27 de novembro de 2024 Doar
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A viagem do papa à Córsega estimulará o futuro da fé na Europa, diz cardeal

Logotipo oficial da visita do papa Francisco à Córsega. | Crédito: Iglesia Católica de Córcega.

O papa Francisco viaja à Córsega no dia 15 de dezembro para concluir a conferência sobre a religiosidade popular no Mediterrâneo. O bispo de Ajaccio, Córsega, cardeal François-Xavier Bustillo, falou das implicações disso.

Será a 47ª viagem apostólica do papa Francisco ao exterior e a sua terceira visita ao território francês, depois das viagens a Estrasburgo em 2014 e a Marselha em 2023. Embora tecnicamente se trate de uma visita ao território francês, a ilha mediterrânica está mais próxima da Itália do que da França continental.

O papa chegará ao aeroporto internacional de Ajaccio por volta das 9h (hora local) do dia 15 de dezembro. Durante o dia, além de concluir a conferência, ele se reunirá com todos os bispos locais, padres, diáconos, pessoas consagradas e seminaristas para rezar o Ângelus

Depois, celebrará a missa na Place d’Austerlitz e vai se reunir com o presidente francês Emmanuel Macron, durante meia hora. Voltará a Roma por volta das seis da tarde do mesmo dia. Todas as informações relacionadas com a visita papal podem ser consultadas no site oficial da viagem apostólica.

Uma visita “para olhar a memória e estimular o futuro”

Numa entrevista aos meios de comunicação da Santa Sé, o cardeal Bustillo falou da importância da viagem do papa Francisco à Córsega. “O Senhor é bom, recebemos este presente não como um privilégio, mas como uma responsabilidade de olhar para a memória e estimular o futuro”, disse.

Quanto à conferência sobre a religiosidade popular no Mediterrâneo, disse que foi organizada para “compartilhar uns com os outros o que somos, o que vivemos e as tradições religiosas populares que existem em nossos países”. Estarão presentes bispos da Sicília, Sardenha, Espanha e França.

O encontro terá também “uma dimensão teológica” não só para ver o folclore de certas tradições, “mas também para evangelizar por meio do que nossos pais nos transmitiram”.

O cardeal disse que a Córsega está “muito ligada ao catolicismo” por causa do seu próprio estatuto de ilha, o que lhe permitiu manter estas tradições “ligadas a um santo, a um mártir, à Virgem Maria”. E acrescentou: “Portanto é uma Igreja que preservou a dimensão religiosa e espiritual tradicional”.

Para o cardeal, é importante “não ficar apenas no nível da tradição externa”, mas saber compreender como as tradições “nos estimulam a viver a nossa fé plenamente e com paixão”. O Senhor, continuou ele, convida-nos a “correr riscos no encontro com os outros”, independentemente de quais sejam os seus pensamentos.

O cardeal Bustillo disse que a experiência do catolicismo é mais serena na Córsega do que no resto da França, especialmente no âmbito político e na sua relação com a Igreja. “Não há muitas dificuldades” nas relações entre as autoridades civis e eclesiásticas

“Há uma laicidade, todos têm sua responsabilidade na cidade, mas a vivemos de forma serena e também responsável: cada um em seu lugar, mas sempre querendo o bem de todos e o bem do povo”, disse.

Para ele, a conferência é uma oportunidade para transmitir as tradições e a religiosidade católicas para além da ilha, e poder “transmitir aos outros uma vida pacífica e serena entre as autoridades civis, as autoridades religiosas e o vínculo com as pessoas”, apesar da situação atual do mundo inteiro, onde reinam a violência e a guerra.

“Podemos transmitir uma vida fraterna por meio de nossas tradições. É por isso que queremos que as autoridades civis e eclesiásticas possam dialogar. Hoje não podemos ser inimigos institucionais. Também precisamos de uma responsabilidade pelo bem das pessoas, porque, no final das contas, se ficarmos entre nós, nos esquecemos das pessoas”, concluiu.

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