21 de dezembro de 2024 Doar
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Mãe pedala 67 km para ir ao Círio de Nazaré buscar consolo em Nossa Senhora pela morte de seu filho

Arlinda Dias no Santuário Basílica Nossa Senhora de Nazaré. | Crédito: Davi Correa / ACI Digital.

Arlinda Dias, 52 anos, mora em Abaetetuba (PA). Há cinco anos passou pelo maior sofrimento de sua vida ao ver o filho ser morto na porta de casa quando chegava do trabalho.  Em busca de resposta e consolo, todos os anos ela pedala 67 km até Belém (PA) para participar do Círio de Nazaré que acontece no segundo domingo de outubro. “Nossa Senhora de Nazaré representa para mim força e coragem”, disse ela à ACI Digital.

Este ano, ela saiu de sua cidade natal no sábado (12) às 4h e chegou ao Santuário Basílica Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, às 10h, junto com um grupo de amigas devotas da Nazinha, como Nossa Senhora de Nazaré é chamada carinhosamente pelos paraenses.

Grupo de ciclistas em frente à Basílica Nossa Senhora de Nazaré. Crédito: Davi Corrêa / ACI Digital.

Na sua bicicleta, ela colocou uma imagem da Nazinha na frente para que a conduza no caminho e uma foto do seu filho virada para ela. “A foto vai comigo na minha bike que é para me dar força para eu nunca desistir”.

“Eu venho todos os anos em busca de uma resposta”, disse Arlinda. “Eu creio e eu acredito que um dia essa resposta vai chegar. Eu sei que ela não vai trazer meu filho de volta, mas vai acalentar o meu coração”.

“Nossa Senhora nunca desistiu do filho dela”, disse Arlinda. “O filho sofrendo e ela ali aos pés dele, em nenhum momento ela abandonou. É nela que eu me inspiro, é nela que no pedal de lá para cá eu venho imaginando toda aquela dor que ela passou, mas ela nunca abandonou o filho”.

No sábado de manhã o santuário basílica estava movimentado com os grupos que chegavam de longe a pé ou de bicicleta para expressar o seu amor e devoção a Nossa Senhora. Os diáconos estavam em frente à igreja aspergindo água benta nos peregrinos e nos objetos que traziam como sinal de suas promessas.

Diácono aspergindo água benta em frente ao Santuário Basílica Nossa Senhora de Nazaré. Crédito: Davi Corrêa / ACI Digital.

Em frente à basílica há grades repletas de fitinhas, cartazes e objetos deixados pelos fiéis como símbolo de sua devoção à padroeira do Pará e rainha da Amazônia.

Romeira colocando a fitinha de Nossa Senhora de Nazaré no Santuário Basílica Nossa Senhora de Nazaré. Crédito: Davi Corrêa / ACI Digital.

Peregrinos de outras regiões também chegaram ao santuário no sábado. É o caso de Leni Lima, 39 anos, que saiu de Castanhal (PA) na sexta-feira (11) às 18h e chegou no sábado às 8h no santuário.

Ela contou à ACI Digital que fez a caminhada para cumprir promessas que fez para a mãe, para o sobrinho e para o filho. Ela tentou fazer a caminhada no ano passado, mas por causa do cansaço e das dores que sentiu, parou no meio do caminho.

Este ano, ela tentou desistir várias vezes, mas estava acompanhada do namorado que a incentivou a continuar para alcançar o seu objetivo.  “Ele não me deixou desistir, porque eu estava chorando muito, com muita dor, estava assim muito cansativo, eu não estava aguentando”.

“Nossa Senhora de Nazaré significa tudo para mim. Eu sou devota de Nossa Senhora”, concluiu.

O romeiro Marcos Benício também caminhou mais de 70km de Castanhal até Belém, mas antes passou toda a semana ajudando outros romeiros que passavam por sua cidade no projeto Anjos de Maria que “é um projeto de minha finada mãe. A gente atende os romeiros que vêm de outras cidades, desde o café à janta, massagem. Esse pouco que a gente fez, mas para eles pode significar bastante, que já vêm bastante debilitado”, contou à ACI Digital.

“Nossa Senhora de Nazaré é a nossa Mãezinha”, concluiu.

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