17 de novembro de 2024 Doar
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Padre martirizado pelos comunistas é beatificado na Polônia

Missa de beatificação do padre Michał Rapacz no santuário da Divina Misericórdia em Kraków-Łagiewniki, Polônia | Episkopat News

O padre polonês Michal Rapacz do século XX, assassinado por autoridades comunistas, foi beatificado ontem (15), no santuário da Divina Misericórdia em Kraków-Łagiewniki, na Polônia.

O papa Francisco reconheceu o martírio do padre Michał Rapacz em janeiro. O sacerdote de 41 anos foi morto com dois tiros por autoridades comunistas na madrugada do 11 de maio de 1946, depois de ser transferido de sua paróquia no sul da Polônia para uma floresta próxima.

"Da celebração da missa e da adoração ao Santíssimo Sacramento, (padre Rapacz) extraiu força e energia interiores, capazes de transformar a vida e o mundo, a vida cotidiana e a história", disse o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos do Vaticano, em sua homilia na missa de beatificação.

O cardeal Semeraro veio de Roma para celebrar a beatificação em Cracóvia. Ele proclamou a fórmula de beatificação diante de um santuário lotado com cerca de 1.800 pessoas, incluindo os sobrinhos bisnetos do padre Rapacz, Karolina Basista e Michał Pietrzak.

A missa também marcou o fim do Congresso Eucarístico na arquidiocese de Cracóvia.

O cardeal destacou que, para o recém- beato, "difundir o amor de Cristo presente no Pão Consagrado era o único remédio eficaz contra o ateísmo, o materialismo e todas aquelas concepções de mundo que ameaçam a dignidade humana".

Da Eucaristia, acrescentou o cardeal, o padre Rapacz extraiu um amor que "não fica paralisado diante do ódio, da violência e de tudo o que causa medo".

O padre Rapacz foi reconhecido como mártir, segundo o Dicastério para as Causas dos Santos, por ter se recusado a deixar sua paróquia ou a abandonar seu ministério pastoral, apesar da proibição da celebração de liturgias e atividades católicas durante as ocupações da Polônia pela Alemanha nazista e pela União Soviética.

Durante uma de suas homilias, o sacerdote, que estava sendo perseguido pelas autoridades comunistas por seu zeloso serviço aos paroquianos, disse: "Mesmo que eu caia morto, não deixarei de pregar este Evangelho e não renunciarei à minha própria cruz”.

Em sua homilia, o cardeal Semeraro chamou a atenção para a profunda espiritualidade do novo beato, incluindo seu hábito de rezar todas as noites diante do sacrário de sua igreja com uma cruz e seu arquivo paroquial.

"Uma lista de paroquianos passou a ser seu livro de orações, por meio do qual ele recomendava a Deus, uma a uma, as famílias e os indivíduos de sua comunidade", ressaltou o cardeal.

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