VATICANO, Mar 3, 2006 / 15:51 pm
Ao visitar nesta manhã a sede da Rádio Vaticano que celebra neste ano su 75º aniversário, o Papa Bento XVI improvisou diante dos microfones algumas palavras, transmitidas ao vivo, nas quais destacou o serviço desta emissora a Cristo e à Igreja e, por isso mesmo, à verdade, a paz e a reconciliação no mundo.
"Hoje a voz da Rádio Vaticano chega a todas as partes do mundo, a tantas casas, e, como já foi dito, há sobretudo uma grande reciprocidade, porque não só se fala, mas também se acolhem as respostas, em um diálogo verdadeiro para compreender, para responder e construir a família de Deus", disse o Santo Padre aos microfones da rádio inaugurada em 1931 sob o pontificado de Pio XI.
"Acredito que este seja o sentido de um meio de comunicação como este: ajudar a construir esta grande família que não tem fronteiras e em que, na multiplicidade de idiomas, todos são irmãos e irmãs, representando assim uma força de paz", acrescentou o Papa.
Ao destacar o contribuição da Rádio Vaticano no diálogo da verdade e na paz e reconciliação, Bento XVI desejou a seus ouvintes "que se sintam realmente partícipes deste grande diálogo da verdade". A esse respeito, o Papa constatou que "no mundo da comunicação não faltam, como sabemos, vozes contrastadas. Por isso é tão importante que exista esta voz que quer estar verdadeiramente a serviço da verdade, de Cristo e, portanto, a serviço da paz e da reconciliação no mundo".
A Rádio Vaticano na história
Ao continuar seu percurso pelas novas instalações da rádio, o Pontífice fez algumas breves referências da história desta, lembrando que o Papa Pio XI era "muito consciente da importância que o novo instrumento de comunicação, do qual a Igreja estava se dotando, teria tido para a difusão do magistério pontifício no mundo".
Do mesmo modo, o Papa afirmou que graças a essa emissora, Pio XII, durante a Segunda guerra mundial "fez com que escutassem em todo mundo apaixonadas exortações à esperança e à paz".
Em sua intervenção, o Papa se referiu também aos anos do comunismo quando a emissora "multiplicou os programas e línguas de transmissão para que chegasse às comunidades cristãs, oprimidas pelos regimes totalitários, o testemunho de proximidade e solidariedade da Igreja".
"A sua é a ‘boa batalha da fé’ –destacou o Santo Padre– para difundir o Evangelho de Cristo. Consiste como se lê em seu estatuto em ‘anunciar com liberdade, fidelidade e eficácia a mensagem cristã e conectar o centro da catolicidade com os diversos países do mundo’. É uma missão que conserva sua atualidade, embora com o tempo mudem as circunstâncias e a modalidade para realizá-la".
A Rádio Vaticano é hoje "um coro de vozes que ressoa em mais de quarenta línguas e pode dialogar com culturas e religiões diversas", concluiu o Papa exortando aos que trabalham nela a "seguir atuando no grande areópago da comunicação moderna, atesourando a extraordinária experiência que viveram durante o Grande Jubileu do Ano 2000 e mais ainda com motivo da morte do amado nvPapa João Paulo II, um acontecimento que demonstrou quanto a humanidade deseja conhecer a realidade da Igreja".
Nesta visita, seu primeira como Pontífice, Bento XVI foi acolhido e acompanhado pelos três diretores da Rádio Vaticano, o Pe. Federico Lombardi, diretor geral, o Pe. Andrej Koprowski, diretor de programação e Alberto Gasbarri, diretor técnico e administrativo.
Entre os presentes na emissora, encontrava-se o Pe. Peter-Hans Kolvenbach, prepósito geral da Companhia de Jesus, a quem o Papa agradeceu "o serviço que desde a origem da Rádio Vaticano os jesuítas prestam à a Santa Sé, fiéis ao carisma ignaciano de plena dedicação à Igreja e ao Pontífice romano".
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