5 de novembro de 2024 Doar
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“O amor de Deus liberta da morte”, diz papa Francisco

Papa Francisco em missa hoje (4) no Vaticano. | Daniel Ibáñez/EWTN News

O papa Francisco celebrou hoje (4) no altar da cátedra da basílica de São Pedro, no Vaticano, uma missa em homenagem aos sete cardeais e 116 bispos que morreram no último ano.

Na homilia, o papa falou sobre as últimas palavras dirigidas ao Senhor por um dos dois crucificados que estavam ao lado dele.

“Não é um discípulo que as pronuncia, não é um daqueles que seguiam Jesus pelas estradas da Galileia e partilharam o pão com Ele na Última Ceia. O homem que se dirige ao Senhor é um malfeitor. Alguém que o encontra somente no final de sua vida, alguém cujo nome não sabemos", disse Francisco.

Segundo o papa, esse condenado “representa todos nós; podemos dar a ele o nosso nome. Sobretudo, podemos fazer nossa a sua súplica: ‘Jesus, lembra-te de mim’. Mantenha-me vivo em sua memória”.

O papa disse que lembrar significa “trazer de volta ao coração”, colocar de volta no coração.

Aquele homem, crucificado ao lado de Jesus, transforma sua dor extrema numa oração: “Jesus, leva-me no teu coração”, disse Francisco.

O papa disse que o homem “não o pede com voz angustiada, como a de um derrotado, mas com tom de esperança”.

“Isso é tudo aquilo que deseja o delinquente que morre como um discípulo de última hora: encontrar um coração acolhedor. Isso é tudo o que importa para ele, agora que está nu diante da morte. E o Senhor ouve a oração do pecador, até o último momento, como sempre faz”, disse Francisco.

“O coração de Cristo, trespassado pela dor, se abre para salvar o mundo, um coração aberto, não fechado: acolhe, moribundo, a voz de quem morre. Jesus morre conosco porque morreu por nós”, disse o papa.

Francisco disse que “a lembrança de Jesus é eficaz porque é rica em misericórdia. Enquanto a vida do homem falha, o amor de Deus liberta da morte”.

“Assim o condenado é redimido. O estranho se torna um companheiro; um breve encontro na cruz durará para sempre na paz”, disse o papa.

“Como me deixo encontrar por Jesus? Eu deixo-me encontrar ou fecho-me no meu egoísmo, na minha dor, na minha autossuficiência? Sinto-me pecador ao deixar-me encontrar pelo Senhor, ou sinto-me justo e digo: ‘Tu não me serves. Vai em frente?’”, perguntou Francisco aos fiéis.

O papa Francisco disse que “Jesus se recorda de quem é crucificado ao seu lado. O seu cuidado, até o último suspiro, nos faz refletir: há diferentes maneiras de recordar as pessoas e as coisas”.

“Podemos nos lembrar dos erros, de assuntos pendentes, recordar dos amigos e dos inimigos. Como estão as pessoas em nosso coração? Como recordamos daqueles que passam por nós nas experiências vividas?”

O papa disse que “voltando-se para o coração de Deus, os homens de todos os tempos podem encontrar a salvação, mesmo que aos olhos dos insensatos pareçam mortos”.

“Toda a história é conservada na memória do Senhor. Ele é o seu juiz compassivo e rico de misericórdia”, disse Francisco ao destacar as três atitudes de Jesus: “Compaixão, ternura e misericórdia”.

O papa pediu para rezar pelos cardeais e bispos falecidos no último ano, que foram “pastores e modelos do rebanho do Senhor. Possam agora sentar-se à sua mesa, após ter partido o Pão da vida na terra”.

“Eles amaram a Igreja, cada um à sua maneira, mas todos amaram a Igreja. Rezemos para que possam desfrutar na eternidade da companhia dos santos. Esperemos, com firme esperança, alegrar-nos com eles no paraíso”.

Por fim, Francisco convidou os presentes na missa a dizer em voz alta: “Jesus, lembra-te de nós”.

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