Nov 18, 2024 / 12:08 pm
O papa Francisco pediu ontem (17) que a Igreja renove o compromisso de “estar perto dos que sofrem” através de obras de caridade espirituais e materiais, ao receber milhares de peregrinos no Vaticano por ocasião do VIII Dia Mundial dos Pobres.
Benção das 13 chaves
Antes de celebrar a missa dominical na basílica de São Pedro, o papa abençoou 13 chaves que representam a Campanha das 13 Casas da Famvin Homeless Alliance (FHA) como um sinal de solidariedade e dedicação da Igreja ao cuidado dos pobres e marginalizados.
Cada uma das 13 “chaves” abençoadas pelo papa é dedicada a um país específico no qual a FHA — organização de caridade fundada em 2017 inspirada no legado de são Vicente de Paulo — construiu um lar dedicado aos pobres: na Síria, na Austrália, no Brasil, no Camboja, na República Centro-Africana, no Chile, na Costa Rica, na Itália, no Senegal, na Tanzânia, em Tonga, no Reino Unido e na Ucrânia.
Ao longo do Jubileu da Esperança 2025, famílias de cada um desses 13 países vão se encontrar com o papa Francisco e receber uma imagem abençoada dedicada aos pobres de seu país.
Missa dominical e Ângelus no Vaticano
Em sua homilia e em discurso depois da oração do Ângelus, o papa pediu que os católicos mostrem sua proximidade aos pobres através de gestos de cuidado impregnados de calor humano e ternura.
“Para aqueles que dão esmolas, faço duas perguntas”, perguntou Francisco aos milhares de peregrinos reunidos na basílica de São Pedro para a oitava missa anual do Dia Mundial dos Pobres. O tema deste ano foi “A oração do pobre eleva-se até Deus” (cf. Sir 21, 5).
“Vocês tocam as mãos das pessoas ou jogam a moeda sem tocá-las? Vocês olham nos olhos da pessoa que estão ajudando ou desviam o olhar?”, perguntou o papa Francisco.
Em meio à “hora de escuridão” — tempos de desolação e angústia — descrita no Evangelho e nas leituras de ontem, o papa disse que “ um grande anúncio de esperança” está verdadeiramente presente para aqueles que depositaram sua confiança em Deus.
“Jesus convida-nos a ter um olhar mais aguçado, a ter olhos capazes de ‘ler por dentro’ os acontecimentos da história, para descobrir que, mesmo na angústia dos nossos corações e do nosso tempo, há uma esperança inabalável que resplandece”, disse o papa Francisco.
Ao falar sobre a tentação do desespero, da preguiça e do desânimo, o papa disse que “não podemos nos condenar à impotência” diante da pobreza, da desigualdade e da injustiça.
Francisco disse que “os pobres e os excluídos não podem fazer outra coisa senão continuar a esperar” e pediu à Igreja que trabalhe com governos e organizações internacionais para apoiá-los.
“Desse modo, até a própria fé cristã é reduzida a uma devoção inócua, que não incomoda os poderes deste mundo e não gera um compromisso concreto de caridade”, disse o papa.
Depois de rezar o Ângelus em latim com uma multidão reunida na praça de São Pedro, o papa falou sobre sua mensagem de homilia para viver em solidariedade com os pobres por meio da oração e da ação, especialmente para “famílias que lutam para sobreviver”.
“Irmãos e irmãs, não nos esqueçamos de que os pobres não podem esperar!”
Almoço de domingo com 1,3 mil convidados
Depois da missa dominical e da oração do Ângelus, 1,3 mil homens, mulheres e crianças economicamente desfavorecidos que vivem em Roma uniram-se ao papa Francisco para um almoço na Aula Paulo VI, no Vaticano.
A Cruz Vermelha Italiana deu refeições e entretenimento no almoço do Dia Mundial dos Pobres deste ano com o papa e 340 voluntários serviram lasanha com vegetais, bolo de carne com espinafre e queijo, batatas, frutas e sobremesa aos convidados.
Os padres da Congregação da Missão, também conhecidos como vicentinos, deram a cada convidado mochilas contendo alimentos e itens de higiene para levar para casa depois do almoço com o papa.
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