Jul 1, 2024 / 08:54 am
“Olhemos para o coração de Deus, para que a Igreja e a sociedade não excluam ninguém, não tratem ninguém como ‘impuro’, para que cada um, com a sua história, seja acolhido e amado sem etiquetas, sem preconceitos, seja amado sem adjetivos”, disse o papa Francisco durante sua reflexão antes da oração do Ângelus de ontem (30), no Vaticano.
Diante dos fiéis presentes na praça de São Pedro, sob o calor do sol romano, Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho (Mc 5,21-43) em que Jesus se deixa tocar por uma mulher hemorrágica, que fica curada; e em que ele ressuscita a filha de Jairo.
“Dois milagres, um de cura e outro de ressurreição. Estas duas curas são relatadas num único episódio. Ambas ocorrem por contacto físico. De fato, a mulher toca no manto de Jesus e Jesus toma a jovem pela mão”, disse o papa Francisco.
Segundo o papa, nestes dois milagres há contato físico com pessoas consideradas impuras, algo que Jesus não teme, o que “desafia uma conceção religiosa errada, segundo a qual Deus separa os puros de um lado e os impuros do outro. Pelo contrário, Deus não faz essa separação, porque todos somos seus filhos, e a impureza não vem da comida, da doença ou até da morte, mas a impureza vem de um coração impuro”.
“Aprendamos isto: perante os sofrimentos do corpo e do espírito, perante as feridas da alma, perante as situações que nos esmagam, e inclusive perante o pecado, Deus não nos mantém à distância, Deus não se envergonha de nós, Deus não nos julga; pelo contrário, aproxima-se para se deixar tocar e para nos tocar, e levanta-nos sempre da morte”, disse o papa Francisco.
Deus não discrimina ninguém porque ama a todos
Francisco pediu para fixar uma imagem no coração: “Deus é aquele que te pega pela mão e te levanta, aquele que se deixa tocar pela tua dor e te toca para te curar e te dar de novo a vida. Ele não discrimina ninguém porque ama todos”.
E então, continuou o papa Francisco, “podemos perguntar-nos: acreditamos que Deus é assim? Deixamo-nos tocar pelo Senhor, pela sua Palavra, pelo seu amor? Entramos em relação com os nossos irmãos e irmãs, dando-lhes a mão para se levantarem, ou mantemo-nos à distância e classificamos as pessoas segundo os nossos gostos e preferências?”.
“Nós classificamos as pessoas. Faço-vos uma pergunta: Deus, o Senhor Jesus, classifica as pessoas? Que cada um responda a si próprio. Deus classifica as pessoas? E eu, vivo constantemente a classificar as pessoas?”, concluiu o papa.
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