28 de novembro de 2024 Doar
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Papa Francisco critica termo ‘carreira eclesiástica’ e propõe o serviço aos pobres

Audiência do papa Francisco com a Família Calasancia. | Crédito: Vatican Media.

O termo “carreira eclesiástica”, que se refere à promoção hierárquica na Igreja, deveria ser abolido, pois o essencial é se deixar guiar pela Providência e atender às necessidades dos pobres, disse o papa Francisco hoje (28) ao receber em audiência a Família Calasancia, fundada por são Faustino Míguez e pela beata Celestina Donati, sob o carisma de são José de Calasanz, padre e educador espanhol.

No início do seu discurso, Francisco disse que o Senhor inspirou são José de Calazans, que fundou a primeira escola pública gratuita da Europa, a dedicar a sua vida “à educação dos jovens, especialmente dos pequenos e dos pobres”.

Francisco também falou sobre dois aspectos do santo espanhol que deu origem às chamadas “Escolas Pias”: a sua corajosa docilidade à Providência e o seu cuidado pelo crescimento integral da pessoa.

O papa recordou que são José provinha de uma família rica e, portanto, provavelmente estava destinado a seguir uma “carreira eclesiástica, um termo de que eu não gosto, precisamos acabar com ele”, disse o papa Francisco.

São José de Calasanz, que “chegou a Roma com cargos de certo nível”, não hesitou em mudar “os planos e as perspectivas da sua vida para se dedicar às crianças de rua que encontrou na cidade”.

Esta obra, segundo o papa Francisco, não nasceu de um programa definido e garantido, “mas da coragem de um bom sacerdote que se deixou tocar pelas necessidades do próximo, onde quer que o Senhor as colocasse diante dele”.

O papa Francisco exortou a Família Calasancia a manter nas suas decisões “a mesma abertura e a mesma prontidão, sem calcular demais, superando medos e hesitações, especialmente diante das muitas novas pobrezas dos nossos dias”.

“Não tenham medo de se aventurar por caminhos diferentes daqueles já percorridos no passado para poder responder às necessidades dos pobres, mesmo ao custo de rever esquemas e redimensionar expectativas”, acrescentou.

Francisco também falou da importância de promover o crescimento integral das pessoas, “integrando a formação espiritual e intelectual para preparar adultos maduros e capazes”.

Ele convidou a integrar na pessoa o que chamou de três inteligências: “a da mente, a do coração e a das mãos, para que a gente pense o que sente e faz, sinta o que pensa e faz e faça o que sente e pensa”.

Para ele, é “extremamente urgente” ajudar os jovens a fazer este tipo de síntese, para “integrar a si mesmos” e aos outros, num mundo que “cada vez mais os impulsiona na direção da fragmentação de sentimentos e conhecimentos, e do individualismo nos relacionamentos”.

Ele também os animou a promover as “relações normais, olhando-se nos olhos” e não as virtuais “através do celular”.

Por fim, convidou-os a caminhar juntos “à escuta do Espírito” e a “ser família”, unindo esforços e partilhando as suas experiências “numa rede de caridade, para o serviço dos irmãos”.

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