17 de novembro de 2024 Doar
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Em universidade de 600 anos, papa pede busca da ‘verdade, a serviço do progresso humano’

Papa Francisco em reunião hoje (27) se reúne com acadêmicos da KU Leuven, universidade católica de pesquisa belga. | Daniel Ibáñez/ACI Digital

O papa Francisco disse hoje (27) a professores universitários para “buscarem a verdade” num discurso criticando as tendências acadêmicas ao relativismo e uma “cultura tecnocrática” em visita à universidade de Lovaina na Bélgica.

O papa discursou para acadêmicos da KU Leuven, universidade católica de pesquisa belga, hoje (27) à tarde para marcar o 600º aniversário de sua fundação.

Em seu discurso, o papa Francisco lamentou como o relativismo hoje causa “cansaço do espírito”, pois “nos remete para a incerteza permanente e para a falta de paixão, como se fosse inútil procurar sentido numa realidade que permanece incompreensível”.

Papa Francisco com o professor belga de sociologia Luc Sels em reunião hoje (27) com acadêmicos na KU Leuven, universidade católica de pesquisa belga. Daniel Ibáñez/ACI Digital

O papa também criticou o “racionalismo sem alma” condicionado por “uma cultura tecnocrática” em muitas universidades modernas.

“Quando o homem se reduz apenas à matéria, quando a realidade se restringe aos limites do visível, quando a razão é apenas matemática e laboratorial, perde-se o espanto”, disse Francisco.

“Perde-se o espanto, aquele assombro interior que nos impele a procurar mais além, a olhar para o céu, a descobrir aquela verdade escondida que responde às perguntas fundamentais: Por que é que vivo? Que sentido tem a minha vida? Qual é o objetivo último e a meta deste caminho?”

“O Espírito Santo que recebemos como dom nos impele a buscar, a abrir espaços para o nosso pensamento e ação, até que Ele nos conduza à plenitude da verdade”, disse o papa.

O papa foi recebido na universidade pelo reitor, o professor de sociologia Luc Sels, e pelo arcebispo de Malinas-Bruxelas, dom Luc Terlinden.

A KU Leuven é a maior universidade da Bélgica, com mais de 65 mil alunos. As aulas na universidade são ministradas principalmente em holandês e um pouco de inglês.

Prefeitura de Lovaina, Bélgica. Daniel Ibáñez/ACI Digital

“A primeira tarefa de uma universidade é oferecer uma educação integral para que as pessoas tenham as ferramentas necessárias para interpretar o presente e planejar o futuro. Na verdade, a formação cultural nunca é um fim em si mesma”, disse o papa Francisco. “É bom pensar que a Universidade gera cultura, gera ideias, mas sobretudo que promove a paixão pela busca da verdade, a serviço do progresso humano”.

“Em particular, as Universidades católicas, como esta, são chamadas a ‘prestar o decisivo contributo de fermento, sal e luz do Evangelho de Jesus Cristo e da Tradição viva da Igreja sempre aberta a novos cenários e propostas' ”, disse Francisco ao citar sua própria constituição apostólica Veritatis gaudium.

No final da visita à universidade, o papa Francisco se encontrou com um grupo de refugiados no Salão do Reitor e depois cumprimentou as cerca de 5 mil pessoas reunidas na praça principal de Leuven num carrinho de golfe antes de retornar à nunciatura apostólica para encerrar o dia.

Papa Francisco cumprimenta visitantes na praça da cidade de Lovaina, Bélgica, depois de se reunir hoje (27) com acadêmicos da KU Leuven, universidade católica de pesquisa belga. Daniel Ibáñez/ACI Digital

“Sejam buscadores incansáveis ​​da verdade e não permitam que seu entusiasmo diminua para não ceder à letargia intelectual”, disse o papa Francisco à universidade católica.

Visita do Papa Francisco à Bélgica

O papa Francisco visita três cidades na Bélgica por ocasião do 600º aniversário das universidades católicas de Leuven e Louvain-la-Neuve, entre ontem (26) e domingo (29).

Depois de fazer ontem (26) uma escala de um dia em Luxemburgo, o papa chegou a Bruxelas ontem (26) à noite sob chuva torrencial.

O papa Francisco começou seu primeiro dia completo na Bélgica com uma visita oficial ao castelo de Laeken na manhã de hoje (27), onde se encontrou com o rei Filipe e a rainha Mathilde da Bélgica.

O papa também discursou a 300 dignitários e autoridades políticas, incluindo o primeiro-ministro belga Alexander De Croo, na Grande Galeria do castelo, onde lamentou a crise de abusos clericais no país e defendeu a paz.

Amanhã (28), Francisco deve se encontrar com membros da Conferência Episcopal Belga, clérigos e religiosos locais, na Basílica Nacional do Sagrado Coração de Koekelberg, em Bruxelas, capital do país.

Depois do almoço, o papai fará uma viagem de pouco menos de uma hora para visitar Louvain-la-Neuve, cidade universitária a cerca de 28 km a sudeste da capital. A cidade abriga a Universidade Católica de Leuven, de língua francesa, que se separou da KU Leuven no final da década de 1960.

O papa Francisco passará a tarde se reunindo com estudantes universitários em Louvain-la-Neuve antes de ter uma audiência privada com jesuítas, em Bruxelas.

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Em seu último dia na Bélgica, no domingo (29), o papa vai celebrar a missa dominical no Estádio Rei Balduíno antes de retornar a Roma à tarde.

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