22 de dezembro de 2024 Doar
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Religiosa Scalabriniana recebe maior honraria da Agência da ONU para Refugiados

Irmã Rosita Milesi com os migrantes e refugiados indígenas venezuelanos da comunidade Warao Coromoto, que fica na zona rural do Paranoá, no Distrito Federal. | Facebook/IMDH

Irmã Rosita Milesi, religiosa Scalabriniana brasileira receberá o Prêmio Nansen 2024, maior honraria do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) da Organização das Nações Unidas (ONU). O prêmio é dado a indivíduos, grupos ou organizações que se dedicam aos migrantes e refugiados. O anúncio foi feito hoje (9), pela Agência da ONU para Refugiados. A entrega do prêmio de US$ 100 mil para ser reinvestido em iniciativas humanitárias e uma medalha acontecerá no dia 14 de outubro, em uma cerimônia na Genebra, Suíça.

Segundo o ACNUR, esta premiação reconhece o trabalho da irmã Rosita “na defesa e proteção de migrantes e refugiados”, mas também “destacando seu papel como uma das mais proeminentes vozes na luta pelos direitos dessas populações vulneráveis no Brasil e no mundo”.

Irmã Rosita Milesi tem 79 anos, nasceu no Rio Grande do Sul, é religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, conhecida como as Scalabrinianas, fundada pelo bispo de Piacenza, na Itália, são João Batista Scalabrini, em 25 de outubro de 1895. A ordem, criada para atender italianos que no fim do século XIX imigravam em massa para as Américas, tem hoje como missão “o serviço evangélico e missionário aos migrantes e refugiados, especialmente aos mais pobres e necessitados”, segundo o site das Scalabrinianas do Brasil.

Além de religiosa, Milesi também é advogada, formada na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), tem mestrado em Migração e Refúgio na Universidade Pontifícia Comillas em Madri, na Espanha. É ativista e formadora de movimentos sociais, atuando há quase 40 anos na defesa dos direitos e da dignidade dos migrantes e refugiados.

Segundo a ACNUR, irmã Rosita “assistiu pessoalmente milhares de pessoas refugiadas, migrantes, apátridas e outras que necessitam de proteção internacional – ajudando-as a obter abrigo, comida, assistência médica, treinamento em idiomas, empregos e documentação legal no Brasil”. Em 1997, a religiosa colaborou na formulação da Lei Brasileira de Refugiados de 1997 e teve um papel importante na criação da Lei de Migração de 2017 no Brasil, ao reunir e mobilizar parlamentares e várias pessoas interessadas na proposta.

Ela também é diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), uma associação sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, vinculada à Fundação Scalabriniana, da Congregação das Irmãs Scalabrinianas. Além disso, ela coordena a Rede Solidária para Migrantes e Refugiados (RedeMiR) que, desde 2004, apoia entidades da sociedade civil e engloba cerca de 70 organizações que atuam com pessoas refugiadas e as comunidades que as acolhem.

O primeiro brasileiro a receber esta honraria foi o então arcebispo de São Paulo, cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016), em outubro de 1985.

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