16 de dezembro de 2024 Doar
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O maior desafio do Sínodo é “mudar as estruturas” da Igreja, diz bispo brasileiro

O bispo de Santo André (SP), dom Pedro Carlos Cipollini. | Daniel Ibáñez/EWTN News

O bispo de Santo André (SP), dom Pedro Carlos Cipollini, disse que para alcançar as mudanças propostas no Sínodo da Sinodalidade, é necessário primeiro fazer três tipos de conversão: pastoral, estrutural e espiritual.

“Algo deve mudar”, disse hoje (17) o bispo a jornalistas em sessão informativa na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano.

O bispo disse que no sínodo há um tema “transversal”, presente em todos os debates enfrentados: a questão “das mudanças”.

Dom Cipollini disse que a palavra “mudança” na linguagem bíblica é traduzida como “conversão”, termo usado em várias ocasiões no Evangelho, especialmente nos apelos de Jesus.

O bispo, que foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2015 a 2023, falou sobre três tipos de conversão, essenciais para que “uma mudança” – embora sem especificar qual – chegue ao fim.

Em primeiro lugar, o bispo falou de uma “conversão pastoral”, ou seja, “do modo de exercer a missão e de evangelizar”. “A forma de evangelizar os meios de comunicação” e “ampliar os lugares de evangelização, já que um território já não basta”, disse dom Cipollini.

Especialmente notável foi a sua proposta de “conversão estrutural”, que definiu como o “maior desafio” do sínodo. “Trata-se de mudar as estruturas, com o olhar voltado para o horizonte do Reino de Deus. “Não apenas a Igreja ad intra”, disse o bispo.

O terceiro ponto seria, segundo o bispo, uma conversão “espiritual e sinodal”. Ele também falou sobre a necessidade de testemunhos pessoais de vida que “motivem as pessoas à conversão”.

Dom Cipollini disse não se tratar apenas de “um processo racional, mas também emocional”, e disse ser necessário “acolher o novo e oferecer ao Senhor o que já ocorreu, seguindo o caminho que o Espírito Santo nos ensina”.

Essa conversão, segundo o bispo, “é lenta, não é matemática nem automática” e tem a ver “com a liberdade da pessoa”. Dom Cipollini disse também que deve ser levado em conta “o fator tempo”, embora tenha dito que tem esperança de ver que se vive “um processo de mudança”.

“Não podemos verificar os resultados, não temos o poder de determinar o futuro. Mas tenho uma grande esperança, que faz parte de um processo de conversão”, disse o bispo.

Embora as questões mais controversas, como a ordenação de homens casados ​​ou o acesso das mulheres ao diaconato, tenham sido retiradas dos debates centrais do sínodo, o processo ainda pode mudar a Igreja de diferentes maneiras.

Uma maior presença de mulheres em cargos de liderança, a capacidade das conferências episcopais nacionais de tomar decisões doutrinárias ou formas concretas pelas quais as comunidades eclesiais podem avaliar os seus líderes, podem ser algumas dessas “mudanças” que são abordadas, disse o bispo brasileiro.

Sobre a mudança estrutural mencionada por dom Cipollini, o coordenador dos teólogos especialistas, padre Dario Vitali, chegou a dizer que o trabalho do sínodo permitirá finalmente uma “renovação” das estruturas eclesiais.

Essa renovação assume a forma de uma “inversão da pirâmide” e propõe um “estilo sinodal”, enquadrado numa Igreja menos hierárquica, com uma abordagem mais “participativa e inclusiva” entre os seus membros, promovendo assim a tomada de decisão coletiva e a corresponsabilidade.

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