo número recorde de travessias ilegais de fronteira durante sua presidência. Houve cerca de 2 milhões de travessias ilegais de fronteira todos os anos desde que Biden assumiu o cargo.


"Essa ação nos ajudará a obter o controle de nossa fronteira e restaurar a ordem no processo", disse o presidente em entrevista coletiva na última terça-feira (4). Biden criticou os republicanos que não apoiaram uma proposta de lei de fronteira em fevereiro e os acusou de fazer política com a segurança da fronteira em vez de tentar resolver o problema.


"A invasão da fronteira e crimes cometidos por migrantes não vão parar até que Joe Biden seja deportado da Casa Branca", disse Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha do ex-presidente Donald Trump, em comunicado no qual acusa Biden de ser fraco na segurança da fronteira.


Enquanto isso, a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) também anunciou que vai entrar com uma ação contra o governo Biden sobre o assunto.


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