18 de dezembro de 2024 Doar
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Rezar um pelo outro antes mesmo do namoro, nos ajuda na vida de oração casados, dizem casais

Ana Paula e Victor Meriguete com os dois filhos | Arquivo pessoal

Victor Meriguete, 29 anos, e Ana Paula Meriguete, 28 anos, são de Guarapari (ES), estão casados há cinco anos e têm dois filhos. Diogo Barros, 31 anos, e Ester Barros, 28 anos, são de São Paulo (SP), estão casados há nove meses e esperam o nascimento da primeira filha nos próximos dias. Essas duas famílias têm em comum a oração pelo futuro cônjuge antes mesmo do namoro e garantem que isso reflete hoje na vida de oração casados.

“Rezamos durante três meses antes de começarmos a namorar, pedindo para que Deus unisse os propósitos. Vale muito a pena, porque faz você tomar suas decisões em Deus”, disse à ACI Digital Victor Meriguete. Para ele, “hoje, a oração é presente” em sua casa, “porque lá atrás isso já era normal” para eles, “fazia parte da rotina”.

Diogo Barros, que recebeu conselhos para rezar por sua futura mulher antes mesmo de conhecê-la, disse que “um ponto positivo” disso “é que você tira um pouco esse peso da expectativa dos seus ombros e coloca nas mãos de Deus, então, você acaba ficando mais sereno, porque sabe que Ele está cuidando”.

Os missionários Ricardo e Eliana Sá são casados e há mais de 20 anos fazem missão por todo o Brasil focados nos temas de família e matrimônio. Para Ricardo, a iniciativa de rezar pelo futuro cônjuge antes mesmo de conhecê-lo “é muito linda, porque nasce da compreensão de que Deus conduz todas as coisas”. “Na medida em que vamos amadurecendo na fé, vamos entendendo que a providência divina não diz respeito àquilo que a gente materialmente tem ou deixa de ter. A providência divina é essa força poderosa que conduz a nossa vida em todos os seus aspectos e Deus, inclusive, é especialista em detalhes”, disse.

Tendo em vista que em junho é celebrado o dia dos namorados, 12 de junho, Ricardo e Eliana Sá se uniram à rede social de oração Hozana para lançar uma “novena para encontrar o amor da minha vida”. “Nós unimos essas duas missões, o convite para oração e o desejo de encontrar alguém para a realização da vocação”, disse Ricardo à ACI Digital.

Segundo ele, “a novena é esse pedido insistente”, algo “bonito porque diz respeito ao modo como vivemos nossa fé”. “Nós brasileiros, católicos, gostamos muito das novenas, elas são de uma riqueza muito grande dentro de nossa cultura religiosa”, acrescentou.

Os nove dias de oração são guiados ora por Ricardo Sá, ora por Eliana Sá. A cada dia, os inscritos vão se aprofundando em temas como amor, espera e confiança.

Mas, a novena não deve ser encarada de modo supersticioso, ressaltou Ricardo. “Não é para ficar somente na reza, vamos também em busca da concretização dessa realidade”, disse.

“É maravilhoso encontrar testemunhos de jovens que desde cedo começam a rezar aguardando justamente que ao longo da vida, do dia a dia, sejam conduzidos por Deus pela força da oração para que encontrem aquele que, por vocação, Deus vai unir para realização desta mesma vocação, que se concretiza através do sacramento do matrimônio”, acrescentou.

Unidos pelo terço

Victor e Ana Paula já tinham “uma amizade de grupo de jovens” antes de começar a namorar. Ele contou à ACI Digital que era consagrado a Nossa Senhora e, como Ana Paula e outra amiga queriam fazer a consagração, os três começaram a se reunir para “fazer os exercícios de preparação e rezar o terço”. Mesmo depois da consagração das duas, ele e Ana Paula continuaram se encontrando para rezar o terço.

“Um dia, um padre passou na praça e nos viu rezando o terço e perguntou se estávamos namorando. Eu disse que não e ele disse que deveríamos pensar”, recordou.

Os dois, então, passaram a rezar para um discernimento. “Começamos a rezar não para Deus responder se era para namorarmos, mas para que Deus nos desse um olhar mais atento para vermos quem era a pessoa para um namoro”, disse. Segundo Victor, ambos já tinham “o discernimento da vocação, que era para o matrimônio” e também “o ideal da pessoa que queríamos para ser nossa esposa e marido, mãe e pai de nossos filhos”.

Depois de três meses de oração, concordaram que a pessoa que queriam como futuro cônjuge “já estava próxima” e iniciaram o namoro. A oração do terço permitiu que mantivessem “o propósito de estar sempre perto de Nossa Senhora”, o que se seguiu também no namoro.

