3 de dezembro de 2024 Doar
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A Igreja na Ucrânia perdeu metade de suas paróquias em áreas ocupadas pela Rússia, diz bispo

O padre Ivan Levystky (à esquerda) e o padre Bohdan Geleta (à direita) foram mantidos presos por mais de um ano depois de serem capturados por russos em Berdyansk, Rússia, até serem libertados em 28 de junho de 2024. | Exarquia Episcopal de Donetsk

A Igreja na Ucrânia perdeu mais da metade das paróquias nas regiões ocupadas pela Rússia dois anos e meio depois da invasão, disse o bispo greco-católico de Donetsk, Ucrânia, dom Maksym Ryabukha.

O bispo, de 44 anos de idade, disse ao jornal italiano Avvenire que “a situação é cada vez mais preocupante” desde o início da guerra em fevereiro de 2022.

“Já perdemos mais da metade das paróquias. E com o avanço do exército russo, dezenas de outras igrejas foram evacuadas”, disse dom Ryabukha, cuja diocese está parcialmente sob controle russo, dividida por mais de 482 km de trincheiras.

Segundo a mídia italiana, nas igrejas de Pokrovsk, Mirnohrad e Kostiantynivka — áreas tomadas pelas forças russas — não há mais móveis litúrgicos, bancos ou adornos.

O bispo de Donetsk disse que os padres “ficam perto da população e visitam os refugiados que deixaram suas casas”. Em seu caso, dom Ryabukha disse que agora é “um bispo em um momento de dor, drama, injustiça e desamparo”, pois vê sua Igreja sofrendo.

Dom Ryabukha disse que nas áreas ocupadas pela Rússia, “aqueles que se dizem abertamente católicos desaparecem: alguns são baleados, outros são presos. Não há direito de professar livremente a fé. Nossos fiéis continuam a dizer: 'Estamos resistindo, mas é como estar trancado em uma prisão'”.

Sobre as experiências dolorosas, o bispo falou sobre a prisão dos padres Bohdan Geleta e Ivan Levitskyi, que ficaram presos por mais de um ano depois de serem capturados por russos em Berdyansk.

Ambos foram libertados em junho deste ano, e dom Ryabukha disse que suas histórias “mostram como o poder da oração é um apoio vital em meio às atrocidades”.

“Nossos dois padres sentiram a proximidade da Igreja que lhes permitiu resistir ao mal, à tortura, à desumanidade que vivenciaram nas celas russas. E é com a oração que também posso estar próximo das comunidades que me impedem de visitar. Todos os dias, peço ao Senhor que os proteja”, disse o bispo de Donetsk.

O bispo, que visita regularmente os soldados ucranianos, disse que muitos deles, antes da guerra, “eram simples pais ou mesmo ex-alunos salesianos”.

“Eles deixaram de lado seus planos para defender o país”, disse dom Ryabukha.

“Sabemos que a guerra vai acabar. Mas todos nós queremos que isso aconteça o mais rápido possível e com paz em nome da justiça”, disse o bispo de Donetsk.

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