24 de setembro de 2024 Doar
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Termina amanhã em Salvador fase arquidiocesana da beatificação de madre Vitória da Encarnação

Quadro da serva de Deus Vitória da Encarnação no convento santa Clara do Desterro, em Salvador | ArquiSalvador/Sara Gomes

A fase arquidiocesana da causa de beatificação da serva de Deus Vitória da Encarnação se encerra amanhã (25) em Salvador (BA). A sessão solene será presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha, e pelo postulador da causa da religiosa baiana, frei Jociel Gomes, às 10h, no convento santa Clara do Desterro, onde a religiosa viveu e morreu com fama de santidade.

A cerimônia também contará com a presença dos membros da Comissão Histórica e de fiéis que participam dos relatos de graças e milagres alcançados por intercessão da religiosa baiana. A sessão solene será finalizada com uma missa celebrada por dom Sergio da Rocha.

O processo da causa de beatificação da serva de Deus madre Vitória da Encarnação foi aberto em 19 de novembro de 2019 e reiniciado em abril deste ano. Agora, com a conclusão da fase arquidiocesana, dom Sergio da Rocha enviará ao Dicastério da Causa dos Santos da Santa Sé toda a documentação encontrada a respeito da religiosa baiana, assim como os testemunhos e os relatos coletados e analisados pelo Tribunal da causa da Serva de Deus.

Serva de Deus Vitória da Encarnação

Madre Vitória da Encarnação nasceu em 6 de março de 1661, em Salvador (BA).  Quando o Convento Santa Clara do Desterro foi fundado em 1677, seu pai quis que ela ingressasse na vida religiosa. Ao completar 16 anos, a futura madre decidiu que tinha aversão à vida religiosa. Ela disse ao pai que preferia ter a cabeça cortada a ser levada para o convento.

Depois de alguns anos, Vitória começou a sonhar com Nossa Senhora e o menino Jesus, que a chamavam para uma vida consagrada a Deus. Os sonhos eram frequentes, mas Vitória não quis seguir o pedido de Nossa Senhora e do menino Jesus.

Em 1686, aos 25 anos, Vitória teve um sonho no qual se viu em porões sujos e cheios de lodo de uma grande embarcação que navegava em alto mar. Neste sonho estava acompanhada de pessoas impiedosas, que caminhavam para a perdição, enquanto, na parte de cima da embarcação, havia muitos religiosos contentes, pois caminhavam para a salvação, explicou-lhe seu anjo da guarda.

Ao despertar, decidiu consagrar-se totalmente a Deus e passar a vida fazendo Sua vontade. Em 29 de setembro do mesmo ano, dia de são Miguel Arcanjo, Vitória ingressou no noviciado das clarissas do convento do Desterro em Salvador e recebeu o nome religioso de Vitória da Encarnação. Em 21 de outubro de 1687, fez a profissão solene.

Vitória da Encarnação quis viver como escrava. Comia sentada no chão, fazia os trabalhos que ninguém queria e “por querer ser a menor de todas, foi diversas vezes ridicularizada e agredida pelas próprias escravas a quem ela tanto quis se fazer igual”, segundo a biografia. Vitória doou em vida tudo o que possuía, inclusive a cama na qual dormia, passando então a dormir no chão sobre uma esteira de palha.

Ela desejava imitar Cristo em seus sofrimentos e castigava-se com cilícios e disciplinas duríssimas. Essas ações convertiam os pecadores que passavam próximo ao convento. Ela ainda fazia rigorosos jejuns e, quando comia algo que lhe agradava o paladar, misturava cinzas à comida para estragar o sabor. Madre Vitória da Encarnação amava tanto as almas do purgatório que rezava por elas todos os dias.

A serva de Deus também tinha dons místicos e todas as sextas-feiras do ano, ao fazer a via-sacra se transfigurava. Além disso, ela tinha o dom da revelação e profecia e passava a maior parte da noite em vigília diante do Santíssimo Sacramento. Seu primeiro biógrafo, o arcebispo de Salvador dom Sebastião Monteiro da Vide (1643-1722), chamou-a de “tocha acesa diante do sacrário”, na História da Vida e Morte da Madre Sóror Victória da Encarnação, publicada em 1720 em Roma.

Madre Vitória da Encarnação morreu em 19 de julho de 1715, uma sexta-feira, às 15h, com fama de santidade Segundo as religiosas da época, no momento de sua morte elas sentiam “uma maravilhosa fragrância de rosas” inundando os espaços do mosteiro.

Em 7 de julho de 2019, a então Congregação para a Causa dos Santos da Santa Sé, (hoje, Dicastério) autorizou a abertura da causa de beatificação da madre Vitória. Em 19 de novembro do mesmo ano, aconteceu a cerimônia de abertura do processo de beatificação e canonização da madre Vitória da Encarnação. A fase arquidiocesana da causa de beatificação da serva de Deus Vitória da Encarnação será encerrada dia 25 de setembro.

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