20 de dezembro de 2024 Doar
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Ex-núncio nos EUA Viganò será julgado por cisma e por rejeitar o papa Francisco

O arcebispo Carlo Maria Viganò | Edward Pentin/National Catholic Reporter

O arcebispo Carlo Maria Viganò disse hoje (20) que o Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé iniciou um processo contra ele pelo alegado crime de cisma.

Citando um documento que publicou no seu site e postou em suas redes sociais, o ex-núncio papal nos EUA escreveu que foi convocado a Roma em 20 de junho para enfrentar um processo penal extrajudicial pelas acusações.

“Fui convocado ao Palácio do Santo Ofício no dia 20 de junho, pessoalmente ou representado por um canonista”, escreveu o arcebispo no X. “Presumo que a sentença já esteja preparada, visto que se trata de um processo extrajudicial”.

As acusações contra Viganò envolvem ter feito declarações públicas que supostamente negam elementos fundamentais necessários para manter a comunhão com a Igreja Católica. Isto inclui a negação da legitimidade do papa Francisco como pontífice legítimo e a rejeição total das decisões tomadas no Concílio Vaticano II.

Viganò, que serviu como núncio apostólico em Washington, D.C., de 2011 a 2016, comentou que considerava as acusações contra ele “uma honra”.

Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, disse que o Dicastério para a Doutrina da Fé não comentou o suposto processo.

CNA, agência em inglês da EWTN, grupo a que pertence ACI Digital, entrou em contato com a Santa Sé para confirmação e comentários.

Viganò ganhou as manchetes em 2018 com a alegação, seguida de várias cartas, de que importantes bispos tinham sido cúmplices no encobrimento de supostos abusos sexuais cometidos pelo ex-cardeal Theodore McCarrick. Ele também pediu ao Papa Francisco que renunciasse.

 

De acordo com o Vatican News, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse na quinta-feira em reação à notícia: “O arcebispo Viganò tomou algumas atitudes e algumas ações pelas quais deve responder”.

 

Parolin acrescentou: “Lamento muito porque sempre o apreciei como um grande trabalhador, muito fiel à Santa Sé, alguém que foi, em certo sentido, também um exemplo. Quando era núncio apostólico fez um bom trabalho”.

Daniel Payne colaborou nessa matéria.

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