17 de dezembro de 2024 Doar
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Por que o Sínodo da Sinodalidade fez reuniões teológicas extras este ano?

Quatro conferências diferentes de teologia, feitas publicamente nos dias 9 e 16 de outubro em Roma, falaram sobre o “tom teológico do processo sinodal”, segundo um moderador da conferência e especialista no Sínodo da Sinodalidade deste mês. | Hannah Brockhaus/CNA

Quatro conferências diferentes de teologia, feitas publicamente nos dias 9 e 16 de outubro em Roma, falaram sobre o “tom teológico do processo sinodal”, segundo um moderador da conferência e especialista no Sínodo da Sinodalidade deste mês.

Os fóruns noturnos deram uma plataforma a 17 teólogos e canonistas cuidadosamente selecionados, que falaram por cerca de 10 minutos cada sobre os tópicos da primazia papal, o povo de Deus, a autoridade do bispo e a relação entre as Igrejas locais e a Igreja universal — tudo no contexto de como tornar a Igreja mais sinodal.

Uma das poucas novidades da segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade, os fóruns revelaram alguns dos fundamentos teológicos da sinodalidade — segundo os especialistas que escreveram sobre o conceito anos antes do papa Francisco lançar o processo sinodal de três anos — e as propostas concretas para o futuro da Igreja.

Klara A. Csiszar, moderadora de dois desses fóruns, especialista do Sínodo da Sinodalidade e teóloga romena, disse em uma reunião com jornalistas na quarta-feira (16) que as conferências “ajudam a entender melhor o tom teológico de todo o processo de sinodalidade, especialmente a teologia do povo de Deus, que é vista como o sujeito da missão”.

“Esse é um tema fundamental que, na minha opinião, deve ser traduzido em aplicação prática com todas as suas implicações”, disse ela, ao acrescentar que “a teologia ajuda com isso, aprendendo não apenas a ensinar, por assim dizer, mas também ao ouvir muito, sentar-se no salão e tentando entender o que realmente está em jogo” na assembleia no Vaticano de 2 a 27 de outubro.

Outros participantes concordaram que o objetivo dos formulários era examinar algumas das questões e propostas concretas que estavam sendo debatidas no salão do sínodo no Vaticano de uma forma teológica mais profunda.

O arcebispo de Turim e Susa, Itália, dom Roberto Repole, disse à CNA, agência em inglês da EWTN News, que embora os fóruns fossem uma forma de tornar alguns dos debates do sínodo mais abertos ao público, eles também eram uma boa oportunidade "para compreender os riscos de algumas possíveis mudanças" na Igreja e para ver a jornada que a Igreja fez para chegar à sinodalidade desde o Concílio Vaticano II.

“Sinodalidade”, diz dom Repole, “tem a ver com uma maneira de viver juntos, de ser Igreja, de decidir como cristãos sobre as questões básicas. Mas também pede algum aprofundamento sobre questões teológicas que não podem permanecer à margem da jornada que está sendo feita”.

Nos fóruns, Repole e muitos dos palestrantes das reuniões se basearam fortemente na constituição dogmática Lumen Gentium, publicada pelo papa são Paulo VI em 1964 no âmbito do Concílio Vaticano II, em suas defesas da sinodalidade, ao dizer que o conceito teológico tem suas raízes no concílio.

O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Ulrich cardeal Steiner, falou na terça-feira (15) sobre o ímpeto para organizar os fóruns teológico-pastorais.

O cardeal brasileiro disse que, ao final da primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade, em outubro do ano passado, teólogos disseram desejar uma participação mais integral e proeminente nas discussões sinodais.

Era importante que os teólogos “participassem mais do sínodo”, disse dom Steiner. “E, nesse sentido, o sínodo identificou um novo caminho, uma nova maneira de considerar o que foi proposto”.

“No ano passado, foi dito que a teologia não recebeu atenção suficiente”, disse Csiszar. “Os fóruns teológicos e pastorais fornecem uma resposta e abrem um espaço no qual a teologia, por um lado, está aprendendo a articular seu papel em uma Igreja sinodal e, por outro, está fazendo uma contribuição substancial para o desenvolvimento de um novo estilo sinodal, uma nova cultura sinodal”.

Os quatro tópicos dos fóruns, disse ela, “ajudam a dar orientação onde há bloqueios, motivam onde as possibilidades talvez não sejam mais vistas e abordam a exaustão quando ela se instala e oferecem críticas onde muitas respostas indicam que um certo caminho pode ser o errado”.

Um grupo de 15 especialistas teológicos participa do Sínodo da Sinodalidade como conselheiros, mas eles não são delegados e não participam da votação na assembleia de 2 a 27 de outubro.

Alguns dos que falaram nos fóruns foram escolhidos entre essas mais de duas dúzias de teólogos e canonistas. Outros foram escolhidos pelos organizadores do sínodo “principalmente entre aqueles que participaram das várias fases do processo sinodal”, disse por e-mail o secretário especial do sínodo, padre Riccardo Battocchio, ao jornal National Catholic Register, da EWTN.

“Alguns [dos palestrantes] são membros da comissão teológica criada em 2021, outros foram adicionados na preparação do primeiro e segundo Instrumentum Laboris, outros foram envolvidos por sua competência e experiência específicas”, disse o padre Battocchio.

O padre disse que os apresentadores “foram convidados a não privilegiar, em sua apresentação, uma escola teológica específica, mas a transmitir, mesmo no curto tempo disponível, o escopo das questões individuais, as possíveis respostas diferentes oferecidas pela teologia católica, ajudando os participantes dos fóruns a compreender os diferentes aspectos de cada tema e a fazer perguntas”.

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