19 de dezembro de 2024 Doar
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No Sínodo, papa diz que a Igreja precisa de novos modos de os bispos serem sinodais

Papa Francisco fala ontem (2) a participantes do primeiro encontro da assembleia plenária do Sínodo da Sinodalidade no Vaticano. | Daniel Ibáñez/ACI Digital

Na primeira reunião ontem (2) da assembleia plenária do Sínodo da Sinodalidade, o papa Francisco disse que o ministério de um bispo deve incluir a cooperação com leigos e que o sínodo precisará identificar “diferentes formas” de exercício desse ministério.

Que bispos, leigos e leigas, padres e religiosos sejam membros do sínodo foi uma escolha intencional, disse ontem (2) o papa na Aula Paulo VI, no Vaticano. Francisco também disse que isso "expressa uma maneira de exercer o ministério episcopal consistente com a tradição viva da Igreja e com as doutrinas do Concílio Vaticano II".

“Nunca um bispo, ou qualquer outro cristão, pode pensar em si mesmo sem os outros”, disse o papa. “Assim como ninguém se salva sozinho, a proclamação da salvação precisa de todos e requer que todos sejam ouvidos”.

“Diferentes formas de exercício ‘colegial’ e ‘sinodal’ do ministério episcopal” nas dioceses e na Igreja universal, disse Francisco, “precisarão ser identificadas no devido tempo, sempre respeitando o depósito da fé e a tradição viva, e sempre respondendo ao que o Espírito pede às Igrejas neste momento particular e nos diferentes contextos em que vivem”.

O Sínodo da Sinodalidade reflete essa “compreensão inclusiva” do ministério de um bispo, disse o papa, que também falou que bispos e leigos devem aprender a cooperar melhor na Igreja daqui para frente.

O papa Francisco, em seu discurso, dirigiu-se aos mais de 400 participantes da segunda sessão da 16ª assembleia geral ordinária dos Bispos no primeiro dia da reunião sobre sinodalidade no Vaticano que começou ontem (2) e vai até 27 de outubro. A reunião deste ano tem 368 membros votantes (delegados), 272 dos quais são bispos e 96 dos quais não são bispos. Entre os 96 que não são bispos, cerca de metade são mulheres.

O primeiro encontro geral, ou “congregação”, como é chamado, foi dedicado às saudações de abertura do papa Francisco e do arcebispo da Cidade do México, dom Carlos cardeal Aguiar Retes, e aos discursos introdutórios dos líderes sinodais; o secretário-geral do sínodo, cardeal Mario Grech e o arcebispo de Luxemburgo, o cardeal jesuíta Jean-Claude Hollerich.

Na reunião de três horas e meia, os delegados também assistiram a vídeos informativos sobre o sínodo, incluindo vídeos sobre os dez grupos de estudo teológico e uma comissão canônica formada pelo papa Francisco.

Em suas observações, o papa disse que a presença de delegados que não são bispos no Sínodo dos Bispos não diminui ou coloca limitações na autoridade de bispos individuais e do colégio de bispos.

“Em vez disso, aponta para a forma que o exercício da autoridade episcopal é chamado a tomar em uma Igreja que é consciente de ser essencialmente relacional e, portanto, sinodal”, disse Francisco.

“A harmonia é essencial”, disse o papa ao falar que há dois perigos a evitar: o perigo de se tornar muito abstrato e o perigo de “colocar a hierarquia contra os fiéis leigos”.

Ontem (2), o papa Francisco tornou-se o primeiro papa desde 1974 a ver uma relíquia histórica da cadeira de são Pedro.

A cadeira de madeira que se acredita ter pertencido a são Pedro Apóstolo, o primeiro papa, geralmente fica dentro do enorme monumento da cadeira criado no século XVII pelo escultor Gian Lorenzo Bernini e localizado na parede mais distante da abside da basílica do Vaticano, sobre o que é chamado de "Altar da Cadeira".

A relíquia foi removida pela última vez do monumento de Bernini para estudo de 1968 a 1974. Ela foi removida agora no trabalho de restauração.

A cadeira é um símbolo da primazia do papa. O papa Francisco pôde ver a relíquia na sacristia Ottoboni da basílica depois da missa celebrada na praça de São Pedro para o início da segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade na manhã de ontem (2).

Papa Francisco observa ontem (2) uma relíquia histórica da cadeira de são Pedro no Vaticano. Sala de Imprensa da Santa Sé

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O encontro deste mês é a última parte do processo sinodal iniciado em 2021.

Ao falar sobre o foco do encontro de um mês, que é refletir sobre como ser uma Igreja em missão, o papa disse também que a Igreja também precisa refletir sobre como ser mais misericordiosa.

Francisco também recomendou que os delegados do sínodo lessem os sonetos da Vita Nuova (Vida Nova), do poeta italiano Dante Alighieri, para meditar sobre a virtude da humildade.

“Não podemos ser humildes sem amor”, disse o papa. “Os cristãos devem ser como aquelas mulheres descritas por Dante Alighieri em um de seus sonetos. São mulheres que lamentam a perda do pai de sua amiga Beatrice: 'Você que tem aparência humilde, com os olhos baixos, mostrando tristeza.' ”

“Encorajo-vos a meditar sobre este belo texto espiritual e a perceber que a Igreja — 'semper reformanda' (sempre em reforma) — não pode prosseguir o seu caminho e deixar-se renovar sem o Espírito Santo e as suas surpresas, sem se deixar moldar pelas mãos de Deus Criador, do seu filho Jesus Cristo e do seu Espírito Santo”, disse Francisco.

Na terça-feira (1), véspera do sínodo, um retiro de dois dias para os participantes do sínodo no Vaticano foi concluído com uma liturgia penitencial na basílica de São Pedro.

No culto de oração, que contou com a presença de mais de 500 pessoas, cardeais, bispos, religiosos e leigos deram testemunhos e pediram perdão em nome da Igreja pelos pecados, incluindo o pecado de abuso ou pecados cometidos na guerra.

O papa Francisco disse em sua reflexão que a Igreja deve primeiro reconhecer seus pecados e pedir perdão antes de poder ser confiável na execução da missão que Jesus Cristo lhe confiou.

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