5 de dezembro de 2024 Doar
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Algumas cenas nas Olimpíadas Paris 2024 são uma “ofensa a muitos cristãos”, diz comunicado da Santa Sé

Banner com os anéis olímpicos e o símbolo das Olimpíadas Paris 2024 no Trocadéro, em Paris, França, em 14 de julho de 2024. | STEFANO RELLANDINI/AFP via Getty Images

A Santa Sé publicou um comunicado no sábado (3) denunciando um show que zombou da Última Ceia na cerimônia de abertura das Olimpíadas Paris 2024 em 26 de julho. A Conferência Episcopal Francesa e outros líderes católicos e mundiais também condenaram a exibição.

A Santa Sé disse em e-mail a jornalistas em francês que “ficou triste com algumas cenas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris e não pode deixar de se unir às vozes que se levantaram nos últimos dias para deplorar a ofensa feita a muitos cristãos e fiéis de outras religiões”.

“Em um evento de prestígio, no qual o mundo inteiro se reúne em torno de valores comuns, não deve haver alusões ridicularizando as convicções religiosas de muitas pessoas”, continuou o comunicado.

A cena polêmica, parte do show de 1,5 bilhão de euros (cerca de R$ 9,3 bilhões) que deu início às Olimpíadas de Verão de 2024, contou com drag queens interpretando os apóstolos e uma autoproclamada DJ lésbica como Jesus no que parecia ser parte de um desfile de moda, aparentemente zombando da famosa pintura de Leonardo da Vinci.

“A liberdade de expressão, que obviamente não está em questão, encontra o seu limite no respeito pelo próximo”, concluiu a Santa Sé no seu comunicado.

O comunicado de sábado (3) ocorre na sequência de uma carta aberta divulgada por cardeais e bispos de todo o mundo na sexta-feira (2), pedindo ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que "repudie" e "peça desculpas" pela "zombaria intencionalmente odiosa" da Última Ceia.

Na carta, assinada por três cardeais e 24 bispos, lê-se: “É difícil entender como a fé de mais de dois bilhões de pessoas pode ser tão casual e intencionalmente blasfemada”.

Os signatários, liderados pelo prefeito emérito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, cardeal Raymond Leo Burke; pelo bispo auxiliar de Astana, Cazaquistão, dom Athanasius Schneider; pelo arcebispo de Durban, África do Sul, cardeal Wilfrid Fox Napier; e pelo arcebispo de Adis Abeba, Etiópia, cardeal Berhaneyesus Demerew Souraphiel também se comprometeram a “um dia de oração e jejum em reparação por essa blasfêmia”.

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