29 de novembro de 2024 Doar
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Religiosos são os mais satisfeitos com sua profissão nos EUA, diz pesquisa

Imagem ilustrativa. | Crédito: Diego Cervo/Shutterstock.

Algumas pessoas podem se surpreender ao saber que o trabalho religioso leva a uma maior realização pessoal do que qualquer outra profissão, mas não é o caso do padre Stephen Rossetti.

“A felicidade sacerdotal é um dos grandes segredos do nosso tempo”, disse Rossetti, professor associado de pesquisa na Universidade Católica da América. “E fico feliz que isso esteja sendo revelado”.

Na semana passada, uma coluna no Washington Post publicou para um público secular a notícia da felicidade entre os trabalhadores religiosos. Citando estudos do Escritório do Censo e do Escritório de Estatísticas Laborais dos EUA, concluiu-se que o trabalho religioso causa mais sensação de satisfação do que qualquer outra profissão.

“É um contrassenso”, disse o padre Rossetti, que escreveu muitos livros sobre o tema nos últimos 20 anos. “Todo mundo diz que os padres são infelizes, mas não são. Eles estão estressados, estão sob pressão, mas esses não são os fatores subjacentes que promovem a felicidade”.

O artigo do Post baseou-se nas respostas dos trabalhadores a afirmações destinadas a medir a realização profissional, como “Tenho orgulho de trabalhar para o meu empregador” e “Contribuo para a comunidade através do meu trabalho”. Os trabalhadores que se enquadram na categoria de “clérigos” responderam “concordo totalmente” a estas perguntas mais do que qualquer outro.

O que está por trás da felicidade religiosa?

As conclusões do artigo estão em sintonia com outros estudos dos últimos anos. Um estudo de 2014 feito pelo Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido também concluiu que os clérigos relataram o nível mais elevado de satisfação no trabalho entre 274 outras profissões.

Outras profissões que proporcionam elevados níveis de satisfação incluem trabalhos ao ar livre, como silvicultura e construção, e trabalhadores da educação. Já os trabalhos em serviços de alimentação, funções de limpeza e manutenção e desenvolvedores de engenharia e software relataram baixos níveis de felicidade em seu trabalho.

Embora a ideia do “padre feliz” possa parecer um contrassenso para uma cultura secular que prioriza o interesse próprio em detrimento do serviço, uma análise mais profunda dos dados sobre felicidade faz com que isso pareça óbvio. Segundo o Escritório Federal de Estatísticas Laborais, citado pelo artigo, as “atividades religiosas” ficam em primeiro lugar entre todas as atividades em termos de felicidade e significado, enquanto as atividades de “cuidados pessoais” terminam em último lugar.

Mas para os católicos comprometidos, estatísticas como esta não são nenhuma surpresa.

“O que torna uma vida feliz? Quais são os fatores fundamentais?”, perguntou mons. Rossetti. “As pessoas que dedicam seu tempo para ajudar os demais tendem a ser mais felizes. As pessoas que se doam aos outros descobrem que não apenas ajudam os outros, mas também se ajudam. O problema da felicidade é que ela é ilusória. Se você tentar ser feliz, tentar alcançá-la por si mesmo, fracassará. Mas quando você busca o bem-estar dos outros, descobre, ironicamente, que isso também o ajuda”.

Rossetti citou outros fatores conhecidos por promover a felicidade pessoal, todos abundantes na vida religiosa: ter amigos sólidos, ter uma vida espiritual rica, gostar do que você faz no trabalho e fazer parte de uma comunidade. Estes marcadores de realização pessoal diminuíram desde a pandemia da covid-19, o que explica a queda da moral entre a população geral.

“Fiz vários estudos que mostram que os índices de felicidade e de moral estão aumentando entre os padres”, disse ele ao National Catholic Register, jornal da EWTN. “Os padres gostam de ser padres. Mais de 90% dizem que gostam e que o escolheriam novamente.”

Um estudo de 2022 do The Catholic Project também concluiu0que os padres experimentavam altos níveis de bem-estar, apesar de alguns estarem lutando contra o esgotamento.

“Não há felicidade maior”

A irmã Carolyn Martin, coordenadora vocacional das Irmãzinhas dos Pobres, acredita que há mais coisas em jogo do que fatores sociológicos.

“Acho que é porque o nosso trabalho, independentemente do ministério, está especificamente ligado aos valores eternos”, disse ela. “Nosso empregador é o próprio Deus. E o que estamos fazendo está enraizado n’Ele e conectado a valores eternos. Isso é o que realmente nos faz felizes: ser parte da obra do Seu Reino”.

O ditado popular “faça o que você ama e nunca trabalhará um dia em sua vida” parece particularmente adequado para os religiosos. As estatísticas disponíveis confirmam esse fato. Além da constatação de que as “atividades religiosas” trazem mais satisfação do que qualquer outro tipo de atividade, o Escritório de Estatísticas Laborais também constata que um “local de culto” tem mais probabilidade de trazer felicidade e significado do que qualquer outro lugar, inclusive a própria casa, o ar livre, restaurantes ou academias.

“Meu trabalho diário é tão prazeroso que tenho dificuldade de chamá-lo de trabalho”, disse Martin. “É profundamente significativo. Não se trata apenas de serviço social. Não é só o que estou chamada a fazer com o trabalho das minhas mãos, mas é o que sou chamada a ser, que é uma testemunha da esperança e da alegria que as pessoas estão procurando e que seus corações estão desejando”.

O dia normal de “trabalho” de Martin é muito estruturado e repleto de tarefas desafiadoras que incluem cuidar de idosos e doentes, bem como tempo comunitário e oração silenciosa. O fato de esse modo de vida proporcionar altos níveis de felicidade parece curioso para a mente secular moderna, que valoriza a riqueza material, a liberdade de responsabilidade e a autonomia individual.

Mas para Martin e suas colegas irmãs, essa é a receita perfeita para a realização.

“Nada pode nos dar mais consolo do que ter nos doado a cada momento do dia”, disse ela. “Estar cansada porque você dedicou toda a sua energia e toda a sua força para Deus e seus pobres, não há felicidade maior”.

“Adoro ir para a cama cansada”, acrescentou. “Isso me faz feliz”

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