17 de novembro de 2024 Doar
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Trump e Harris discutem aborto, imigração e economia em debate eleitoral

Donald Trump e Kamala Harris em debate ontem (10) na Filadélfia, Pensilvânia, EUA. | Win McNamee/Getty Images

O ex-presidente dos EUA Donald Trump e a vice-presidente dos EUA Kamala Harris debateram aborto, economia, imigração e suas diferentes visões sobre política externa americana no primeiro debate ontem (10) à noite. Trump é candidato à Presidência pelo Partido Republicano. Harris é a candidata democrata.

O debate foi organizado pela rede de TV ABC no National Constitution Center na Filadélfia, EUA. Os dois candidatos retrataram um ao outro como radicais.

Trump acusou Harris de ser “uma marxista” e criticou a economia do governo Biden-Harris.

“Temos uma nação em declínio e eles a colocaram em declínio”, disse Trump. “Temos uma nação que está morrendo.”

Harris disse que a retórica de Trump continha “um monte de mentiras, queixas e xingamentos”.

“O povo americano quer um presidente que entenda a importância de nos unir, sabendo que temos muito mais em comum do que aquilo que nos separa, e eu prometo a vocês ser uma presidente para todos os americanos”, disse ela.

Lei federal x estadual sobre o aborto

Os dois candidatos discutiram sobre como as regras do aborto deveriam ser definidas no país. Trump defende uma abordagem Estado por Estado e Harris, uma lei federal que crie um direito ao aborto.

Trump se recusou a responder se vetaria uma proibição nacional ao aborto. Harris se esquivou de responder se apoia o aborto tardio.

“Donald Trump selecionou pessoalmente três membros da Suprema Corte dos Estados Unidos com a intenção de que eles desfizessem as proteções de Roe x Wade, e eles fizeram exatamente como ele pretendia, e agora em mais de 20 Estados, há proibições ao aborto de Trump”, disse Harris no debate. A Suprema Corte dos EUA revogou em 2022 a decisão judicial Roe x Wade, de 1973, que impediu os Estados e a União de proibir o aborto no país.

Se eleita, Harris disse que “promulgaria com orgulho” uma lei que “restaurasse as garantias de Roe x Wade”.

Trump manteve apoio à anulação da decisão Roe x Wade pela Suprema Corte dos EUA, creditando “a inteligência, o coração e a força de seis juízes da Suprema Corte” pela conquista.

“Cada Estado individual está votando”, disse Trump. “É o voto do povo agora. Não está vinculado ao governo federal. Eu fiz um grande serviço ao fazê-lo. Foi preciso coragem para fazê-lo e a Suprema Corte teve grande coragem ao fazê-lo”.

Harris não respondeu diretamente aos moderadores se apoiaria alguma restrição ao aborto, mas disse que apoiaria os padrões estabelecidos em Roe x Wade.

Pressionada por Trump mais tarde sobre se permitiria "o aborto no oitavo mês, nono mês, sétimo mês", Harris interrompeu dizendo "come on". A expressão, nesse uso, equivaleria a algo como “Fala sério”, em português.

Trump continuou: "Esse é o problema porque, sob Roe x Wade, seria possível fazer abortos no sétimo mês, no oitavo mês, no nono mês". Harris respondeu: "Isso não é verdade".

Harris disse que Trump “promulgaria uma proibição nacional ao aborto”, o que o ex-presidente chamou de “uma mentira”. “Não há razão para promulgar uma proibição porque... os Estados estão votando”.

Quando os moderadores pressionaram Trump sobre o comentário de seu companheiro de chapa, JD Vance, de que Trump vetaria uma proibição nacional ao aborto, Trump disse que nunca discutiu o assunto com Vance e nunca disse que vetaria.

A vice-presidente também criticou Trump por pessoas “terem negado tratamentos de fertilização in vitro”, ao que o ex-presidente disse: “Eu tenho sido um líder na fertilização in vitro”.

A Igreja condena a fertilização in vitro. O Catecismo da Igreja Católica (número 2377) diz que a FIV é “moralmente inaceitável” porque separa o ato conjugal da procriação e estabelece “o domínio da técnica” sobre a vida humana.

