VALÊNCIA, Feb 16, 2006 / 14:34 pm
O Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, esclareceu que a violência contra a mulher é sempre um crime execrável e se desculpou com os que se sentiram ofendidos pelo artigo publicado em um jornal paroquial em que um sacerdote aposentado justifica esta situação.
Conforme informa a agência AVAN, diante das "injustas, lamentáveis e errôneas palavras vertidas em um jornal paroquial por um sacerdote aposentado e sem serviço pastoral", Dom García Gasco pediu aos leitores de sua carta semanal, não se deixar levar pela confusão, pois nem a Igreja nem ele mesmo compartilham as opiniões do idoso sacerdote, e em todo caso, pede perdão a quem possa ter se sentido aludidos e ofendidos por elas.
Em sua carta semanal, o Arcebispo de Valência recordou que se anteriormente "não tive inconveniente de pedir publicamente perdão às vítimas do terrorismo quando acreditaram que havia comportamentos na Igreja insensíveis à sua dor", do mesmo modo agora "quero uma vez mais mostrar meu carinho e acolhimento a todas as vítimas da ‘violência machista’ e, com palavras e com atos, manifestar-lhes meu respeito. Sempre encontraram e encontrarão proteção e amparo na Igreja valenciana".
Dom García-Gasco, que intitulou sua carta de "Perdão pela insensibilidade com as mulheres que sofrem", afirmou que "a Igreja tem que estar sempre do lado dos que sofrem, deve demonstrar uma especial sensibilidade e respeito pelas pessoas que sofrem injustamente e são vítimas de crimes. Nada pode justificar um crime".
Além disso, defende que "não cabe a menor ambigüidade nem a menor sombra de dúvida, nem de hesitação: a violência contra a mulher é sempre um crime execrável, uma barbárie repugnante, uma ofensiva violação do plano de paz e de amor que Deus tem para seus filhos e filhas".
Em sua carta, Dom. García-Gasco reiterou sua "condenação incondicional a todo tipo de ofensa, violência, exploração, maus tratos ou vexame contra a mulher" e particularizou que "a doutrina da Igreja sobre a diferença sexual implica um repúdio sem paliativos, tanto do ‘machismo’, que prega a submissão da mulher, como da ‘guerra de sexos’, que nega que entre o homem e a mulher podem haver relações de mútua ajuda e complementaridade".
O Prelado assinalou para terminar, que "a violência contra a mulher é violência contra toda a humanidade. Acertam os que designam como ‘terrorismo doméstico’. Nada há que possa justificá-la".
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