2 de dezembro de 2024 Doar
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Bispo do Reino Unido se diz decepcionado com a aprovação do projeto de lei sobre suicídio assistido

O bispo auxiliar de Westminster, dom John Sherrington, responsável por questões relacionadas à vida da Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e País de Gales. | Crédito: Mazur/catholicchurch.org.uk (CC BY-NC-SA 2.0).

O responsável por questões relacionadas à vida da Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e País de Gales disse que está decepcionado com o resultado da votação de sexta-feira (29) favorável ao suicídio assistido.

O Projeto de Lei sobre Adultos com Doenças Terminais (Fim da Vida) foi aprovado na sexta-feira (29) em sua segunda leitura na Câmara dos Comuns com 330 votos a favor e 275 contra.

O projeto de lei propõe que pessoas com mais de 18 anos de idade que estejam em estado terminal e tenham expectativa de vida inferior a seis meses possam solicitar o suicídio assistido.

Embora isso não signifique que o suicídio assistido agora seja lei na Inglaterra e no País de Gales, significa que o Projeto de Lei avançará para o próximo estágio legislativo.

A última vez que os parlamentares votaram sobre o assunto em 2015, o Projeto de Lei foi rejeitado na Segunda Leitura e não avançou mais.

Depois da votação, o bispo de Wstminster, dom John Sherrington, disse que espera e reza para que o Projeto de Lei seja rejeitado em um estágio posterior do processo legislativo.

"Estamos decepcionados com o fato de os parlamentares terem votado a favor do Projeto de Lei sobre Adultos com Doenças Terminais (Fim da Vida) que tramita no Parlamento”, disse Sherrington num comunicado publicado na sexta-feira. “Acreditamos que este projeto de lei é falho em princípio e também contém cláusulas específicas que são preocupantes. Pedimos à comunidade católica que reze para que os membros do Parlamento tenham a sabedoria de rejeitar este projeto de lei em um estágio posterior de seu avanço”.

Sherrington disse que os bispos estavam particularmente preocupados com a falta de proteção para a objeção de consciência.

Além de se opor ao princípio do suicídio assistido, continuou ele, a Igreja está particularmente preocupada pelas cláusulas “no projeto de lei que impedem os médicos de exercer adequadamente a objeção de consciência, fornecem proteção inadequada aos asilos e casas de repouso” que não querem fazer essa prática “e permitem aos médicos começar conversas sobre o suicídio assistido”.

Dom Sherrington continuou dizendo que a verdadeira compaixão envolve apoiar as pessoas no fim de suas vidas.

“Nós expressamos a opinião, durante este debate, de que a compaixão genuína envolve caminhar com aqueles que precisam de cuidados, especialmente durante a doença, a deficiência e a velhice”, disse ele.

“A vocação para cuidar está no cerne da vida de tantas pessoas que cuidam de seus entes queridos e é o sinal de uma sociedade verdadeiramente compassiva. É essencial que alimentemos e renovemos o chamado inato que muitas pessoas têm para cuidar compassivamente dos outros", continuou.

Sherrington disse que os cuidados paliativos continuam sendo “o melhor caminho para reduzir o sofrimento no fim da vida”. A Igreja continuará “defendendo isso e apoiando aqueles que trabalham incansavelmente para cuidar dos moribundos em nossas clínicas, hospitais e casas de repouso”.

O próximo passo será um novo debate na Câmara dos Comuns, denominado terceira leitura, no qual os votos podem mudar. Caso seja aprovado nessa votação, o projeto será enviado para a Câmara dos Lordes para passar por novas etapas.

Caso os Lordes o aprovem sem mudanças, o projeto de lei será enviado ao rei Charles III para a sua aprovação.

Enquanto isso, os ativistas pró-vida prometeram não desistir.

A porta-voz do Right To Life UK, Catherine Robinson, disse: “Este é apenas o primeiro estágio de uma longa jornada” pela Câmara dos Comuns e depois pela Câmara dos Lordes “para este perigoso Projeto de Lei sobre suicídio assistido. Agora vamos redobrar nossos esforços para garantir que lutaremos contra este Projeto de Lei em todas as etapas e garantir que ele seja derrotado para proteger os mais vulneráveis”.

“Muitos parlamentares se manifestaram contra esta proposta extrema no Parlamento hoje. Eles deixaram claro que esta mudança perigosa e extrema em nossas leis colocaria os vulneráveis ​​em risco e veria o fim de muitas vidas por meio do suicídio assistido”, disse Robinson.

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