16 de dezembro de 2024 Doar
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Autoridade jesuíta apoia evento LGBTQ na sede dos jesuítas em Roma

Sede da Companhía de Jesus em Roma. | Daniel Ibáñez/EWTN News

O delegado para as Casas e Obras Internacionais Romanas da companhia de Jesus, padre Johan Verschueren, apoiou o evento "Católicos LGBTQ" realizado na casa geral da Companhia de Jesus em Roma.

No âmbito do Sínodo da Sinodalidade, os jesuítas organizaram o evento na terça-feira (8) no qual um grupo de pessoas com tendências homossexuais pediu maior participação na comunidade eclesial.

O padre Verschueren disse à CNA, agência em inglês da EWTN News, que dá "apoio moral" a esse ato, embora tenha dito que não estava presente.

"Os cristãos LGBT são nossos irmãos e irmãs e, é claro, eles têm (deveriam ter) seu lugar em nossas igrejas locais e comunidades religiosas", disse o padre Verschueren.

"Sua identidade de gênero não foi uma escolha moral", disse o jesuíta à ACI Prensa, agência em espanhol da EWTN News. "Eles nasceram assim".

O padre disse também que "eles são igualmente chamados e amados por nosso Senhor e Salvador, e convidados a segui-Lo" e acrescentou que "é bom ouvi-los dar testemunho".

A doutrina católica sobre a homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo da Igreja Católica: 2.357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2.358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

 

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

O evento "Qual é a experiência dos católicos LGBTQ?" foi organizado pelo veículo de mídia administrado por jesuítas America Media e pelo grupo pró-LGBT Outreach, cujo fundador é o padre jesuíta americano James Martin, que participa da assembleia do Sínodo da Sinodalidade por indicação do Papa Francisco.

O evento foi aberto pelo secretário da companhia de Jesus, padre Antoine Kerhuel, na casa geral dos jesuítas no Borgo Santo Spirito, rua próxima ao Vaticano.

Com o padre James Martin como moderador, o painel contou com outros convidados, como Christopher Vella, da organização católica LGBT Drachma em Malta.

 "Vamos permitir que o amor se expresse", disse Vella.

Também estava presente Juan Carlos Cruz, ativista chileno que denuncia abusos sexuais e, a convite do papa Francisco, faz parte da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores. Cruz condenou o apoio que alguns líderes da Igreja "deram a leis controversas que estigmatizam as pessoas LGBTQ, especialmente em lugares como Uganda".

Janet Obeney-Williams, lésbica que vive com outra mulher  e participou da consulta do Sínodo global, também falou no evento sobre sua "conversão" ao catolicismo depois das palavras de "boas-vindas" do papa Francisco.

O evento também contou com a presença de alguns bispos e cardeais, incluindo o bispo jesuíta de Hong Kong, China, dom Stephen cardeal Chow, delegado do sínodo que conduziu a oração de abertura do evento.

"Ó Espírito Santo, envie-nos sua luz guia da verdade, para que nossa ignorância e preconceitos possam se dissolver através desta reunião sinodal, e uma nova manhã marcada pelo respeito mútuo e compreensão empática possa tomar forma em nossa Igreja para nossos irmãos e irmãs LGBTQ", rezou o cardeal.

Joanita Warry Ssenfuka, lésbica de Uganda que dirige a organização Freedom and Roam Uganda, disse que a mensagem de Jesus "era de amor" e exortou os líderes da Igreja "a ver os católicos LGBT como seres humanos e não como a soma de seus pecados".

Pouco antes do Sínodo da Sinodalidade, o padre James Martin divulgou reflexões pessoais sobre as abordagens pastorais a católicos que com tendências homossexuais junto com o padre Radcliffe, assistente espiritual na assembleia sinodal e futuro cardeal.

Quem é o padre jesuíta Johan Verschueren

O padre estudou botânica na Universidade Católica de Louvain, Bélgica, e depois filosofia em Paris. Ele lecionou por dois anos no Centro de Pesquisa e Promoção do Campesinato (CIPCA, na sigla em espanhol) no Peru.

Ele também estudou teologia na Universidade Católica de Louvain, Bélgica,  de 1991 a 1995 e foi Superior dos Jesuítas na Região Europeia dos Países Baixos (Holanda).

Desde fevereiro de 2020, o padre é delegado para as Casas e Obras Internacionais Romanas da companhia de Jesus.

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