21 de novembro de 2024 Doar
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A música não é ornamento, mas parte essencial da liturgia, diz o papa Francisco

Papa Francisco em missa no Vaticano. | Daniel Ibáñez/EWTN Vatican

A música na liturgia “não é um elemento ornamental, mas parte integrante e necessária dela", disse o papa Francisco em mensagem aos participantes da 74ª Semana Litúrgica Nacional Italiana.

O tema do evento que ocorre entre 26 e 29 de agosto é "Na liturgia, a verdadeira oração da Igreja. Povo de Deus e Ars Celebrandi. ‘Fruto dos lábios que confessam o seu nome’ (Hb 13,15)”.

Em mensagem enviada ao arcebispo de Catanzaro-Squillace, Itália, dom Claudio Maniago, presidente do Centro de Ação Litúrgica, e assinada pelo Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, o papa referiu-se a quatro pontos para refletir sobre a liturgia como “verdadeira oração da Igreja”.

1. Música e canto na liturgia

“A música na liturgia não é um elemento ornamental, mas parte integrante e necessária dela (Sacrosanctum Concilium, 112), contribuindo, juntamente com as outras linguagens de que a liturgia é composta, para a epifania do mistério celebrado”, disse o papa em mensagem publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

“No canto, os fiéis vivem e expressam sua fé. São Paulo VI escreveu sabiamente a esse respeito: Se os fiéis cantam, não abandonam a Igreja; se não abandonam a Igreja, conservam a sua fé e a sua vida cristã”.

Francisco recomendou “cuidado especial, especialmente na celebração da Eucaristia dominical”.

“Por meio da consonância das vozes, se exprime a união espiritual dos que se comunicam, se manifesta a alegria do coração e se evidencia o caráter comunitário dos que se aproximam para receber a Eucaristia”.

2. Silêncio na liturgia

A mensagem do papa Francisco encoraja a “contrariar o frenesi, o barulho e a tagarelice que nos minam na vida cotidiana, valorizando o silêncio sagrado, gesto eloquente, tempo favorável e espaço fecundo para permanecer no amor do Senhor, cultivar o olhar contemplativo, aprofundar a oração do coração e deixar-se transformar pelo Espírito”.

Com o silêncio “a Igreja pode escutar Aquele que se revela no ‘sussurro de uma leve brisa’”, disse o papa.

3. A “coralidade” da oração litúrgica

O papa destacou a importância de se unir “à língua materna da Igreja”, para ser “um só corpo e uma só voz”.

“A beleza da verdade da oração cristã está justamente nesse entrelaçamento de vozes, que poderíamos chamar corretamente de coralidade. Cada oração cristã é sempre a várias vozes, assim como cada ação litúrgica é sempre de várias mãos: estamos unidos a Cristo e em Cristo redescobrimos toda a humanidade”, continuou.

O papa destacou que essa experiência de “coralidade” é vivida com mais intensidade “na Liturgia das Horas”, que “ainda merece esforços para que se torne efetivamente uma oração do povo de Deus”.

4. A promoção do “ministério litúrgico”

“A presença de uma ministerialidade diversificada, alimentada pela comunhão em Cristo, nutre a participação ativa da assembleia e promove a corresponsabilidade na missão, manifestando, em termos concretos, a natureza sinodal da Igreja”, disse o papa Francisco. “Essa consciência exige um esforço constante de formação, para evitar o personalismo e os delírios de protagonismo, para realizar um verdadeiro serviço à comunhão”.

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