21 de novembro de 2024 Doar
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Santa Sé vai inaugurar baldaquino restaurado na basílica de São Pedro em 27 de outubro

A Santa Sé anunciou que as restaurações concluídas no alto baldaquino sobre o altar central da basílica de São Pedro, projetado por Gian Lorenzo Bernini, serão reveladas em 27 de outubro de 2024. | Daniel Ibáñez/CNA

A Santa Sé anunciou que as restaurações concluídas no imponente baldaquino sobre o altar central da basílica de São Pedro, projetado por Gian Lorenzo Bernini, serão reveladas em 27 de outubro.

Jornalistas colocaram capacetes na terça-feira (8) para ver as restaurações quase concluídas, subindo pelos andaimes até o topo da cobertura de 29 metros de altura.

O ponto de observação elevado revelou como os anjos barrocos, querubins, abelhas e ramos de louro dourados do baldaquino, intrincadamente decorados — antes escurecidos por séculos de poeira e sujeira — agora foram restaurados à sua brilhante glória dourada.

Embora os querubins segurando as chaves de são Pedro e a tiara papal no topo da estrutura possam parecer pequenos detalhes vistos do chão, 29 metros abaixo, de perto os querubins gordinhos são, na verdade, colossais em tamanho, chegando a quase a altura de um adulto.

O papa Urbano VIII encarregou Bernini em 1624 de projetar e construir o enorme dossel sobre o altar papal da confissão, que fica diretamente sobre o túmulo de são Pedro apóstolo. A construção levou nove anos para Bernini, com considerável ajuda de seu rival arquitetônico, Francesco Borromini.

O público poderá ver as colunas de bronze retorcidas de 400 anos do grande dossel pela primeira vez desde a restauração, quando o papa Francisco celebrar a missa de encerramento do Sínodo da Sinodalidade, em 27 de outubro.

Os andaimes que cercam o altar central há oito meses serão finalmente removidos para a celebração da missa.

O arcipreste da basílica de São Pedro, cardeal Mauro Gambetti, disse que as restaurações manifestam “a beleza e a glória que a Igreja deve refletir”. Gambetti disse que revelar as restaurações na missa é uma oportunidade de “anunciar a esperança enquanto caminhamos em direção a um Jubileu de esperança”.

A perspectiva de um restaurador de arte

Giorgio Capriotti é um dos restauradores de arte dos museus vaticanos que trabalhou meticulosamente nesses detalhes do enorme dossel.

Capriotti disse que, apesar de mais de um século desde a última restauração, os restauradores descobriram que o baldaquino está em boas condições gerais. Ele disse que sua tarefa era remover em grande parte os materiais, como óleo, ceras e resinas, que os restauradores de arte usaram e que alteraram involuntariamente a tonalidade da histórica folha de ouro no baldaquino.

Em alguns lugares, a folha de ouro do baldaquino ficou “escura e depois quase preta” por causa da oxidação causada pela umidade, poluição e poeira no ar.

“Então tivemos que remover essas substâncias usando solventes… área por área”, disse Capriotti.

“Agora veremos como era quando foi construído entre 1624 e 1635”, disse o restaurador.

Enquanto trabalhavam no topo da cobertura, Capriotti e os outros restauradores encontraram objetos deixados pelos artistas e trabalhadores que os precederam nos séculos passados, incluindo moedas antigas, pequenos desenhos e até mesmo uma lista de compras do século XVII, uma coleção de itens que ele descreveu como quase "um pequeno museu de antropologia cultural".

“Tudo será arquivado, estudado e reservado como testemunho da vida, da vida real de gerações de restauradores que se sucederam”, disse Capriotti.

Os restauradores também encontraram lugares onde trabalhadores anteriores assinaram seus nomes, incluindo assinaturas de 1685 e 1725.

Depois de visitar a basílica de São Pedro em 1873, o romancista Henry James descreveu seu encontro com o baldaquino: “Você só precisa passear, passear, olhar e olhar; para observar o glorioso altar-dossel erguer sua arquitetura de bronze, suas colossais contorções bordadas, como um templo dentro de um templo, e sentir-se, no fundo do poço abismal da cúpula, encolher até se tornar um ponto rastejante.”

Os Cavaleiros de Colombo financiaram a restauração do baldaquino, cujo custo foi estimado originalmente em € 700 mil (R$ 4,27 milhões).

“É o baldaquino de Bernini... É uma obra-prima singular de arte sacra — uma que é instantaneamente reconhecível e impressionante”, disse Patrick Kelly, chefe dos Cavaleiros de Colombo, em entrevista coletiva quando a restauração foi anunciada pela primeira vez.

“Mas, como se isso não bastasse, este projeto também se encaixa muito bem com a nossa missão e com a nossa história de serviço à Igreja e, especialmente, aos sucessores de são Pedro.”

Restauração da 'Cátedra de São Pedro'

Trabalhos de restauração também estão sendo feitos no enorme monumento de bronze de Bernini no altar da cátedra na basílica de São Pedro, chamado de “Cátedra de São Pedro”.

A enorme escultura retrata quatro doutores da Igreja segurando o trono de são Pedro com anjos dourados bem acima do trono petrino em volta do vitral oval da “Pomba do Espírito Santo”.

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Restauradores de arte também estão limpando as enormes estátuas de santo Ambrósio, santo Agostinho, santo Atanásio e são João Crisóstomo, que atualmente estão cobertas por andaimes.

Bernini construiu o monumento ao longo de dez anos por volta do século XVII para proteger uma relíquia histórica — um trono de madeira simbolizando a primazia petrina com placas de marfim que remontam à era carolíngia, no século IX.

As restaurações também dão ao público a chance de ver de perto a relíquia histórica da cátedra de são Pedro. A relíquia ficará em exposição para os visitantes da basílica de São Pedro de 27 de outubro a 8 de dezembro.

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