Oct 21, 2024 / 11:54 am
O arcebispo de Valladolid, dom Luis Argüello diz que a sinodalidade permite responder ao apelo que o Senhor faz à “comunhão missionária” para “evangelizar contra a corrente”.
O também presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) está em Roma para a segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade e escreveu uma carta sobre o evento.
Sob o título Carta de Roma. Por que e para que sinodalidade? , dom Argüello diz que “a sinodalidade é a oportunidade de fazer a plena acolhida do pentecostes do Vaticano II na mudança de época, acelerada nas últimas décadas”.
Esse processo, diz o arcebispo, permite “avançar na resposta ao apelo que o Senhor nos faz à comunhão missionária no momento em que vivemos, marcado pelo individualismo e pela necessidade urgente de evangelizar contra a corrente”.
O arcebispo enumera quatro oportunidades que o sínodo dá à Igreja. Em primeiro lugar, de passar “de uma vida autorreferencial e eclesiocêntrica para uma vida que olha para o Senhor (conversão) e para o mundo para anunciar o Reino (vocação)”.
Em segundo lugar, de passar do clericalismo a um serviço de caridade “que se concretiza na identificação vocacional de cada um: caridade pastoral, caridade política e caridade consumada”.
Em terceiro lugar, dom Argüello diz que o Sínodo da Sinodalidade permite percorrer o caminho desde “uma compreensão da Igreja como sociedade perfeita, a sacramento que anuncia e torna transparente, em causas e desígnios, o Reino de Deus”.
A quarta oportunidade é passar “de uma vida estática a uma vida dinâmica de peregrinação, comunicação e entrega”.
Assim, o presidente da CEE diz ser preciso insistir nesses quatro pontos “porque a percepção deste Sínodo parece destacar uma obsessão pelas questões internas e pelas lutas pela distribuição do poder”.
Na opinião de dom Argüello, “nada poderia estar mais longe da intenção do papa Francisco ao fazer essa proposta à Igreja”.
Para o arcebispo, a Igreja sinodal é um povo que “descobre na Eucaristia a sua corresponsabilidade diferenciada, segundo o lugar que cada um ocupa em torno do altar”. Dessa concepção nasce a missão da Igreja no caminho “pelo qual todos somos responsáveis” e que privilegia a escuta, o diálogo, o primeiro anúncio e a “iniciação cristã e o testemunho e a oferta de misericórdia”.
Sobre o papel dos ministros ordenados, o arcebispo de Valladolid diz ser uma “humilde mediação sacramental”.
Isso implica que os pastores não podem prestar esse serviço, diz dom Argüello, “se não estivermos unidos entre nós – em colegialidade – nos vários círculos que expressam a nossa fraternidade sacramental: presbitério, colégio episcopal e comunhão cum Petro e sub Petro” (com Pedro e sob Pedro).
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