22 de dezembro de 2024 Doar
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Pôr Deus no centro é o caminho para a unidade, diz papa Francisco

Papa Francisco na audiência geral de hoje (9), no Vaticano. | Daniel Ibáñez/EWTN News

O papa Francisco disse que a unidade, tanto na Igreja como no casamento e na família, vem do Espírito Santo e é alcançada “quando nos esforçamos para pôr Deus, e não a nós próprios, no centro”.

Na catequese da audiência geral de hoje (9), o papa falou sobre a ação do Espírito Santo no Pentecostes, narrada nos Atos dos Apóstolos.

Aos fiéis e peregrinos na praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco disse que “a unidade da Igreja é a unidade entre pessoas e não se realiza de modo abstrato, mas na vida”.

O que é necessário para alcançar a unidade na Igreja e na família?

O papa disse que “todos nós queremos a unidade, todos a desejamos do mais íntimo do coração”.

No entanto, disse Francisco, “ela é tão difícil de alcançar que, até no seio do matrimônio e da família, a união e a concórdia estão entre as coisas mais difíceis de conseguir, e ainda mais difíceis de manter”.

“O motivo - pelo qual a unidade entre nós é difícil - é que cada um quer, sim, que a unidade seja alcançada, mas em volta do próprio ponto de vista, sem pensar que o outro que está à sua frente pensa exatamente o mesmo sobre o ‘seu’ ponto de vista. Por este caminho, a unidade só se afasta”, disse o papa.

Por isso, Francisco disse que a unidade do Pentecostes, segundo o Espírito Santo, “só se alcança quando nos esforçamos por colocar Deus, e não a nós próprios, no centro”.

“Também a unidade dos cristãos se constrói assim: não esperando que os outros venham ao nosso encontro, onde estamos, mas caminhando juntos rumo a Cristo”, disse o papa.

Universalidade e unidade

Depois, o papa Francisco falou sobre os Atos dos Apóstolos, quando no Pentecostes, os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, “começaram a falar noutras línguas”.

O papa disse que o evangelista são Lucas quis frisar dessa forma “a missão universal da Igreja, como sinal de uma nova unidade entre todos os povos”.

Assim, o papa disse que o Espírito Santo trabalha pela unidade de duas maneiras: “Por um lado, impele a Igreja para fora, a fim de que possa acolher cada vez mais pessoas e povos; por outro, reúne-a no seu interior para consolidar a unidade alcançada. Ensina-a a dilatar-se na universalidade e a reunir-se na unidade. Universal e una: este é o mistério da Igreja”.

Francisco disse que a universalidade é composta pela expansão étnica e geográfica, como quando são Paulo levou o Evangelho à Europa, fora da Ásia.

Quanto à unidade, o papa falou sobre o concílio de Jerusalém e disse que “o problema é como fazer com que a universalidade alcançada não comprometa a unidade da Igreja”.

“O Espírito Santo nem sempre realiza a unidade de maneira repentina, com intervenções milagrosas e decisivas, como no Pentecostes”, disse Francisco.

O papa disse que “fá-lo também - e na maior parte dos casos - com um trabalho discreto, respeitador dos tempos e das divergências humanas, passando por pessoas e instituições, oração e confronto. De uma forma, diríamos hoje, sinodal”.

Por fim, Francisco disse que “o Espírito Santo não realiza a unidade da Igreja a partir de fora; não se limita a mandar que se unam”.

“Ele mesmo é o ‘vínculo de unidade’. É Ele quem faz a unidade da Igreja”, concluiu o papa Francisco.

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