27 de novembro de 2024 Doar
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Norte-coreanos que tiveram contato com cristãos vão para campos de prisioneiros, diz Ajuda à Igreja que Sofre

Imagem ilustrativa. | Crédito: vero_vig_050 (Pixabay).

Os norte-coreanos repatriados da China que tiveram contato com algum cristão são enviados para campos de prisioneiros políticos da Coreia do Norte, diz o relatório sobre liberdade religiosa da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, na sigla em inglês).

Perseguidos, mas não esquecidos. Relatório sobre cristãos discriminados ou perseguidos por causa da sua fé foi publicado por ocasião da Semana Vermelha, uma iniciativa da ACN para chamar a atenção para a perseguição religiosa que ocorreu entre 16 e 23 de novembro. Em 2024 o relatório aborda a situação em 18 países, incluindo a Coreia do Norte.

A Coreia do Norte é uma ditadura comunista desde 1948. Embora “seja muito difícil calcular o número real de cristãos ou a extensão da sua fé estima-se que representem cerca de 0,38%. da população, o que equivale a pouco mais de 98 mil pessoas”, diz a ACN.

Apesar do pequeno número de fiéis, o cristianismo é visto pelo regime com uma ameaça ao Estado, e, “por isso, é levado à clandestinidade”.

Toda a população é obrigada a seguir o juche, “uma ideologia de autarquia marxista criada pelo fundador do país, Kim Il-Sung”. O site World.kbs.co.kr, especializado em questões coreanas, diz que também pode ser considerado “como uma versão institucionalizada do culto à sua pessoa”.

Para fugir do país os norte-coreanos utilizam frequentemente a fronteira de mais de 1,4 mil km com a China. Se conseguirem superar o patrulhamento rigoroso, os fugitivos tentam chegar clandestinamente a um terceiro país, especialmente a Tailândia, e procurar asilo na embaixada da Coreia do Sul, que os enviará para a parte sul da península coreana.

Os que são pegos pelas autoridades chinesas são repatriados para a Coreia do Norte. Segundo a Human Rights Watch, o governo de Pequim deportou cerca de 60 norte-coreanos em abril deste ano.

O relatório da ACN fala dos desertores que foram repatriados em outubro de 2023 e diz ser preciso temer por aqueles “que interagiram com cristãos enquanto estiveram fora do país. Todos foram encaminhados para campos de prisioneiros políticos, conhecidos pela dureza com que os presos são tratados ali”.

Segundo o relatório, embora muitos tenham cumprido penas reduzidas, “aqueles que entraram em contato com o cristianismo” foram internados “em campos de prisioneiros políticos, na verdade, uma pena de prisão perpétua sem liberdade condicional”.

Citando declarações que uma fonte anônima por razões de segurança deu ao Daily NK, o relatório da ACN diz que “os departamentos de segurança do Estado norte-coreano baseiam os seus interrogatórios de desertores repatriados nos dossiês fornecidos pela polícia chinesa”.

“Se algo relacionado à religião for mencionado no dossiê, os desertores serão inexoravelmente internados em campos, independentemente do que tenham a dizer sobre isso”, informa.

Os crentes são classificados como “hostis”

A fundação pontifícia diz que na Coreia do Norte, “considerado o pior país do mundo para ser cristão”, as pessoas são classificadas de acordo com a sua lealdade ao Estado, por isso “os crentes são automaticamente classificados como ‘hostis’ e sujeitos a uma perseguição implacável”.

“Embora existam violações generalizadas dos direitos humanos e opressão religiosa em todo o país que afeta todas as áreas da vida e todos os grupos religiosos, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA, os cristãos e os seguidores de mugyo (uma religião xamânica) são os mais perseguidos”, acrescenta.

O relatório da ACN relata o testemunho de Illyong Ju, um desertor norte-coreano que agora é cristão. Os desertores repatriados “estão sendo obrigados a confessar antecipadamente informações sobre as mil pessoas que ainda não foram repatriadas para a Coreia do Norte”, diz Illyong.

Entre os desertores “haverá pessoas que acreditam em Jesus e que espalharão o evangelho por onde quer que vão”, diz ele. “Como a irmã Kim, que trabalha comigo e que evangelizou oito pessoas enquanto estava em uma prisão norte-coreana devido à sua repatriação forçada”.

“Portanto, temos fé que aqueles que forem repatriados à força para a Coreia do Norte se tornarão membros extraordinários do Povo de Deus que se levantarão contra a opressão do regime norte-coreano”, diz ele.

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