Imigração e economia

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Ambos os candidatos tentaram defender seus históricos em segurança de fronteiras e economia durante o debate.

Trump acusou o governo Biden-Harris de permitir que “terroristas”, “criminosos de rua comuns” e “traficantes de drogas” cruzassem a fronteira dos EUA com o México. “milhões” de imigrantes entraram ilegalmente no país, “assumindo empregos ocupados por afro-americanos e hispânicos e por [trabalhadores] sindicalizados”.

“Eles estão tomando conta das cidades”, disse Trump. “Eles estão tomando conta dos prédios. Eles estão entrando violentamente. Essas são as pessoas que ela e Biden deixaram entrar em nosso país.”

Harris criticou Trump por se opor a um projeto de lei bipartidário de imigração, dizendo que ele "preferiria concorrer com um problema em vez de consertar um problema". Ela também disse que "processou organizações criminosas transnacionais por tráfico de armas, drogas e seres humanos" enquanto trabalhava como promotora.

Os candidatos debateram quem tinha um histórico mais forte na economia, com Trump chamando a inflação durante o governo Biden-Harris de "provavelmente a pior da história do nosso país" e dizendo que "os únicos empregos que eles conseguiram foram empregos de recuperação" que retornaram depois da crise da pandemia de covid-19.

Harris promoveu seu plano de estabelecer um crédito tributário para recém-nascidos de US$ 6 mil (mais de R$ 33,8 mil) e uma dedução tributária para pequenas empresas iniciantes de US$ 50 mil (mais de R$ 28,2 mil). Ela também criticou a proposta de Trump de aumentar as tarifas, dizendo que isso equivaleria a um "imposto sobre vendas" nacional.

Trump contestou a caracterização, dizendo que apenas “a China e todos os países que nos roubam há anos” pagariam o imposto.

Os candidatos debateram os efeitos da retirada do governo Biden-Harris do Afeganistão e a melhor maneira de abordar os conflitos entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Palestina.

Trump chamou a retirada do Afeganistão de “uma das situações mais incompetentemente tratadas que alguém já viu”. Embora tenha expressado apoio à saída do Afeganistão, ele se opôs à forma como o governo lidou com isso.

“Estávamos saindo... mas não teríamos perdido os soldados, não teríamos deixado muitos americanos para trás e não teríamos deixado US$ 85 bilhões (mais de R$ 478, 6 bilhões) em equipamentos militares novos e lindos para trás”, disse Trump.

Harris expressou apoio à decisão de Biden de deixar o Afeganistão, mas não respondeu diretamente a uma pergunta dos moderadores sobre se ela assume alguma responsabilidade pelas vidas perdidas durante a retirada. Ela também criticou Trump por suas negociações com o Talibã.

“Ele não… aprecia o papel e a responsabilidade do presidente dos Estados Unidos de ser comandante-em-chefe com um nível de respeito”, disse Harris.

Sobre Israel, Harris disse que o país “tem o direito de se defender”, mas criticou a maneira como o exército israelense lidou com sua invasão da Faixa de Gaza, dizendo: “Muitos palestinos inocentes foram mortos — crianças, mães. O que sabemos é que essa guerra deve acabar. … Precisamos de um acordo de cessar-fogo e precisamos que os reféns saiam.”

Trump disse que, se fosse presidente, a guerra “nunca teria começado” e criticou o governo Biden-Harris por suspender as sanções ao Irã: “Eles não tinham dinheiro para o terror. Estavam quebrados. Agora são uma nação rica.”

Harris defendeu a ajuda militar contínua à Ucrânia em sua guerra com a Rússia, dizendo: “Por causa do nosso apoio... a Ucrânia se mantém como um país independente e livre.” Ela disse que se Trump estivesse no cargo, a Rússia venceria a guerra.

Trump disse que "acabaria com a guerra com a Ucrânia e a Rússia” se fosse o presidente eleito, e terminaria com ela antes mesmo de se tornar presidente.

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