Iphan reconhece Igreja Nossa Senhora de Lourdes e Arte Santeira do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil

Nov 12, 2024 / 16:29 pm

A igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Teresina (PI), e a arte santeira em madeira do Estado foram reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ontem (11). É a primeira vez que o Iphan faz o registro simultâneo de um bem imaterial e o tombamento de uma edificação e seu acervo.

O conselheiro patrimonial do Iphan, José Reginaldo Gonçalves, relator do processo, disse em seu parecer técnico que a Igreja da Vermelha, assim chamada por causa do nome do bairro onde fica, “é parte de seus mitos de origem (da Arte Santeira)”. “Constitui-se num lugar de memória, altamente significativo para a memória coletiva e para a autopercepção dos artistas enquanto uma cultura”, disse Gonçalves.

Segundo o Iphan, a igreja Nossa Senhora de Lourdes foi construída entre 1960 e 1970, buscando uma proximidade entre a Igreja Católica e a população local. O espaço da igreja é simples e tem vários elementos que buscam reforçar essa aproximação, que estão incorporados ao ambiente litúrgico, à expressão cultural popular e ao imaginário local. O Instituto relatou que, na época, o pároco local, Francisco Carvalho convidou os mestres Dezinho e Expedito para esculpirem em madeira peças de devoção e decoração da igreja, local considerado o berço da Arte Santeira em Madeira do Piauí, que representa a cultura popular do Estado.

Arte Santeira em Madeira do Piauí

A Arte Santeira em Madeira do Piauí é uma manifestação plástica que usa a madeira como matéria-prima para o entalhe de esculturas tridimensionais, segundo o Iphan. Esta arte surgiu em 1970, no Piauí e produz peças variadas e com formas de referências religiosas, elementos da natureza, paisagens locais e modo de vida da população. Atualmente, o Piauí tem cerca de 50 santeiros em atividade que estão presentes em mais quatro cidades piauienses, além da capital Teresina: Parnaíba, Campo Maior, Pedro II e José de Freitas.