Tentariam silenciar a comunidade católica no debate sobre nova lei educativa

MADRI, Jul 22, 2004 / 11:26 am

Após a decisão do Governo de cessar como membro do Conselho Escolar do Estado, o Secretário Geral da Federação Espanhola de Religiosos de Ensino (FERE), a rede de Rádio COPE denunciou que o verdadeiro objetivo da medida é “silenciar uma voz católica autenticamente representativa” nos próximos debates sobre um novo projeto de lei  educativa.

No editorial intitulado “Uma decisão sectária contra a comunidade católica”, a Rádio COPE explicou que “o objetivo parece bastante claro: silenciar uma voz católica autenticamente representativa nos debates que deverão desenvolver-se no seio    do Conselho antes de que se apresente às  Cortes um novo projeto de lei, que já aparece claramente sesgado pela tendência laicista que confunde a neutralidade confessional do Estado com uma beligerância anti-cristã”.

Depois de ressaltar a ampla representatividade da FERE no âmbito educativo -agrupa  cerca de dois mil colégios e mais de um milhão de alunos-, o editorial indicou que “é precisamente no seio deste Conselho em que deve  produzir-se um futuro pacto escolar que substitua a derrogada Lei de Qualidade de Ensino, que destacava a necessidade de uma formação integral, que inclui os valores morais e religiosos”.

O texto, que apontou o paradoxo da   medida por parte do Governo que se apresenta como dialogante e respeitoso da verdade, indicou que o clima político “parece orientado a modelar uma sociedade à margem de suas raízes cristãs, que alimentam a vida de boa parte de seus membros”.

Neste clima “aparecem projetos contra os que a Igreja já elevou sua voz, e que vão desde o aborto livre até a  eutanásia, passando pela manipulação de embriões humanos e o matrimônio de homossexuais. Tudo isso   envolto no celofane enganoso de um suposto progresso, que debilitará profundamente a fibra moral de nossa sociedade”.

“Frente a isso, deve fazer escutar sua voz, com serenidade mas sem timidez alguma, a comunidade católica, consciente do que está em jogo”, concluiu o editorial.