3 de dezembro de 2024 Doar
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Cardeal Renato Martino, ex-diplomata da Santa Sé, morre aos 91 anos

O cardeal Renato Raffaele Martino, principal diplomata da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU) por 16 anos e chefe de dois conselhos pontifícios em Roma por vários anos, morreu ontem (28) aos 91 anos. | Ninocento na Wikipedia italiana, domínio público, via Wikimedia Commons

O cardeal Renato Raffaele Martino, principal diplomata da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU) por 16 anos e chefe de dois conselhos pontifícios em Roma por vários anos, morreu ontem (28) aos 91 anos.

Segundo o Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé, o cardeal morreu em Roma.

O cardeal Martino foi presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz de 2002 a 2009 e do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes de 2006 a 2009, era presidente emérito desses conselhos quando morreu.

Martino também serviu como cardeal protodiácono de 2014 até sua morte. Como cardeal diácono sênior no Colégio dos Cardeais, o protodiácono tem a responsabilidade de fazer o “habemus papam” (anúncio da eleição de um novo papa) e também dá o pálio papal ao novo papa na inauguração papal.

Martino nasceu em Salerno, Itália, em 23 de novembro de 1932, e foi ordenado sacerdote em 20 de junho de 1957. Ele era formado em direito canônico e falava cinco idiomas.

O cardeal foi arcebispo titular de Segermes de 1980 a 2003. Conhecido por sua longa carreira diplomática, Martino foi observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas de 3 de dezembro de 1986 a 1º de outubro de 2002— o mais longo período em que qualquer diplomata ocupou esse cargo desde sua criação em 1964.

Além de seu trabalho na ONU, Martino ocupou vários cargos de núncio apostólico na Ásia, ao servir como diplomata da Santa Sé na Tailândia, Malásia, Laos, Singapura e Brunei.

Martino foi feito cardeal em 2003 pelo papa são João Paulo II e participou do conclave papal de 2005 que elegeu o papa Bento XVI.

Também foi presidente honorário do Instituto Dignitatis Humanae de 2010 a 2019.

O cardeal era conhecido por sua defesa aberta das crenças católicas na esfera política. Ele criticou a pena de morte dada ao presidente do Iraque, Saddam Hussein, como “punir um crime com outro crime” e descreveu um projeto de extensão do muro da fronteira dos EUA pelo governo do presidente George W. Bush como “desumano”.

O cardeal Martino era conhecido por ajudar a desenvolver e publicar as “Diretrizes para o Cuidado Pastoral da Estrada” da Santa Sé de 2007, também chamadas de “Dez Mandamentos para Motoristas”, publicadas pelo conselho pontifício de migrantes quando ele era presidente. O documento orienta os motoristas a exibir “cortesia, retidão e prudência” ao dirigir e ordena que tratem a estrada como um “meio de comunhão entre as pessoas e não de dano mortal”.

O funeral de Martino será realizado amanhã (30) no altar da cátedra na basílica de São Pedro, no Vaticano. A liturgia será celebrada pelo decano do Colégio dos Cardeais, cardeal Giovanni Battista Re.

Segundo Vatican News, o papa Francisco vai celebrar os ritos de Ultima Commendatio e Valedictio (última encomendação e adeus) no funeral.

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