Nov 25, 2024 / 09:26 am
O padre Cayetano Clausellas Ballvé e o pai de família Antonio Tort Reixachs, mortos por ódio à fé em 1936, na Guerra Civil Espanhola, foram beatificados no sábado (23), na Basílica da Sagrada Família de Barcelona com a participação de cerca de 2 mil pessoas.
“Damos graças a Deus pelo grande dom destas testemunhas exemplares de Cristo e do Evangelho. Aplaudamos os novos Beatos!”, disse o papa Francisco ontem (24), depois de rezar o Ângelus no Vaticano.
A missa foi celebrada pelo prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, e concelebrada pelo arcebispo de Barcelona, cardeal Juan José Omella, e pelo bispo de Terrassa, dom Salvador Cristau.
“O que os nossos dois beatos fizeram: deixaram a Deus a escolha do seu caminho. Eles aceitaram ser condenados como Ele pela doação de suas vidas aos outros. Isto é o que faz um mártir: a imitação de Cristo, mesmo quando segui-lo leva à escolha de aceitar a morte”, disse o cardeal Semeraro na cerimônia.
Um pai com 11 filhos e um capelão em um centro para idosos
Segundo a arquidiocese de Barcelona, o padre Cayetano Clausellas Ballvé foi ordenado sacerdote em 1888 e dedicou grande parte do seu ministério ao cuidado dos idosos no Asilo das Irmãzinhas dos Anciões Desamparados de Sabadell. Reconhecido como “pai dos pobres” pela humildade e serviço aos mais vulneráveis, destacou-se pela dedicação e coragem.
Em 1936, apesar do perigo de perseguição religiosa, ele se negou a abandonar os idosos de quem cuidava. “Nunca prometi abandonar os idosos e, se tiver que derramar o meu sangue, eu o aceito”, disse ele à época. O padre Clausellas foi capturado e morto em 15 de agosto daquele ano.
Antonio Tort Reixachs foi um joalheiro nascido em 1895 perto de Barcelona, pai de 11 filhos, conhecido pela sua profunda piedade e devoção. Durante a perseguição religiosa de 1936, abrigou em sua casa o seu irmão, o bispo Manuel Irurita, junto com um padre e quatro freiras perseguidos pelos milicianos.
Testemunhas relatam que, quando os milicianos invadiram sua casa, Tort defendeu a eucaristia arrancando o cibório de um deles e exclamando: “Em meu Senhor ninguém toca”, e depois disso distribuiu a Comunhão. Foi preso, torturado e, juntamente com o irmão, morto no dia 3 de dezembro no cemitério de Moncada.
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