20 de dezembro de 2024 Doar
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Delegados não católicos põem a unidade dos cristãos em foco no Sínodo da Sinodalidade

Cardeal Kurt Koch fala a jornalistas em entrevista coletiva do Sínodo da Sinodalidade realizada ontem (10) na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano. | Daniel Ibáñez/CNA

Três delegados fraternos, como são chamados os representantes não católicos das igrejas cristãs que participam da sessão deste ano do Sínodo da Sinodalidade, estiveram na entrevista coletiva de ontem (10) do Sínodo da Sinodalidade.

Segundo o prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, o imperativo para todas as igrejas cristãs caminharem, orarem e cooperarem é a própria oração sacerdotal de Jesus registrada no capítulo 17 do Evangelho de são João: "Para que todos sejam um".

"Jesus não ordena a unidade, mas ora por ela", disse ontem (10) o cardeal Koch a jornalistas. "Então, se Jesus orou pela unidade, o que podemos fazer? Devemos fazer o que Jesus fez".

Em junho, o Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos lançou O Bispo de Roma, livro que examina os frutos de vários diálogos ecumênicos entre a Igreja Católica Apostólica Romana e outras igrejas sobre o o papel e o ministério do papa nos últimos 30 anos.

Na entrevista coletiva, o metropolita da Pisídia, Job Getcha, co-presidente ortodoxo oriental da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Ortodoxa, falou sobre o significado da "convergência" encontrada nos vários diálogos bilaterais da Igreja Católica Apostólica Romana com a Igreja Ortodoxa e outras igrejas cristãs pesquisadas em O Bispo de Roma.

"O que me impressiona nesse livro – e aconselho vocês a lê-lo – é ver a convergência entre todos esses diálogos bilaterais", disse o metropolita aos jornalistas. "Isso significa que não estamos apenas buscando um acordo ou apenas algum compromisso com outra igreja".

Delegados fraternos – representantes não católicos de igrejas cristãs que participam da sessão deste ano do Sínodo da Sinodalidade – respondem a perguntas em coletiva de imprensa do Sínodo, realizada ontem (10) na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano. Daniel Ibáñez/CNA

 

O metropolita disse também que o diálogo ecumênico não visa apenas a reconciliação e a fraternidade entre as igrejas, mas tem o potencial de "também dar frutos na vida interna e doméstica de cada igreja".

Ao falar sobre "a grande importância da relacionalidade" entre as igrejas cristãs, o bispo anglicano de Chichester, Inglaterra,  Martin Warner,  co-presidente do Comitê Anglicano-Católico Romano Inglês-Galês, falou sobre o "senso de família" que se desenvolveu entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja da Inglaterra, particularmente no reinado da rainha Elizabeth II, que morreu em 2022.

"Ela, eu acho, viveu durante a duração de cinco papas", disse Warner. "Essas [reuniões] criam uma sensação de família que tem uma história e um passado".

Warner disse também que tanto anglicanos quanto católicos veem a autoridade como um "dom". Ele disse que a primazia do amor e do serviço – ressaltada na encíclica Ut Unum Sint do papa são João Paulo II – são as "bases sólidas" sobre as quais ambas as igrejas são construídas.

Anne-Cathy Graber, secretária para as relações ecumênicas da Conferência Mundial Menonita, disse aos jornalistas que o Sínodo da Sinodalidade deu ao movimento ecumênico um novo "dinamismo", mas que são necessários mais "sinais visíveis" da unidade cristã.

"É verdade que às vezes não há sinais simbólicos que o mundo possa entender. O que nos falta são gestos simbólicos de reconciliação", disse ela.

Os delegados e participantes do Sínodo da Sinodalidade participam hoje (11) de um momento de oração ecumênico no Vaticano.

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