Como o Sínodo da Sinodalidade afeta a América Latina?

Delegados participam de sessão da 16ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos na Aula Paulo VI Delegados participam de sessão da 16ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos na Aula Paulo VI, no Vaticano. | Franco Origlia/Getty Images

A América Latina emergiu como uma voz significativa no Sínodo da Sinodalidade. Neste mês, membros do clero e vários participantes falaram sobre o impacto e as consequências que o “estilo sinodal” proposto na assembleia terá em seus respectivos países.

Antídoto contra a polarização

O arcebispo de Bogotá, Colômbia, dom Luis José cardal Rueda Aparicio, um dos escolhidos para preparar o documento final do sínodo, disse à EWTN que, apesar da variedade de contextos, há uma “unidade” que permite que o estilo sinodal permeie as diferentes realidades da América Latina.

Dom Rueda disse que a sinodalidade é concebida como um antídoto para um grave problema que afeta não apenas a Colômbia, mas toda a América Latina.

Essas são “polarizações tóxicas e prejudiciais à saúde que levam até mesmo membros da mesma família a se tornarem inimigos dentro dos países”, disse.

Para o cardeal, a proposta da sinodalidade “com capacidade de escuta, de diálogo e daquela metodologia simples, mas poderosa, que é a conversa no Espírito, em que se dá valor ao orador e ao que ele expressa e depois encontra, guiado pelo Espírito Santo, uma via comum, tem uma aplicação social muito forte”.

Uma atitude “em saída e a caminho”

O cardeal Rueda Aparicio disse que “esse estilo de evangelização que abre portas, que entra no diálogo, que está em atitude de saída ao encontro dos outros, nos ajudará muito a encontrar os caminhos da paz e da reconciliação”.

O arcebispo da Cidade do México, dom Carlos Aguiar cardeal Retes, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que esse processo deve influenciar os comportamentos e as “resistências” que dificultam a aplicação da “vida sinodal”.

O cardeal falou especialmente sobre o trabalho dos párocos e disse que o “modelo tradicional, em que os fiéis eram esperados no templo”, deveria ser deixado de lado.

Em vez disso, o cardeal disse que o modelo sinodal propõe uma “Igreja em saída” — sobre a qual o papa Francisco falou várias vezes —, nas quais possam “sair aos ambientes do seu território, para promover a proximidade e a participação das presentes instituições e organizações leigas”.

O papa também convidou os membros da Igreja a buscarem uma presença maior na vida digital, ao propor uma “aplicação sinodal, missionária e ‘misericordiosa’ da Igreja”.

O arcebispo de Mendoza, Argentina, dom Marcelo Daniel Colombo, também falou sobre isso à ACI Prensa, ao dizer que “nestes dias, junto com o papa e a Igreja universal, aprendemos e levaremos para a América Latina as nossas experiências de uma Igreja em caminho”.

Corresponsabilidade na Evangelização

Para o bispo de Maldonado-Punta del Este-Minas, Uruguai, dom Milton Luis Tróccoli, o caminho sinodal permitiu que todos os agentes pastorais (sacerdotes, leigos e consagrados) “se sentissem mais integrados na missão evangelizadora”.

O bispo disse à ADN Celam, órgão de informação do CELAM, que “a experiência da sinodalidade e todo esse caminho que percorremos já está a dar contributos e a fazer transformações”.

O bispo disse que esse processo “busca um discernimento comum sobre como servir melhor e anunciar de forma mais eficaz o Evangelho, ao esperar que pouco a pouco seja possível responder a pergunta: ‘como levar a Palavra de Deus a todas as vidas e corações?’”.

Maior integração na vida paroquial

Na chamada “Tenda da Sinodalidade”, iniciativa cujo objetivo é refletir a partir de Roma sobre a presença da América Latina na Igreja, e continuar a promover o processo sinodal, refletiu-se sobre a necessidade de uma maior integração na vida paroquial.

No espaço, a presidente do Conselho Católico Nacional para o Ministério Hispânico dos EUA, Elisabet Román, refletiu sobre os hispânicos na Igreja dos EUA, onde a população migrante constitui 45% da população católica do país. Ele também falou sobre a falta de representação latina na liderança da Igreja.

América Latina, “exemplo de sinodalidade” para outros países

O subsecretário-geral do sínodo, dom Luis Marín de San Martín, disse em março deste ano que a América Latina “está cinco passos à frente na sinodalidade”.

Dom Marín disse que essa “estrutura forte” tem duas consequências: “Primeiro, é uma responsabilidade ajudar os outros, é preciso ajudar outros continentes, ajudar grupos, entrar em contato”. A segunda coisa, disse o bispo, é que “não devemos nos fechar, nenhum continente deve se fechar, porque tudo o que se fecha morre, a maravilhosa e estupenda riqueza que existe na América Latina deve ser aberta”.

“Peço que vocês liderem”, disse o bispo.

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