21 de dezembro de 2024 Doar
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Reunião online de católicos que apoiam Harris e Walz minimiza preocupações sobre aborto entre fiéis

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, visita clínica de aborto da Planned Parenthood em St. Paul, Minnesota, EUA, em 14 de março de 2024. | STEPHEN MATUREN/AFP via Getty Images

Católicos que apoiam a candidatura da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, à presidência, fizeram uma convocação de organização nacional com a campanha na quarta-feira (18) à noite, na qual os palestrantes minimizaram algumas das preocupações dos fiéis sobre o apoio de Harris ao aborto.

O evento “Catholics for Harris-Walz National Organizing Call”, realizado na quarta-feira às 20h (horário local), foi criado para reunir apoio de católicos à campanha de Harris. O evento foi organizado por uma coalizão de organizações sem fins lucrativos, incluindo a Catholics Vote Common Good (Católicos Votam pelo Bem Comum), que faz parte da organização mais ampla Vote Common Good (Vote pelo Bem Comum), que incentiva grupos religiosos a apoiar candidatos progressistas.

Os palestrantes da convocação incluíram a diretora da organização NETWORK Lobby for Catholic Social Justice, irmã Simone Campbell, o ex-embaixador dos EUA na Santa Sé no governo do presidente Joe Biden, Joe Donnelly, a deputada democrata Rosa DeLauro, de Connecticut, e a presidente do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Pensilvânia, Anthea Butler.

Campbell, que faz parte da comunidade religiosa das Irmãs do Serviço Social, disse que pesquisas mostram que a maioria dos católicos apoia a legalização do aborto.

“Nossa fé não exige a proibição do aborto”, disse Campbell numa contradição com o que diz o Catecismo da Igreja.

“Proteger a vida é o que nos interessa, e também confiamos que cada indivíduo tenha uma consciência bem formada para tomar decisões — neste caso, para seu bem-estar, e [confiamos] que um casal trabalhando junto pode tomar uma boa decisão quando esse horror complicado e estressante de uma gravidez difícil for enfrentado”, disse Campbell.

Butler desencorajou os católicos de serem eleitores de uma única questão sobre o aborto, dizendo que “temos que respeitar a dignidade humana de todas as formas... [da] concepção até o fim da vida”. “Você não pode escolher qual parte da vida é mais importante para você”, acrescentou. Ela disse que a pobreza, a opção preferencial pelos pobres e a educação deveriam ser questões importantes para os católicos.

Butler também criticou o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por sua fala durante o debate presidencial de que migrantes haitianos estão “comendo os cachorros” e “comendo os gatos” em Springfield, Ohio. Ela disse que esse tipo de retórica não é “uma forma de respeitar os seres humanos” e é “contra uma comunidade católica”, ressaltando que “muitos haitianos são católicos”.

Segundo o número 2.271 do Catecismo da Igreja Católica, “a Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado”. O catecismo também diz que o aborto “é gravemente contrário à lei moral” e que a vida “deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção”. Chama tanto o aborto quanto o infanticídio de “crimes abomináveis”.

“O inalienável direito à vida, por parte de todo o indivíduo humano inocente, é um elemento constitutivo da sociedade civil e da sua legislação”, diz também o Catecismo.

Em novembro do ano passado, a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) aprovou um guia do eleitor que chama “a ameaça do aborto” de sua “prioridade preeminente porque ataca diretamente nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis ​​e sem voz e destrói mais de um milhão de vidas por ano somente em nosso país”.

A USCCB publicou pela primeira vez o guia “Forming Consciences for Faithful Citizenship” (Formando Consciências para uma Cidadania Fiel) em 2007 e atualizou o guia de votação a cada quatro anos — em 2011, 2015 e 2019 — antes da próxima eleição presidencial. Na assembleia do ano passado, no entanto, a USCCB votou por adiar uma revisão completa até depois da eleição de 2024.

Campbell citou a exortação apostólica Gaudete et Exsultate do papa Francisco, que diz que a dignidade humana “dos pobres que já nasceram” é “igualmente sagrada” como a vida do “inocente nascituro” e faz referência à pobreza, à eutanásia e ao tráfico de pessoas como questões prejudiciais à dignidade humana.

No mesmo parágrafo, o papa também diz: “A defesa do inocente nascituro, por exemplo, deve ser clara, firme e apaixonada, porque neste caso está em jogo a dignidade da vida humana, sempre sagrada, e exige-o o amor por toda a pessoa, independentemente do seu desenvolvimento”.

Francisco disse em 2022 que o apoio de Biden à legalização do aborto como católico é uma "incoerência". O bispo de Washington, D.C. (diocese de Biden), cardeal Wilton Gregory, disse que "o presidente não demonstra a doutrina católica" com seu apoio à legalização do aborto.

Harris apoia a codificação dos padrões de aborto definidos por Roe x Wade, o que impediria os Estados de aprovar leis que protegem a vida dos nascituros antes da viabilidade fetal. No debate de 12 de setembro com Trump, Harris se recusou a dizer se apoia o aborto tardio no sétimo, oitavo e nono meses de gravidez.

Mais de 9 mil abortos tardios são feitos anualmente nos EUA depois da 21ª semana de gravidez.

Outros tópicos discutidos na convocação

Campbell também falou positivamente sobre uma interação que teve com Harris ao receber de Biden a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil nos EUA, por seu trabalho em “justiça econômica, reforma imigratória e política de saúde”.

“Tivemos uma conversa adorável sobre o que importava”, disse Campbell ao falar que eles discutiram assistência médica acessível e outras questões.

Donnelly disse trabalhar em estreita colaboração com Biden e o papa Francisco enquanto servia como embaixador na Santa Sé. Ele disse que Harris “age exatamente da mesma maneira que o presidente Biden” ao ter o desejo de “focar naqueles que estão lutando” e “defender os menores entre nós”. Ele disse que “o trabalho dela é movido pela Bíblia e por Deus”.

Donnelly também criticou os comentários de Trump no debate sobre os migrantes haitianos, chamando as observações do ex-presidente de "cruéis, tão anticristãos [e] tão anticatólicos quanto posso imaginar".

DeLauro disse na convocação que “esta eleição é vital para o futuro” e que é “essencial que as vozes católicas estejam presentes [e] verdadeiramente representadas em nosso discurso público”. Ela discutiu questões como expandir o crédito tributário infantil, expandir o acesso à assistência médica e fornecer licença remunerada. Também falou sobre “dar boas-vindas ao estrangeiro”.

“[Esse é o] princípio cristão de cuidar do próximo”, disse DeLauro.

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DeLauro disse que o Partido Republicano está “em dívida com corporações gigantes” e que suas políticas “exacerbaram a desigualdade que já existe neste país”.

Como membro do Congresso dos EUA, DeLauro votou consistentemente a favor do aborto. Ela tem uma classificação “F” (a nota mais baixa) da organização pró-vida Susan B. Anthony Pro-Life America.

Trump também lançou a coalizão “Católicos por Trump” no início do mês. A coalizão lista como suas prioridades a defesa da liberdade religiosa, valores tradicionais e a santidade da vida humana.

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