25 de dezembro de 2024 Doar
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Papa pede acompanhar casais não casados ou divorciados “sem fechar portas”

Papa Francisco se reúne com a comunidade acadêmica do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, no Vaticano, segunda-feira, 25 de novembro de 2024. | Crédito: Vatican Media.

A chave para o acompanhamento pastoral “daqueles que vivem juntos adiando indefinidamente o compromisso conjugal” e para os “divorciados e recasados” é a integração pastoral, disse o papa Francisco ontem (25), no encontro com a comunidade acadêmica do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, no Vaticano.

“’São batizados, são irmãos e irmãs, o Espírito Santo derrama neles dons e carismas para o bem de todos’”, continuou o papa Francisco. “A sua presença na Igreja testemunha o desejo de perseverar na fé, apesar das feridas de experiências dolorosas”.

“A Igreja não fecha a porta para aqueles que se fatigam no caminho da fé, pelo contrário, abre-a amplamente, porque todos precisam de uma atenção pastoral misericordiosa e encorajadora" (Amoris Laetitia, 293)”, disse.

“Sem excluir ninguém, a Igreja promove a família, fundada no Matrimônio, contribuindo em todos os lugares e em todos os tempos para tornar mais sólido o vínculo conjugal”, acrescentou.

O papa Francisco incentivou o instituto à colaboração contínua com acadêmicos e instituições culturais para apoiar melhor os cônjuges e famílias católicas.

Citando a exortação apostólica Evangelii Nuntiandi de São Paulo VI de 1975, que destaca “a ruptura entre Evangelho e cultura”, o papa disse que é necessário que o instituto continue a desenvolver uma “compreensão crítica” dos desafios antropológicos e culturais que afetam o casamento e a vida familiar hoje.

O papa Francisco cumprimenta um bebê durante encontro com a comunidade acadêmica do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, no Vaticano, segunda-feira, 25 de novembro de 2024. Crédito: Vatican Media.

“A capacidade de cumprir plenamente a missão evangelizadora que compromete cada cristão depende da capacidade de enfrentar estes desafios”, disse o papa aos membros do instituto pontifício.

O Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, com sede principal em Roma, também tem filiais em outros países, incluindo EUA, Nigéria, Espanha, Brasil, México, Índia e Coreia do Sul.

“É bom que as filiais do instituto, presentes em vários países do mundo, desenvolvam as suas atividades em diálogo com estudiosos e instituições culturais, mesmo com abordagens diversas”, disse Francisco na audiência privada.

O papa Francisco saúda uma família no seu encontro com a comunidade acadêmica do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, no Vaticano, segunda-feira, 25 de novembro de 2024. Crédito: Vatican Media.

Depois do Sínodo da Sinodalidade que aconteceu no mês de outubro no Vaticano, Francisco disse que há uma maior “consciência eclesial” para o devido reconhecimento e participação dos fiéis leigos na vida e na missão da Igreja.

“Sabemos como o matrimônio e a família são decisivos para a vida dos povos: a Igreja sempre os nutriu, sustentou e evangelizou”, disse o papa.

O papa também elogiou o trabalho do instituto na promoção do “Evangelho da família”, particularmente em “países onde as autoridades públicas não respeitam a dignidade e a liberdade a que todo ser humano tem direito inalienável como filho de Deus”.

Referindo-se ao testemunho evangelizador das famílias católicas, o papa disse que “é esse Evangelho que ajuda todos, em todas as culturas, a buscar sempre o que está em conformidade com o humano e o desejo de salvação enraizado em cada homem e mulher”.

“A este respeito, recordamos que as primeiras comunidades cristãs se desenvolveram de forma doméstica, ampliando as unidades familiares acolhendo novos fiéis, e reunindo-se nos lares”, disse.

O Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família foi fundado em 2017, seguindo o motu proprio Summa familiae cura do papa Francisco e substituindo o antigo instituto fundado por João Paulo II em 1981.

O instituto é afiliado ao Dicastério para a Cultura e a Educação, à Pontifícia Academia para a Vida e ao Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

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