MADRI, Mar 9, 2006 / 14:35 pm
Como resposta à substituição nos registros civis espanhóis dos termos "pai" e "mãe" por "progenitor A" e "progenitor B", o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, adverte que "quem está fazendo desaparecer o significado jurídico e social de `ser pai´ e de `ser mãe´ estão pondo suas ordens ideológicas para destruir a sociedade familiar e, com ela, a própria sociedade".
Em sua carta desta semana, o Prelado qualifica tal medida de "ridícula" e considera que "a legislação espanhola em matéria de matrimônio e família é a cada dia mais mentirosa, sectária e radical" e, além disso, "falta à verdade do ser humano e à própria natureza".
Este "investimento perverso" da hierarquia dos valores sociais "não promete nem mora nada bom", augura o Arcebispo que pede às famílias "romper silêncios absurdos" porque "nos queixar ou rir das desatinadas políticas antifamiliares não basta".
Em sua missiva, "A família, fonte de solidariedade", Dom García-Gasco anima as famílias a "crescer na consciência de ser protagonistas da política familiar e assumir a responsabilidade de transformar a sociedade". A família "não é uma ordem ideológica a que se possa atacar impunemente: a família é o melhor caudal de solidariedade das pessoas e dos povos", diz o Prelado.
Para o Arcebispo de Valência, a família "é a primeira comunidade eficaz para resolver os novos desafios sociais que apresenta a vida" e, além disso, "faz presentes na sociedade os valores mais genuínos, aqueles que contemplam o ser humano em toda sua dignidade, e que assumem e protegem sua vulnerabilidade".
A solidariedade familiar se expressa de maneira privilegiada como uma "casa preparada", como um "lar acolhedor", especialmente para os mais vulneráveis. Precisamente, "o crédito histórico da família pelos serviços que contribui à cultura e à civilização, ao reconhecimento da dignidade humana e do progresso dos povos, viu-se enriquecido no século XX com as novas contribuições da solidariedade familiar", explica o Prelado.
Mais adiante, Dom García-Gasco afirma que "na viagem da vida somos muitos os que acreditam que é imprescindível ter um norte" e assinala que "é inato o sentido de busca de algo pelo que vale a pena viver e esforçar-se". Neste sentido, o prelado destaca que o cristianismo "anuncia a todo ser humano que honrar à família, a seu pai e a sua mãe é viver no espírito de Deus".
Por último, o Arcebispo anima a considerar o V Encontro Mundial das Famílias, a celebrar-se em Valência no próximo mês de julho, como "uma ocasião privilegiada para que as famílias de todo o mundo manifestem sua iniciativa e sua solidariedade".
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