22 de dezembro de 2024 Doar
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Bispos de todo o mundo devem implementar 'sínodos diocesanos' em países de origem, diz cardeal Bo

O arcebispo de Yangon, Mianmar, dom Charles cardeal Bo, presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC, na sigla em inglês), em entrevista coletiva ontem (17) no Vaticano. | Daniel Ibáñez/CNA

O arcebispo de Yangon, Mianmar, dom Charles cardeal Bo, presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC, na sigla em inglês), disse ontem (17) em entrevista coletiva que os sínodos diocesanos são um meio eficaz para “construir uma visão e missão” para as Igrejas locais.

O bispo de alto escalão de Mianmar disse ontem (17) a jornalistas que a sinodalidade em nível diocesano não é um conceito novo para a Igreja.

“Quando fui ordenado bispo em 1990, uma coisa que me atraiu no direito canônico foi o sínodo diocesano”, disse o cardeal Bo.

“Todos esses anos como bispo — estive em sete dioceses — conduzi sínodos diocesanos quatro vezes: em 1992, 1996, 2004 e 2014”, disse dom Bo.

O cardeal de 75 anos, com mais de duas décadas de experiência com sínodos diocesanos, disse que coletar informações “dos fazendeiros, das aldeias, das paróquias e dos trabalhadores, religiosos e prisioneiros” provou ser um processo que vale a pena.

Segundo dom Bo, os relatórios gerados a partir de consultas sinodais com fiéis católicos nas dioceses deram bases sólidas para o crescimento das Igrejas locais em seu país natal, Mianmar.

A Conferência Episcopal de Mianmar é um dos 22 membros ativos da FABC, liderada por dom Bo. No início do ano, a FABC fez uma oficina de sinodalidade — que contou com a presença de 38 delegados de Igrejas locais espalhadas por 17 países — em Bangkok, Tailândia, de 5 a 8 de agosto.

No encontro regional, a necessidade de unidade e harmonia foi identificada como essencial para o crescimento da Igreja em uma região em grande parte não cristã.

Apesar dos desafios que a Igreja enfrenta na Ásia, incluindo a vastidão geográfica da região e “culturas e tradições profundamente enraizadas” que são resistentes à mudança ou veem o cristianismo como estrangeiro, dom Bo acredita que as negociações sinodais globais deste mês serão uma “oportunidade valiosa” para trazer “renovação” às paróquias locais.

A FABC pretende desempenhar um papel fundamental em “orientar a Igreja na Ásia em direção a uma missão sinodal”, ao dar maior atenção à participação das mulheres, ao engajamento dos jovens, aos pobres e marginalizados e aos migrantes no nível paroquial.

“Ela [FABC] serve como uma plataforma para colaboração entre igrejas locais e promove prioridades pastorais compartilhadas”, disse o cardeal.

“O processo [sinodal] trouxe energia renovada e esperança para o futuro, e a Igreja na Ásia está comprometida em construir uma Igreja que inclua a todos e ouça a todos”, disse dom Bo.

Com a sessão global final do Sínodo da Sinodalidade chegando ao fim em 27 de outubro, dom Bo espera que os 272 bispos participantes das discussões deste ano abram sínodos diocesanos em suas próprias dioceses.

“Gostaria também de encorajar todos os bispos e todas as dioceses que — com base nos frutos que coletamos neste Sínodo da Sinodalidade — não começamos e paramos com esta reunião [no Vaticano], mas é um esforço contínuo que tentamos em todas as Igrejas”, disse o cardeal Bo.

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