27 de dezembro de 2024 Doar
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Igreja de Nossa Senhora da Arca da Aliança reabre na Terra Santa e novo altar é dedicado

As irmãs de São José da Aparição cobrem o altar da igreja de Nossa Senhora da Aliança em Jerusalém, recém-dedicado pelo patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa. A cobertura do altar significa que ele é tanto o lugar do sacrifício eucarístico quanto a mesa do Senhor. | Cortesia do Patriarcado Latino de Jerusalém

A Igreja de Nossa Senhora da Arca da Aliança foi reaberta para o culto na colina de Kiryat Yearim, a 14,5 km de Jerusalém, em 31 de agosto, exatamente 100 anos depois de sua dedicação.

A igreja, que ficou fechada por quatro anos para obras de restauração, fica no topo da colina com vista para a vila árabe de Abu Gosh. Do topo, os visitantes podem ver Jerusalém.

O local, mencionado na Bíblia como “Quiriate-Jearim”, teve um papel importante na história do povo judeu, pois foi nesse local que a Arca da Aliança repousou depois de ser recuperada dos filisteus (cf 1 Samuel 6 ).

A arca continha as duas tábuas de pedra nas quais os Dez Mandamentos, a aliança de Deus com o povo judeu, estavam inscritos e era o sinal da presença de Deus entre Seu povo.

Segundo a Bíblia, a arca ficou na casa de Abinadabe, onde permaneceu por cerca de 20 anos (cf 1 Samuel 7:1-2) até o rei Davi leva-la para Jerusalém.

Por esse motivo, ainda hoje o local é visitado por muitos grupos de judeus.

Uma basílica bizantina foi construída no topo da colina por volta do século V d.C. A igreja atual, cuja pedra fundamental foi colocada em 1920, fica sobre os restos daquele edifício. A igreja foi consagrada em 1924 pelo então patriarca latino de Jerusalém, dom Luigi Barlassina, e dedicada a Nossa Senhora da Arca da Aliança.

O patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, foi recentemente à basílica para dedicar seu novo altar por ocasião da reabertura da igreja.

“Essa reabertura é um momento de confiança no futuro, um desejo de recomeçar, e é disso que mais precisamos neste momento, quando tudo ao nosso redor fala de morte e fins”, disse o cardeal Pizzaballa à CNA, agência da EWTN News, depois da celebração em 31 de agosto.

“Subir esta montanha, abençoados pela presença do Senhor”, disse o cardeal, “convida-nos a ter uma perspectiva ampla e clarividente dos acontecimentos e a não nos fecharmos no dramático momento presente”.

As anfitriãs do evento foram as irmãs de São José da Aparição, congregação francesa fundada em 1832 pela santa madre Emilie De Vialar. A congregação é a proprietária e administradora da igreja e das propriedades ao redor.

Os detalhes completos de como a terra foi adquirida pelas freiras estão perdidos na história, mas eles se concentram numa das freiras da ordem que morreu em 1927. A irmã Josephine Rumèbe, que está enterrada na igreja, teria dons místicos especiais e conseguiu adquirir a terra em nome das freiras. A história conta que ela tinha 5 mil francos à sua disposição e buscou a ajuda de um clérigo para a compra. Para evitar que um comprador concorrente a adquirisse, o clérigo comprou a colina inteira por 20,3 mil francos. Miraculosamente, quando a irmã Josephine contou as moedas de ouro escondidas em seu quarto, a quantia correspondia exatamente ao que ela precisava.

A dedicação do novo altar na basílica ocorreu depois da recitação do credo e do canto das ladainhas. O cardeal colocou relíquias no altar, incluindo uma da santa madre Emilie de Vialar, canonizada pelo venerável papa Pio XII em 1951. Depois, houve a unção do altar, a incensação do altar, a cobertura do altar e a iluminação do altar.

“A aliança de Deus com seu povo encontra seu cumprimento em Jesus Cristo, que não é mais apenas o sinal da presença de Deus, mas o próprio Deus entre nós. Maria é a nova Arca da Aliança porque ela carregou o próprio Cristo em seu ventre”, disse o cardeal em sua homilia ao convidar os fiéis, seguindo o exemplo de Nossa Senhora, a renovar sua confiança em Deus como o Senhor da história e ativo dentro da história.

Ao entrar na igreja, cujos elementos iconográficos foram criados por artistas do Centro Ave do movimento dos Focolares, o olhar é atraído pela chama dourada que emana do centro da abside.

Uma decoração especial evoca o significado bíblico do fogo, simbolizando a presença de Deus, e está conectada à história do lugar e particularmente à visão da irmã Josephine de uma “montanha de fogo”.

Quando ela ainda era uma jovem postulante na França, durante a adoração eucarística, a irmã Josephine teve uma visão de chamas formando uma montanha com Jesus acima delas em vez da hóstia. A visão então desapareceu, e somente 50 anos depois, na época da colocação da pedra fundamental da igreja, foi revelado a ela que a “montanha de fogo” era de fato Kiryat Yearim, que ela costumava chamar de “a Montanha Sagrada”.

A irmã Valentina Sala, atual provincial da congregação para a Terra Santa, imediatamente sentiu uma forte conexão com o lugar. Ela disse à CNA: “A primeira vez que vim aqui por algumas semanas, uma irmã me levou para Kiryat Yearim. Ajoelhei-me no túmulo da irmã Josephine e rezei para retornar se fosse a vontade de Deus”.

No centenário da dedicação da igreja, a irmã Valentina também falou sobre a importância do lugar para sua congregação, cujo carisma é servir às necessidades das pessoas por meio de obras de caridade.

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“O que é trabalho de caridade? O que as pessoas precisam hoje não é apenas de assistência médica ou educação; há uma fome e sede por Deus. Devemos ser capazes de reconhecer essa necessidade, ajudando aqueles que vêm aqui a ouvir sua voz. Precisamos de lugares onde as pessoas possam parar e descansar com Deus”, disse ela.

Quando a construção da igreja estava quase completa, a irmã Josephine teve uma visão de Nossa Senhora, no topo da igreja, de frente para Jerusalém com os braços estendidos num gesto de dispensar graça. Uma estátua agora está acima da igreja para relembrar essa visão, de costas para os que entram e voltada para Jerusalém.

“Este lugar, que evoca a aliança, nos convida a nos realinhar com Deus e a estar sob esta bênção”, disse a irmã Valentina.

Esse é também o significado das palavras que ela dirigiu aos presentes, na grande maioria, fiéis locais tanto de Jerusalém como da Galileia, no final da missa.

“A irmã Josephine já tinha visto vocês em várias visões: Eu vi uma multidão correndo em direção à basílica. Eu vi padres, irmãs da nossa ordem, e então homens e mulheres do mundo que eram ainda mais agradáveis ​​a Deus do que todos os outros, almas santas brilhando como estrelas.”

Ela continuou: “E se nós formos essa visão? E se nós formos esse futuro? Claro que somos! De agora em diante, vocês serão os que darão vida a esta colina, a essa aliança entre Deus e seu povo. Venham, corram, fiquem, sintam-se em casa. Não há apenas uma igreja recém-renovada para ver, mas uma Presença para descobrir: reservem um tempo para habitar com o Senhor. O que poderia ser mais lindo... Muitas graças aguardam para serem dispensadas daqui!”

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