3 de dezembro de 2024 Doar
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Que o Crisma não se torne o sacramento da “despedida” da Igreja, diz papa Francisco

Papa Francisco hoje (30) no Vaticano. | Daniel Ibáñez/EWTN News

O papa Francisco pediu hoje (30) que o crisma, ou confirmação, não se torne o “sacramento de despedida” ou “saída” da Igreja, mas sim que seja o início de uma participação ativa guiada pela ação do Espírito Santo.

No início da sua catequese na audiência geral de hoje, o papa disse que a “ação santificadora do Espírito Santo chega até nós, em primeiro lugar, através de dois canais: a Palavra de Deus e os sacramentos”.

Especificamente, o sacramento do crisma ou confirmação é o que “tem como finalidade comunicar visivelmente e de maneira carismática o Espírito Santo, com efeitos análogos aos produzidos sobre os apóstolos no Pentecostes”.

Segundo o papa, “o tema do Espírito Santo como ‘selo real’ com que Cristo marca as suas ovelhas está na base da doutrina do ‘caráter indelével’ conferido por este rito”.

Com o passar do tempo, disse o papa Francisco, “o rito da unção configurou-se como sacramento de pleno direito, assumindo formas e conteúdos diferentes nas várias épocas e nos diversos ritos da Igreja”.

O papa leu a definição dada ao sacramento pela Conferência Episcopal Italiana: “A Confirmação é para cada fiel o que o Pentecostes foi para toda a Igreja. [...] Reforça a incorporação batismal em Cristo e na Igreja e a consagração à missão profética, real e sacerdotal. Comunica a abundância dos dons do Espírito [...]. Se, portanto, o batismo é o sacramento do nascimento, a confirmação é o sacramento do crescimento. Por isso é também sacramento do testemunho, porque está intimamente ligado à maturidade da existência cristã”.

O problema, disse Francisco, “é como fazer com que o sacramento do Crisma não se reduza, na prática, a uma ‘extrema unção’, ou seja, ao sacramento da ‘saída’ da Igreja”.

“Dizem que é o sacramento da despedida, pois, uma vez que os jovens o recebem, eles vão embora e só voltarão para o casamento”, disse o papa.

“Mas devemos fazer dele o sacramento do início de uma participação ativa na vida da Igreja. É uma meta que nos pode parecer impossível, considerando a situação em curso um pouco em toda a Igreja, mas isto não significa que devemos deixar de a perseguir”, disse.

Francisco disse que pode ser útil “obter ajuda na preparação para o sacramento de fiéis leigos que tiveram um encontro pessoal com Cristo e uma verdadeira experiência do Espírito”.

“Mas isto não diz respeito apenas aos futuros crismandos; diz respeito a todos nós e em cada momento. Com a confirmação e a unção, recebemos também, assegura-nos o apóstolo, o penhor do Espírito, que noutro lugar ele chama ‘as primícias do Espírito’ (cf Rm 8,23). Devemos ‘gastar’ este penhor, usufruir destas primícias, não enterrar debaixo os carismas e talentos recebidos”.

Por fim, o papa disse que são Paulo exortou o seu discípulo são Timóteo a “‘reavivar o dom de Deus, recebido pela imposição das mãos’ (2Tm 1,6), e o verbo utilizado sugere a imagem de quem sopra sobre o fogo para reavivar a sua chama”.

“Eis uma bela meta para o ano jubilar! Eliminar as cinzas do hábito e do desinteresse tornando-nos, como os portadores da tocha nos Jogos Olímpicos, portadores da chama do Espírito. Que o Espírito nos ajude a dar alguns passos nesta direção”, concluiu Francisco.

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