18 de novembro de 2024 Doar
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Servir como coroinha é demonstrar amor a Jesus em primeiro lugar, diz padre

Coroinhas. | Crédito: Flickr Arquidiocese de Londrina (PR).

“O serviço do coroinha é um serviço daquele que demonstra o amor a Jesus Cristo em primeiro lugar”, disse o padre Evandro Delfino à ACI Digital hoje (15) dia de são Tarcísio, padroeiro dos coroinhas. Para o padre Delfino, assessor eclesiástico dos coroinhas da arquidiocese de Londrina (PR), “nesse amor a Jesus, o coroinha vai crescendo na dedicação em servi-lo a cada dia mais e no desejo de dedicar a sua vida por amor a Jesus”.

O aspecto mais importante a ser considerado no ministério dos coroinhas, segundo o padre Delfino, é a dimensão vocacional. “A partir dali se pode incentivar as crianças e adolescentes a ouvirem o chamado de Deus e a se dedicarem mais à Igreja e ao Reino de Deus, qualquer que seja a sua vocação”.

“Muitas vocações ao sacerdócio surgiram ao longo da história” por causa do ministério dos coroinhas, disse Delfino. “É sempre uma oportunidade muito especial para se fomentar a vocação sacerdotal entre os meninos”, pois “o coroinha está sempre próximo ao sacerdote, tem essa convivência no serviço do seu ministério”.

A Instrução Redemptionis Sacramentum, publicada durante o pontificado de são João Paulo II pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, já mencionava a relação dos coroinhas com as vocações sacerdotais. “É muito louvável que se conserve o benemérito costume de que crianças ou jovens, denominados normalmente assistentes (coroinhas), estejam presentes e realizem um serviço junto ao altar, similar aos acólitos... Não se pode esquecer que do conjunto destas crianças, ao longo dos séculos, tem surgido um número considerável de ministros consagrados”, diz o número 47 da instrução. 

 Além da dimensão vocacional, para o padre Delfino, é muito importante que a criança esteja inserida na comunidade eclesial desde cedo. “Essa inserção vai incutindo valores fundamentais que a criança leva para a vida. Valores humanos e cristãos e isso vai sedimentando a caminhada de tal forma que mais adiante na vida adulta teremos um cristão mais maduro, mais seguro dos valores que ele acredita, da fé que ele professa e do sentido de pertença à Igreja que já foi estimulado desde cedo”.

Quem pode ser coroinha?

O ministério do coroinha é aberto a todas as crianças batizadas. O limite de idade fica a cargo de cada diocese”, disse o padre Delfino. Houve um tempo em que apenas meninos podiam ser coroinhas. Hoje em dia tanto meninos quanto meninas podem exercer esse ministério”, prática adotada na maioria das dioceses brasileiras.

Delfino citou a instrução Redemptionis Sacramentum, que diz que “a esta classe de serviço ao altar podem ser admitidas meninas e mulheres, de acordo com o critérios do Bispo diocesano e observando as normas estabelecidas”.

Tarefas do coroinha

Os coroinhas são muito importantes no serviço do altar. Auxiliam o sacerdote com algumas tarefas que executam na liturgia para o bom andamento da celebração”, disse Delfino. “Sobretudo em celebrações solenes é muito importante a presença das crianças e adolescentes colaborando com o serviço do altar”.

“Auxiliam o sacerdote no momento do ofertório na preparação do altar levando até o sacerdote os vasos sagrados, as alfaias e tudo aquilo que é necessário para preparar o altar e se colocam à disposição do padre no que seja necessário na celebração, sempre com a disposição de servir como colaborador do celebrante”, disse.

Alfaias são os panos e objetos encapados com tecidos usados junto aos vasos sagrados na celebração da missa.

Os coroinhas também podem ser:

Librífero: apresenta ao sacerdote os livros litúrgicos utilizados nas celebrações dos sacramentos;

Turiferário: leva o turíbulo que é o objeto usado para incensar durante a celebração;

Naveteiro: conduz a naveta na procissão, usada para guardar o incenso que será colocado no turíbulo.

Ceroferário: leva as velas durante as celebrações, na procissão de entrada;

Cruciferário: leva a cruz processional na procissão de entrada e saída;

Baculífero: é quem leva o báculo do bispo e fica atrás do bispo nas procissões de entrada e saída.

Mitrífero: carrega a mitra na celebração.

Cerimoniário: É encarregado da organização e direção dos ofícios litúrgicos; mestre de cerimônias.

Diferença entre acólito e coroinha

Para o padre Delfino, pode haver uma confusão de termos quando se usa acólito para falar de um coroinha mais experiente, pois o “termo acólito designa um ministério”.

“Existe um ministério instituído, então, quem vai ser padre, diácono, é instituído, primeiro, acólito. O acólito instituído pode preparar o altar e, também distribuir a sagrada comunhão. Então, esse é o acólito propriamente dito. O acólito instituído”.

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Muitas dioceses, segundo Delfino, chamam de acólitos não-instituídos os coroinhas jovens que exercem “funções mais complexas, que exigem mais responsabilidades”.

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