5 de dezembro de 2024 Doar
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Mineiro que teve morte cerebral declarada foi curado pela intercessão da santa Elena Guerra

O miraculado Paulo Gontijo na Praça de São Pedro, no Vaticano. | Crédito: Henrique Mendes.

“Eu morri e ressuscitei graças ao sangue misericordioso de Jesus e graças à intercessão da beata Elena Guerra”, disse Paulo Gontijo, de 63 anos, morador de Uberlândia (MG) que em 2010 teve morte encefálica declarada, mas foi curado pela intercessão da beata Elena Guerra. O reconhecimento deste milagre levou à canonização da apóstola do Espírito Santo no domingo (20), na praça de São Pedro, no Vaticano, junto com outros 13 santos em uma missa celebrada pelo papa Francisco.

O aposentado Paulo Gontijo contou à ACI Digital que o acidente aconteceu quando ele chegou em casa do trabalho. “Em vez de descansar eu resolvi podar uma árvore. Quando eu subi, faltava o último galho, eu puxei e escutei o barulho das folhas soltando. Soltei o galho e cai de cabeça para baixo, de 6 metros de altura, e bati a cabeça numa pedra”.

“A única coisa que eu lembro é que eu falei: ‘Ai meu Deus’”, continuou ele. “Desacordei. Fiquei em coma durante 27 dias”.

“A minha recuperação começou quando pediram a intercessão de santa Elena Guerra”, disse. “Todo mundo da minha diocese, do meu bairro, da minha rua, da cidade fazendo oração na UTI, fazendo novena a beata Elena Guerra, rezando o rosário do Espírito Santo”.

O milagre aconteceu em abril de 2010. O padre Willian Eurípedes García, da diocese de Uberlândia, contou que depois de celebrar a missa, ele foi à UTI para visitar o Paulo que já estava em coma e com morte encefálica. “Pinguei três gotas do precioso sangue de Jesus em sua boca e, imediatamente, instantaneamente, eu vi ali o milagre acontecer”.

“Quando ele abre os olhos, abruptamente mexe seu corpo. E logo após essa reação abrupta, misteriosa e milagrosa, passados alguns dias, o Paulo estava de pé, já quase pronto para ir embora para casa”, continuou o padre.

Para o Paulo, a recuperação maior “foi quando o padre William levou o sangue de Cristo” para ele na UTI. “Foi o sinal que Deus me deu de que eu não ia morrer. Eu levantei e abri o olho para ele. Foi Jesus falando que eu não ia morrer”.

“Isso é extraordinário. E essa extraordinariedade dos fatos faz com que a beata Elena Guerra avance com o seu processo para a canonização”, disse o padre Willian.

“Foi esse milagre com o Paulo Gontijo, com o sangue de Cristo, após a celebração da Santa Missa, que favoreceu, no processo de canonização, a elevação ao grau de santidade da beata Elena Guerra”.

Paulo Gontijo com fiéis da diocese de Uberlândia na praça de São Pedro, Vaticano. Crédito: Henrique Mendes.

Paulo Gontijo participou da missa de canonização de Elena Guerra no domingo, na Praça de São Pedro, no Vaticano, junto com a sua mulher Maria Roseli Ribeiro Gontijo, com quem está casado há 36 anos e tem dois filhos e sete netos. Ele também estava acompanhado do padre Willian e cerca de 50 fiéis e amigos da diocese de Uberlândia.

Paulo Gontijo na missa de canonização de Elena Guerra na praça de São Pedro, Vaticano. Crédito: Henrique Mendes.

“Agora o que mais faz o coração sair pela boca é a emoção tão grande de participar da canonização da Elena Guerra”, disse o Paulo sobre a missa. “O que eu mais tinha vontade, o que eu mais esperava na vida era isso. Não vai ter nada mais importante na minha vida do que a intercessão dela e participar de sua canonização”.

“A santa Elena Guerra é tudo na minha vida enquanto eu estiver vivo. É pela intercessão dela que eu estou saindo, dando testemunho para o povo, falando o que Jesus fez na minha vida por sua intercessão. Toda vez que estiver rezando meus rosários lembrarei dela. Quando estiver rezando para alguém, ela está no meio. Toda vez que eu estiver numa Igreja, assistindo uma missa, ela está no meu coração e na minha cabeça”.

Ele contou que o seu maior sonho sempre foi se casar, ter filhos e conhecer os netos. “Se a última palavra tivesse sido a do médico que me operou, tinham doado meus órgãos e eu não tinha conhecido meus netos”. Hoje, uma de suas netas se chama Elena Guerra. “Tenho uma neta e uma intercessora que ajudou Jesus a me ressuscitar”.

Santa Elena Guerra

Santa Elena Guerra nasceu em Lucca, na Itália, em 1835. Conhecida como uma "apóstola do Espírito Santo ", ela ajudou a convencer o papa Leão XIII a exortar todos os católicos a rezarem uma novena ao Espírito Santo antes do Pentecostes em 1895. Por seu grande amor e devoção ao Espírito Santo, tornou-se intercessora da Renovação Carismática Católica do Brasil.

Imagem da santa Elena Guerra na Basílica de São Pedro. Crédito: Henrique Mendes.

Ela é a fundadora das irmãs oblatas do Espírito Santo, uma congregação de freiras reconhecida pela Igreja em 1882 que continua a atuar até hoje na África, na Ásia, na Europa e na América do Norte.

Amiga do papa Leão XIII e professora de santa Gemma Galgani, Guerra é conhecida por seus escritos espirituais e por sua devoção apaixonada ao Espírito Santo.

“O Pentecostes não acabou”, escreveu Guerra. “Na verdade, acontece continuamente em todos os momentos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo quis dar-se a todos os homens e quem quiser pode sempre recebê-lo, para que não tenhamos que invejar os apóstolos e os primeiros cristãos. Basta que nos preparemos como eles para recebê-lo bem, e ele virá até nós como veio a eles”.

Durante grande parte da década dos seus 20 anos, Guerra ficou acamada devido a uma doença grave, um desafio transformador para ela, à medida que se dedicava à meditação das Escrituras e dos escritos dos Padres da Igreja. Ela sentiu o chamado para consagrar-se a Deus em uma peregrinação a Roma com seu pai depois de sua recuperação e passou a formar a comunidade religiosa dedicada à educação.

Em sua correspondência com o papa Leão XIII, Guerra compôs orações ao Espírito Santo, incluindo um terço do Espírito Santo, pedindo ao Senhor que envie o Seu Espírito “e renove o mundo”.

Elena Guerra foi beatificada pelo papa João XXIII, em 26 de abril de 1959 e canonizada pelo papa Francisco em 20 de outubro de 2024.

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