“No namoro nos ajudou muito para continuar unindo nossos propósitos, entender o motivo pelo qual estávamos juntos”, disse Victor. Segundo ele, além das “orações formais”, passaram também a fazer “orações espontâneas um pelo outro”.

“Nessas fases, construímos a base para aquilo que vivemos hoje no casamento”, acrescentou.

De novena em novena

Diogo e Ester Barros. Arquivo pessoal

A história de Diogo e Ester começou à distância, em 2020, no meio da pandemia de covid-19. Ele morava em Recife (PE) e ela em Socorro (SP) e se conheceram pelo aplicativo de solteiros católicos ‘Caná’, criado pelos missionários Ricardo e Eliana Sá.

Ricardo Sá disse à ACI Digital que em uma das várias viagens que realizam pelo Brasil em missão, um jovem solteiro se aproximou deles e “fez essa solicitação: façam alguma coisa por nós, está muito difícil encontrar alguém que tope não ter relações sexuais antes do sacramento, que queira ter filhos, que queira constituir uma família”. Foi então que tiveram a ideia de criar “um aplicativo de encontros para solteiros cristãos”, lançado há mais de um ano e que “está disponível nas lojas de aplicativos em nova versão”.

Diogo Barros contou à ACI Digital que logo no começo dessa iniciativa, recebeu em um grupo de WhatsApp de amigos da Igreja o link do aplicativo. Entrou “para dar uma olhada, mas sem grandes expectativas”, criou seu perfil com as informações básicas como nome, cidade, interesses, foto, e deixou “para lá”. Entrou novamente dois dias depois e viu a foto de Ester.

Ela também tinha recebido o link “em um grupo de meninas católicas no WhatsApp”. “Eu sempre fui mais desesperada para querer casar. Chegou um tempo que muitas amigas e o padre na direção espiritual falavam para eu rezar” pela vocação e pelo futuro marido, disse. “Lembro-me de uma amiga que me contou que tinha escrito uma carta para Deus contando como queria que fosse o marido dela. Eu acabei não fazendo isso, mas isso ficava na minha mente e, toda vez que ia rezar, pedia a Deus que meu futuro marido fosse católico, que tivesse os mesmos princípios”.

Ester estava vivendo em São Paulo, onde trabalhava. Mas, quando tudo fechou por causa da pandemia, voltou para Socorro. Foi nesse momento que conheceu o aplicativo e criou seu perfil. Mas, não colocou de qual cidade era. Os dois começaram a conversar pelo aplicativo e depois pelo WhatsApp e só então Diogo descobriu que Ester estava a mais de 2 mil quilômetros de distância.

“Eu sou muito devota de são Josemaria Escrivá. Nós começamos a conversar era 8 ou 9 de junho e o dia de são Josemaria Escrivá é 26 de junho. Ia começar a novena dele. Então, eu falei: vamos começar a rezar por isso, porque nossa situação não é fácil, cada um morando em um Estado, durante uma pandemia... Começamos a fazer chamada de vídeo para rezar a novena, foi então que começamos a conversar mais”, lembrou Ester.

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No mês seguinte, Diogo foi a São Paulo e os dois começaram a namorar. Durante seis meses, namoraram a distância. Como Diogo já tinha planos anteriores de se mudar para o Sudeste, começou a enviar currículos para empresas na capital paulista, cidade onde Ester trabalhava.

Durante a distância, os dois faziam chamadas de vídeos constantemente, principalmente para rezar. “Era um bom motivo para estar juntos, porque rezamos novena de Natal, rezamos a novena a são José para pedir um emprego”, contou Diogo.

No final de 2020, ele conseguiu um emprego em São Paulo e se mudou para lá no começo de 2021. Então, começaram a rezar o terço, ir à missa juntos e, aconselhados pelo padre que os acompanhava, “ter um momento de oração espontânea um pelo outro”.

Há nove meses, Diogo e Ester se casaram. Uma semana depois da lua de mel, descobriram que Ester estava grávida. “Até nisso tenho sentido muito a resposta dessa união e dessa vida de oração que a gente sempre teve. Para mim, por mais que eu estivesse aberta à vida, foi um baque saber que já estava grávida. Mas, o Diogo é muito certo daquilo que estamos vivendo e me dá a segurança de que estamos fazendo tudo juntos e com Deus. Uma vez nos perguntaram sobre a gravidez: ‘vocês planejaram?’. A resposta dele foi: ‘não, Deus planejou’”, disse Ester.

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