Nov 8, 2024 / 14:47 pm
Um padre de Burkina Faso, país da África ocidental, pede orações depois de três novos ataques no país, que mataram várias pessoas e causaram graves danos materiais, segundo a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).
“Os ataques estão se multiplicando. Confiamos em suas fervorosas orações. Rezem pelas vítimas e pelos sobreviventes que sentem medo”, disse à ACN o padre, que preferiu permanecer anônimo.
Esses novos ataques aconteceram depois do massacre ocorrido no início de outubro na cidade de Manni, que matou mais de 150 pessoas e os cristãos locais descreveram como “mais do que horrível”. Apesar da violência, a comunidade cristã de Manni disse que, “embora os terroristas tenham queimado tudo, não queimaram a nossa fé”.
Na ocasião, mais de cem terroristas invadiram dois municípios da região de Saatenga, no leste do país, com tiros no dia 20 de outubro. Uma fonte local disse à ACN que os homens nesses locais fogem e se escondem rapidamente porque os terroristas “atacam principalmente homens em idade para lutar e não diretamente mulheres, crianças ou idosos”.
No entanto, no ataque, “uma menina cristã que tentava fugir de casa foi morta por engano porque os terroristas a confundiram com uma adulta”, disse a mesma fonte, que também preferiu manter o anonimato por medo de represálias.
“Quando chegam, os extremistas matam toda a população ou, depois de matarem várias pessoas ao acaso para mostrar que são perversos, obrigam as pessoas a abandonarem as suas casas antes do anoitecer”, disse à ACN outro padre, André Poré, do departamento de Rollo, no fim do mês passado.
Os terroristas também incendiaram e saquearam várias casas em ambas as cidades, tanto cristãs como muçulmanas, incluindo a casa de um catequista que estava fora da cidade quando tudo começou. A ACN disse que sua mulher e três filhos pequenos foram atacados.
“A família está sã e salva, a ausência do marido lhe salvou a vida”, disse a fonte local.
A fundação pontifícia denuncia que os catequistas estão no centro da violência em Burkina Faso, pois são eles os responsáveis pelos fiéis em muitas aldeias. Infelizmente, nem todos salvam suas vidas.
Em abril deste ano, o catequista Edouard Yougbare foi sequestrado e morto por terroristas.
Mais ataques contra civis
A ACN diz que em 20 de outubro, perto de Saatenga, três membros do grupo Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP) e um civil foram mortos por grupos armados. Os VDP são civis que colaboram com as forças de segurança do Estado e desempenham um papel fundamental na defesa e proteção das comunidades rurais isoladas.
No dia anterior, no distrito paroquial de Piela, mais de 100 homens armados atacaram a cidade de Kouri, matando 13 pessoas, incluindo dois VDPs e uma mulher católica. A fundação pontifícia diz que esse ataque foi uma retaliação pela ajuda que as mulheres da aldeia deram ao VDP, a quem deram uma moto para contribuir na sua “luta pela paz”.
“Os agressores também incendiaram 16 casas que infelizmente estavam no seu caminho numa colina, o que permitiu aos terroristas se aproximarem de Kouri sem serem detectados a tempo, todas elas pertencentes a famílias católicas”, disse outra fonte local à ACN.
Outro sacerdote local se uniu ao apelo à oração e à paz: “Rezem ao Senhor para que a paz retorne ao nosso país, bem como a todos os países atingidos diariamente por ataques assassinos, como o Mali e o Níger, e a nações em guerra como a Ucrânia, Israel e Líbano”.
“Deixemo-nos guiar pela oração de são Francisco de Assis: ‘Senhor, faz de mim um instrumento da Tua paz. Onde houver ódio, deixe-me semear amor'”.
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