BELÉM, Oct 15, 2024 / 15:40 pm
“A Guarda de Nazaré é o maior instrumento de conversão na minha vida”, disse o guarda Michel Demóstenes, de 36 anos, enquanto protegia a corda durante a trasladação do Círio de Nazaré no sábado (12). Ele faz parte da Guarda de Nossa Senhora de Nazaré (GNSN) composta por 2,7 mil homens com a missão de guiar as procissões do Círio de Nazaré e manter a ordem e a segurança.
Michel é do núcleo da berlinda que são os guardas que ficam perto da berlinda levando uma estrutura de metal atada à corda. Os guardas desse núcleo usam a força física para frear a corda puxada pelos fiéis para que a procissão mantenha o ritmo, no que é descrito por muitos deles como um verdadeiro cabo de guerra.
Na procissão, espremido entre outros guardas, ele contou à ACI Digital que há seis anos faz todo esse esforço para agradecer a Nossa Senhora de Nazaré “de onde eu vim, de onde Nossa Senhora me tirou. Nada do que eu faça aqui vai pagar tudo o que ela fez por mim”.
“Hoje eu sinto que a minha vida tem um sentido. Eu sinto que hoje eu tenho um caminho a seguir”, disse.
Ele contou que vivia uma vida totalmente desregrada e sem sentido. Para ele, Nossa Senhora de Nazaré é “uma mãe intercessora, aquela que intercede por mim sempre”.
A presença da Guarda de Nazaré é fundamental nas procissões do Círio de Nazaré. Tanto na trasladação do sábado (12), que reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas, como na grande procissão do Círio no domingo (13), que reuniu mais de 2 milhões de pessoas, eles são os responsáveis por guiar a corda que puxa a Berlinda, manter o ritmo da procissão, para que não vá nem muito rápido, nem muito devagar, proteger os fiéis para que não se machuquem, proteger a corda para que não seja cortada. Em alguns momentos, de braços dados, eles formam uma corrente humana para conter os empurrões.
É um trabalho que exige muita atenção e esforço físico. Os guardas fazem o serviço cantando, rezando e entoando gritos de amor a Nossa Senhora.
Daniel Gavinho, de 59 anos, também é do núcleo da berlinda. Ele contou que por quatro vezes foi convidado para participar da guarda e sempre negou. Na quinta vez, sentiu que era um chamado de Nossa Senhora e se voluntariou. Agora, já são 11 anos prestando esse serviço.
Ele disse que todo o esforço que faz tem sentido por causa do “amor ao próximo”. Para ele, é muito importante a gente “amar, amar e amar”.
O guarda João Pantoro, de 69 anos, contou que toda essa exigência física faz “bem até para a alma, para o nosso espírito, para o nosso momento de fé”.
Ele faz parte da guarda há 15 anos e conta que o amor a Nossa Senhora de Nazaré “transborda dentro do coração, para a alma e se manifesta na prática da evangelização com os irmãos”.
O seu João contou que o momento de que ele mais se orgulha como guarda foi quando foi o responsável pela descida da Glória da Imagem Original há alguns anos. Também lembrou com carinho quando levou a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré à arquidiocese do Rio de Janeiro em julho passado.
A descida da imagem original de Nossa Senhora de Nazaré da Glória acontece todo segundo sábado de outubro e desde 1992 faz parte das celebrações do Círio de Nazaré.
A Guarda de Nossa Senhora de Nazaré celebra os seus 50 anos este ano. Foi fundada em 1974 pelo padre Giovanni Incampo e por Nelson Ribeiro, então diretor coordenador do círio. Segundo o seu site, é a maior guarda católica do mundo. Seus 2,7 mil membros são todos homens e voluntários.
Além do serviço durante o Círio, a Guarda de Nazaré atua durante todo o ano na Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré e nas comunidades da paróquia em procissões, missas e eventos religiosos.
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