19 de dezembro de 2024 Doar
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Trabalho de caridade da Administração Apostólica São João Maria Vianney é “Igreja em saída”, diz padre

Irmã Rosângela Rezende com os idosos do abrigo | Davi Corrêa / ACI Digital

“Muitos pensam que é só a missa tradicional”, diz o padre Silvano Salvatte Zanon sobre a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. “É mais do que isso, é uma vivência de Igreja”.

“Aquilo que o papa nos pede de Igreja em saída é esse trabalho, além do templo sagrado, é esse trabalho de caridade que é tão importante na Igreja e é uma marca registrada também da nossa administração apostólica”, disse o padre Silvano, pároco de Senhor Bom Jesus Crucificado e do Imaculado Coração de Maria, em Bom Jesus do Itabapoana (RJ). “É um trabalho da própria Igreja também. Se olharmos as maiores obras de caridade do mundo, elas são geridas, organizadas, iniciadas pela Igreja Católica e aqui não foi diferente”.

Essa vivência de que fala o padre Silvano inclui, na administração apostólica, escolas, orfanatos, e um abrigo para acolher idosos. “São muitas frentes de trabalho”, disse.

Idosas em um momento de lazer, no pátio do abrigo. Davi Corrêa / ACI Digital

Ele preside o Centro Social Imaculado Coração de Maria, que gere o Abrigo dos Idosos José Lima, em Bom Jesus do Itabapoana.

O abrigo foi fundado em 22 de agosto de 1970, por monsenhor Francisco Apoliano, que percebeu a necessidade de acolher “as pessoas desamparadas da cidade”, que tem pouco mais de 35 mil habitantes e fica na divisa com o estado do Espírito Santo.

Inicialmente projetado para acolher 50 idosos, “o abrigo foi crescendo e se consolidando”. Atualmente “o abrigo acolhe 85 idosos, são 35 homens e 50 mulheres, asilados em tempo integral” , disse o padre Silvano.

Para cuidar deles, a instituição conta com um grupo de funcionários e sete irmãs do Imaculado Coração de Maria e São Miguel Arcanjo que “moram no abrigo e têm uma dedicação, por vocação, 24 horas aqui, coordenando também todo esse trabalho”.

Religiosas dão atenção a idosas do abrigo. Davi Corrêa / ACI Digital

O instituto religioso do Imaculado Coração de Maria e São Miguel Arcanjo nasceu do abrigo. Um grupo de 13 catequistas que se reuniram para cuidar dos idosos do abrigo se transformaram em freiras do instituto, que foi reconhecido pela Santa Sé em 2008. Segundo a fundadora do Instituto, madre Virgínia Alves de Lima, o trabalho no abrigo é uma das “obras de misericórdia” através da qual as religiosas vivem seu carisma de “viver e propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria”.

A irmã Rosângela Rezende é uma das sete religiosas que vivem no abrigo. Ela é a responsável geral. Para ela, “é uma grande alegria estar prestando esse serviço”. “Convivemos aqui em família. Eles fazem parte da nossa família”, disse a religiosa, que conhece todos os idosos por nome, sabe a história de cada um e caminha por todos os espaços da instituição dando atenção a cada idoso que encontra. Uma delas, Maria, tem 114 anos.

Dona Maria, 114 anos, com uma das religiosas que trabalham no abrigo. Davi Corrêa / ACI Digital

No abrigo, os idosos ficam separados nas alas das mulheres e dos homens, recebem todos os cuidados de saúde, bem-estar, alimentação, fazem atividades físicas e para exercício da memória, além da vida espiritual, com os momentos de oração na capela.

Para o padre Silvano, o trabalho desenvolvido “não é só acolher o idoso a qualquer custo, mas com muita dignidade e, sobretudo, um meio também de evangelização”. “Muitos vêm para cá e, muitas vezes, na medida em que eles querem, vão ser catequizados, tudo respeitando cada um. Mas, naturalmente, eles vão se entregando pelo benefício recebido, pela caridade, conhecendo a fé, recebem os sacramentos da Igreja, morrem com serenidade, com tranquilidade e, sobretudo, com muita dignidade, que é uma marca registrada do nosso abrigo”, disse.

Por conhecimento do trabalho feito, disse o sacerdote, “a procura de vagas é muito grande, porque não é cobrada uma taxa”. “Acolhemos pessoas aqui da cidade de Bom Jesus, mas também, na medida do possível, muitos padres me pedem porque as pessoas querem vir para cá, sobretudo quem é católico”, disse.

Idosos durante atividade de memorização. Davi Corrêa / ACI Digital

A instituição é mantida com recursos do “trabalho de caridade do povo da paróquia, da cidade no geral”. “Algo muito importante para a paróquia e a Administração, é que as pessoas têm muita confiança de exercer o mandamento da caridade, sabendo que aqui vai ser bem empregado, é algo que as pessoas fazem com muita alegria, com muita generosidade, sabendo que qualquer oferta que é dada é cuidada com muito carinho, como algo sagrado, cristão”, disse o padre.

O sacerdote contou que em agosto, quando é celebrado o aniversário do abrigo, acontece na cidade a “Campanha da Caridade”. “Com grande alegria, as pessoas fazem essa doação, as escolas fazem gincanas de alunos para conseguir recursos para a instituição. Assim que a instituição vai se mantendo”, completou.

Esta matéria faz parte de uma série de reportagens sobre a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. A próxima será publicada amanhã, 5 de setembro.

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