5 de novembro de 2024 Doar
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Quatro bispos alemães elogiam o Sínodo da Sinodalidade e criticam o caminho sinodal alemão

Delegados na sessão do Sínodo da Sinodalidade deste ano participam de mesas redondas em 10 de outubro de 2024, na Aula Paulo VI, no Vaticano. | Daniel Ibáñez/CNA

Quatro bispos alemães, resistindo à iniciativa de transformar o caminho sinodal alemão em um concílio permanente, disseram ser gratos pelo Sínodo da Sinodalidade, concluído em 27 de outubro, no Vaticano.

A declaração do arcebispo de Colônia, dom Rainier cardeal Maria Woelki, do bispo de Eichstätt, dom Maria Hanke, do bispo de Passau, dom Stefan Oster, e do bispo de Regensburg, dom Rudolf Voderholzer, diz: “[Nós] estamos dispostos a embarcar no caminho iniciado no sínodo romano com seus colegas bispos e com tantos outros participantes de tantos grupos da Igreja quanto possível”.

“[É] com grande gratidão que apoiamos o documento final do 16º Sínodo Mundial dos Bispos, que o papa Francisco confirmou e liberou para publicação”, disseram os bispos. Dom Oster foi participante do Sínodo da Sinodalidade, no qual muitas pessoas que não são bispos também tiveram o direito de votar pela primeira vez.

“De modo especial, os bispos apreciam a clara ênfase na obra do Espírito como protagonista de uma Igreja sinodal e missionária”, disse a declaração divulgada ontem (4). “Quatro dos cinco títulos principais do documento falam da 'conversão' à qual o Espírito Santo chama — da conversão no coração de cada pessoa batizada, da conversão nos relacionamentos, nos processos e nos compromissos”.

“O objetivo essencial de uma Igreja sinodal também é fortemente enfatizado: a missão e a formação de discípulos missionários que vão juntos para proclamar o Evangelho e convidar as pessoas à amizade com Cristo”, disseram os bispos.

Muitas das propostas formuladas no documento final confirmado e divulgado pelo papa são “já estruturalmente possíveis na Alemanha, especialmente por meio dos vários órgãos de consulta e codeterminação que já existem”.

A tarefa, disseram os bispos alemães, é “contribuir para seu aprofundamento espiritual, para a melhoria da participação e para um foco mais forte na missão”.

Há “esperança de que a continuação do Caminho Sinodal na Alemanha também possa ser um caminho de conversão”, disseram Woelki, Hanke, Oster e Voderholzer.

“[Nós] vivenciamos as reuniões em Frankfurt como contraditórias ao que o Sínodo dos Bispos em Roma consistentemente praticou em um ' espaço seguro' (papa Francisco) — um cenário onde o discernimento espiritual, a confiança mútua, a escuta e o foco no discipulado missionário poderiam florescer. Em [nossa] visão, esses elementos essenciais estavam amplamente ausentes em Frankfurt”.

“Em vez disso — de acordo com [nossa] impressão e a de muitos outros — houve um processo semelhante ao parlamentar de aquisição majoritária pura e não de discernimento espiritual, como o documento final nos insta a fazer”, disseram os bispos. “Dessa forma, uma grande maioria na câmara com uma atitude liberal em relação a questões de política da Igreja queria levar adiante suas questões sob pressão pública massiva. Ao fazer isso, no entanto, causou algumas irritações e ferimentos entre todo o povo de Deus”.

“A identificação exclusiva da Assembleia de Frankfurt de quatro tópicos principais como aqueles que favoreceriam estruturalmente o abuso dificilmente se sustenta de acordo com o conhecimento atual”, disseram os quatro bispos. “Além disso, dois dos quatro tópicos (celibato e moralidade sexual) não foram abordados no documento final do Sínodo Mundial dos Bispos. Sobre a questão da possível participação de mulheres na ordenação sacramental, não há um novo estado de coisas após o Sínodo Mundial dos Bispos. E a questão do poder, cujos efeitos negativos foram massivamente denunciados pelo papa Francisco sob o título de 'clericalismo', é respondida no documento final com um rascunho abrangente de um caminho espiritual comum para a Igreja”.

Os quatro bispos concluíram que, em sua opinião, “os objetivos do Caminho Sinodal Alemão e o processo global da Igreja do Sínodo [sobre a Sinodalidade] não andam de mãos dadas em termos de conteúdo”.

Woelki, Hanke, Oster e Voderholzer escolheram não participar do comitê sinodal depois da conclusão das reuniões plenárias do Caminho Sinodal, que deve levar a um conselho sinodal dentro dos próximos anos. Tal conselho sinodal, como um corpo para consulta e tomada de decisão conjunta por bispos e leigos, já foi rejeitado pelas autoridades da Santa Sé.

O caminho sinodal — “Synodaler Weg”, em alemão — não é um sínodo, mas um evento altamente controverso, projetado para criar “pressão” sobre a Igreja, como admitiu Thomas Sternberg, ex-presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK, na sigla em alemão).

O processo polarizador, que custou uma quantia que equivale a vários milhões de reais, não visa apenas estabelecer um conselho sinodal permanente: os delegados também aprovaram várias resoluções para mudar as doutrinas da Igreja com base na ideologia de gênero, e pediram a ordenação sacerdotal de mulheres, bênçãos para uniões do mesmo sexo e mudanças nas doutrinas da Igreja sobre sexualidade.

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